Capitulo 21

6.7K 620 32
                                    

9 Meses depois

Klhoe

As lágrimas que escorrem por meu rosto são ao mesmo tempo de felicidade e tristeza, hoje deveria ser o dia mais feliz a minha vida, mas, falta algo, falta alguém. A falta que Guilherme faz é quase que insuportável de sentir, durante toda a gestação, a cada chute que Karol dava, todas as vezes que eu tive sair correndo para o banheiro devido ao enjoou, cada peça de roupa comprada ou ganhada. me faziam lembrar dele, pois tudo o que passei nessa gestação foi por ele. Saber que eu carreguei durante nove meses um pedaço dele sempre me deixaram assim, feliz e triste.

- Calma minha filha tudo vai ficar bem. - Minha mãe tenta me acalmar.

As dores estão cada vez mais fortes, mas essa mistura de sentimentos está me deixando confusa. Seguro os gritos que só dou mentalmente, as lágrimas não param de rolar por meu rosto. Eu sempre fiz questão de registrar tudo, muitas fotos e videos, assim quando ele acordar ele poderá ver tudo. Guilherme depois do acidente entrou em coma profundo, uma semana depois descobri que estava grávida. Tudo foi uma grande surpresa para mim, ao mesmo tempo que a felicidade me tomou a tristeza também se fez presente. Pois me imaginar com um filho e sem Guilherme, não foi fácil enfrentar isso sozinha. Mesmo tendo apoio da mãe e irmã de Guilherme e da minha mãe. Mas o principal apoio eu não tinha, o dele. Durante esses nove meses praticamente todos os dias eu ia ao hospital, mas chegou uma hora que a esperança dentro de mim havia morrido. Mesmo os médicos sempre tentado convencer a mãe de Guilherme a desligar os aparelhos que o mantém vivo
, ela sempre se mostrou irredutível quanto a isso. Ela por ser mãe tem a esperança de ver o filho acordar, já eu mesmo querendo com toda minha vontade de ver o mesmo tenho minhas dúvidas. Já perdi as esperanças, sei que deveria pensar positivo, mas já se passaram nove meses e nada.

Minha mãe e Alex, irmã de Guilherme, estão do lado de fora a espera de notícias. A mãe de Guilherme ficou com ele no hospital, pois des do acidente lá tem sido sua casa. Não sei como ela conseguiu forças, pois eu já teria ficado louca. Mas ela perdeu o brilho a alegria de viver, não tiro a razão dela, pois perder o marido e logo em seguida ver o filho no estado em que está. Só uma mãe guerreira mesmo para enfrentar tudo isso sem ter que ir parar em um manicômio.

As dores me castiga, me fazem parecer uma minhoca sobre o asfalto quente, tudo isso e novo para mim. Estar a espera de algo que você não sabe como é, não sabe o que esperar e nem como agir é assustador. Nessa hora todas aquelas pessoas que chegaram em mim para tentar me dizer como é essa experiência vem a minha mente. Fico mais tensa e meu coração acelera. Estou em uma sala com mais três camas, todas ocupadas por mulheres prontas para dar a luz. Uma grita feito louca, as enfermeiras a ignora por completo. Outra está relaxada lendo um bom livro e a outra está já a mais de uma hora embaixo do chuveiro. E eu estou aqui gritando mentalmente e rezando para que isso acabe logo.
Duas enfermeiras entra na sala e logo atrás vem o médico, ele para na porta analisa cada uma de nós.

- Prepare a ruiva, depois dela só farei cesariana em último caso. - Fala e sai da sala.

As enfermeiras vem em minha direção e sinto um alívio e ansiedade. Elas empurram a maca para outra sala, passo por um corredor enorme e muito largo. Muitas portas e de algumas delas posso ouvir gritos e depois o choro de um bebê, meu coração acelera mais ainda ao escutar esse choro agudo. Entramos em uma dessas salas e elas me tiram da maca, me posicionando em outra. A uma luz forte bem em cima de mim, eu contínuo deitada. Elas saem e o médico e dois enfermeiros entram, mas logo uma delas volta.

- Oi Khloe, eu sou thiago o anestesista. Vou colocar você sentada e quero que você abaixe a cabeça, até seu queixo encostar em seu peito. Também quero que você não se mexa, vai sentir uma fisgada na coluna. Mas é normal, não dói, é somente uma fisgada. Tudo bem?

- Sim. - É só o que consigo dizer.

Me sento e faço tudo o que ele pediu, sinto ele passar uma gaze molhada em minhas costas na altura da cintura. E logo depois a fisgada, eles me deitam e começo a sentir uma coisa estranha. Minhas pernas formigam, sinto a cama se balançar e é estranho. Vejo por cima do pano que está a minha frente que a enfermeira levanta minha perna e passa um pano molhado, creio eu que com yodo, pois é um líquido vermelho bem escuro. Vejo ela fazer isso, porém não sinto.

- Khloe, está sentindo alguma coisa?

- Não.

- E agora?

- Não doutor, não sinto nada.

- Tudo bem, vou começar.

Do meu lado estão o anestesista e a enfermeira, escuto o bipe dos aparelhos e sinto a cama se balançar. Alguns segundos depois escuto seu choro, fico curiosa para ver seu rosto, eu sorrio e choro como uma louca. A outra enfermeira aparece do meu lado, e me mostra minha pequena Karol, ela está chorando seu corpinho sujo, mas é linda. Quando a enfermeira deixa que nossas peles se toquem ela de imediato se acalma. Ela é tão quente sua pele macia como pêssego. Minha princesa, minha pequena Karol que chegou não tem nem um minuto e já tem todo o meu amor.

Alex

Nossa estou com os nervos a flor da pele, é hoje, agora daqui a alguns minutos minha pequena sobrinha vem ao mundo. Estou tão feliz a nossa pequena Karol é a nossa esperança, ela vai chegar para iluminar nossas vidas.

- Aí será que ela já nasceu? - Pergunto para a mãe da Khloe.

- Olha ali o médico, vamos lá perguntar.

Ela corre até alcançar o doutor e eu a sigo.

- Doutor... Doutor? - Ele se vira. - Minha filha, já deu a luz?

Ele sorri. - A bebê já está no berçário, nasceu exatamente as 00:45hrs.

- Obrigado. - Agradeço pois a mãe da Khloe já saiu correndo para o berçário.

No caminho para o berçário meu.celular toca, olho o visor e é minha mãe.

- Mãe, está tudo bem? Por favor diga que está? - Pergunto aflita.

- Alex! Minha filha! Seu irmão reagiu, ele reagiu!

- Mãe... Quando foi isso?

- Era 00:45hrs eu estava do lado dele. - Diz com a voz cheia de esperança.

Só depois de alguns segundos que minha fichá cai, os horários são... Eles batem. Na hora que a Karol nasceu o Guilherme reagiu. Meu Deus ainda á esperança. Começo a chorar pois isso é coisa de Deus. Chego ao berçário e vejo a mãe de Khloe babando, me aproximo e lá está ela. Tão linda, branquinha, cabelos castanhos claro como o do Guilherme. Minha pequena que sua chegada seja a nossa salvação.

Para Sempre Sua (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora