Para Sempre Sua (Completo)

Capítulo 24 Fim

Khloe

Karol está dormindo em meus braços quando eu entro no quarto, meus batimentos cardíacos aceleram. Ver todos esses fios e aparelhos que não param de apitar faz meu corpo tremer, assim que fecho a porta atrás de mim Karol abre os olhos e olha a sua volta. Meu rosto já está coberto pelas lágrimas, Guilherme está magro e sua barda está grande, parece estar bem mais velho. Em passos lentos me aproximo da cama e me sento na poltrona de couro branco. Devagar minha mão faz a viagem até pousar sobre a dele, e não consigo mais, estou no fundo do poço me afogando em minhas lágrimas. Ainda posso sentir, ainda sinto a eletricidade. Beijo cada um de seus dedos ainda quentes, me fazem ter esperanças, mas logo elas morrem, não tem mais esperança ele ainda está aqui só por causa dos aparelhos. Isso é demais para mim era isso que eu queria evitar, só queria ficar longe de tudo. Mas como ficar longe da pessoa que você mais ama na vida? A pessoa que lhe deu a oportunidade de sentir e viver o amor incondicional. "O amor de mãe para filho(a)". Mesmo longe dele durante muitos anos ele foi o principal motivo que me fez ir em frente, mesmo sofrendo por não poder dividir isso com ele na minha cabeça nós iríamos acabar juntos. E quando tudo estava no caminho certo acontece isso, mas ele foi bom o suficiente para me deixar um presente, um presente para toda uma vida. Quando olho nos olhos da Karol é como se eu estivesse mergulhando nas profundezas dos olhos dele, agora fechados sem forças para poder abrir e ver o lindo presente que ele me deu.

- Você sempre foi tão forte meu amor. Por que você desistiu? Por que você não lutou? - Aperto forte sua mão e sinto a corrente de energia passar dele para mim. - Guilherme quero tanto você aqui comigo, com a nossa Karol. Não faz isso comigo não me deixe sozinha, você é minha metade e se você se for nunca mais serei a mesma.

Choro muito e minha vontade e de gritar com ele, estou brava e quero bater em seu peito, quero que ele ACORDE!

- Você perdeu as esperanças?

Um homem alto e de pele parda com cabelo preto, está todo de branco, sua voz é serena e me acalma. Por onde ele entrou? não escutei a porta se abrir.

- Vocês médicos dizem que não tem nada que possam fazer. - Tento esconder a secura em minhas palavras mas não consigo.

- A medicina humana é falha.

- Então está me dizendo que há esperança?

- Estou dizendo que poderia ter sido feito muito mais por ele.

Sua voz é tão calma e transmite tanta paz e serenidade.

- Filha, Deus sabe o que faz. Para tudo a um propósito, creia nisso e tenha fé. - Então ele sai.

Assim que ele sai uma enfermeira entra, seu olhar encontra o meu e posso  ver a compaixão em seus olhos.

- Sinto muito. - Diz

- Quem é o médico que saiu agora daqui?

- Que médico? - Ela parece confusa.

- O que saiu pouco antes de você entrar.

- Eu estava na porta a uns dez minutos, e ninguém entrou aqui além da Senhorita.

Meu Deus!

Estou paralisada e em choque, como ninguém entrou? de onde ele veio?

- Sinto muito mesmo. Mas precisamos começar.

- Só mais um minuto. Por favor?

Ela assente e sai.

Eu passo a mão pelo seu rosto acaricio seu cabelo, passo meu polegar em seus lábios. Não irei ver esse lindo rosto nunca mais, como queria ver o seu sorriso. Dou um beijo casto mas cheio de amor em seus lábios, e saio do quarto.

- Todos já estão na outra sala. É por aqui.

A enfermeira me guia pelo enorme corredor e para na terceira porta. Revelando uma enorme sala com cadeiras por toda volta, no centro há uma maca que está protegida por paredes de vidro. Todos estão sentados e calados, Cris parece estar em outra dimensão muito longe daqui.

Dez minutos depois eles entram e trazem com eles Guilherme e todos os aparelhos.

- Meu filho! - Cris se levanta apóia as mãos no vidro e desaba. - Meu filho!

- Mãe por favor, calma. - Alex fala entre o choro tentando inutilmente acalmar a mãe.

Os médicos falam alguma coisa mas a única coisa que escuto são os barulhos que os aparelhos fazem, o bip repetitivo, ecoa em minha cabeça. E derepente ele para, um silêncio absoluto em minha cabeça, e está tudo acabado. Todos choram deixando toda sua dor transparecer, e eu só consigo ficar ali parada olhando para ele, esperando que ele me de algum sinal.

Mas nada acontece.