This could be the end of it all

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— Você já sentiu que odiava alguém, e amava ao mesmo tempo?

Era noite, todos estavam em lugares diferentes  planejando uma forma de fazer magia sem serem detectado. Menos Laylah e Nicolas, os dois estavam deitados em cima da mesa grande no meio da Penumbra observando as estrelas.

— O que quer dizer? – Nicolas questionou a Laylah.

Por algum motivo ele sentia que podia contar todos seus sentimentos para aquela mulher ao seu lado, como se a conhecesse a tanto tempo que fosse perfeitamente normal estar ali, vendo as estrelas com ela.

— Não sei explicar! – Respondeu deixando uma expressão expressão triste passar por seu rosto – Eu só... eu amo a minha mãe, mas ela me faz sentir tanto ódio com as atitudes e suas ideologias. Não sei as palavras certas.

— Não é tão confuso quanto parece. Você pode amar alguém que odeia, isso não te torna mais humana – Laylah riu e pegou a mão dele para esquentar as suas próprias – Acho que eu não consigo amar a minha mãe. Tudo que liga a ela parece escuro e longe...

Laylah o olhou com aqueles olhos grandes e escuros cheios de confiança e então sorriu, permitiu Nicolas um lugar seguro para falar.

— Eu nunca a conheci, ouvir ela cantar ou sentir seu cheio. A única coisa que tenho dela é essas garras idiotas e, segundo meu pai, os olhos dela. – Laylah olhou discretamente para os olhos escuros, ela tentou disfarça isso, por isso Nicolas não disse nada – as vezes é como se isso não me pertencesse. As garras, os olhos e a matilha, é como se eu apenas tivesse pegado isso deles e não merecesse ter.

— Você age como se fosse descartável, mas você não é! – Laylah falou seria – você é incrível, sua matilha te respeita porquê você fez por merecer. Suas garras e seus olhos são o reflexo do que você significa para ela, como uma prova de amor dela que estará para sempre contigo.

Nicolas deitou a cabeça na madeira velha e olhou para Laylah com carinho.

— Você e Brian são iguais! Sempre agem como se soubessem de tudo.

— A única diferença é que eu sempre sei!

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O barulho de passos sincronizados entrando na cabana quase fez Heleonor rir.

— Meus Williamson favoritos! – Sorriu abertamente.

Gellert e Brian reviraram os olhos ao mesmo tempo.

— Você poderia não ser uma versão dela? – Brian perguntou mesmo que aquilo significasse que Heleonor fosse tudo que ele temia.

— Não me culpe pelas coisas que eu acredito, Ivor.

— Espero que seja seus atos favoritos.

— Esperava que soubesse que apesar de tudo, eu te amo – Disse com um sorriso no rosto.

Gellert esperava que ela tivesse amado ele tanto quanto amava aquilo que estava fazendo. As vezes uma ligação forte se rompe por atos imbecis, e tudo que se pode fazer sobre isso é continuar.

— Vocês sabem qual a diferença entre os Williamson e os Mikaelson?

Aquele questionamento pegou os dois irmãos bastante desprevenidos.

— É uma coisa que Leslie Bendtsen sempre diz. Todos do Malignus são diferentes, menos essas duas famílias, vocês são tão semelhantes em termos familiares e de magia. Tem apenas uma coisa que diferem as duas famílias, vocês sabem o que é?

Os irmãos negaram com a cabeça.

— As duas são cruéis, desprezíveis e arrogantes. A única diferença, segundo Leslie, é que os Williamson parecem gentis... talvez seja por isso que eu não vou desistir da minha família. Porque se eu escolher vocês, eu não vou saber se estarão usando essa maneira de ilusão contra mim! Vocês são piores que eles, os Mikaelson fazem as coisas para o mundo ver, enquanto vocês para ver o mundo sofrer em silêncio.

— Heleonor...

— Adrastéia está aqui! Estamos na reta final desse jogo, vamos lá. Agarrem as mãos de quem vocês amam. Protejam as pessoas nas quais vocês morreriam...

Brian olhou fundo nos olhos da bruxa procurando algo que significasse que estava blefando, mas aquele brilho nos seus olhos diziam apenas que ela estava no comando de todas as ações do momento.

Ele ainda conseguia se ver como antigamente, com seu mundo se destruindo e seus pensamentos confusos e mesmo assim seu primeiro instinto era pegar a mão de sua irmã e fugir para o mais longe do perigo, não importando se pessoas iriam morrer ou famílias iriam se destruir. Ela era ainda sua responsabilidade

O bruxo não olhou para trás, ele apenas correu para fora e encontrou Laylah e Nicolas do lado na mesa de madeira gigante rindo iguais dois idiotas.

As mãos dos dois foram agarradas ao mesmo tempo e no mesmo instante estavam dentro da floresta com Brian os arrastando para qualquer lugar que pudesse.

— Me solte! – Laylah gritou e afastou-se de Brian quando impôs força nas mãos.

— Laylah temos que ir! Nossa mãe está perto, ok? Tenho que manter vocês dois seguros.

— Onde ela está? – A pergunta foi respondida pelo olhar confuso de Brian – Não sabe... certo. Leve Nicolas para Mystic Falls, tenho amigos morando nas redondezas. Lá vocês estarão seguros.

— E você? – Os dois perguntaram juntos, o que causou uma leve risada inapropriada de Laylah, levando em conta a situação.

— Vou voltar para a Áustria, tenho coisas para resolver.

— Vamos juntos, depois você vai para lá. Seria mais seguro, certo?

Logo após a pergunta, Laylah se voltou a Nicolas e o abraçou.

— Eu tenho alguém naquele lugar, alguém que eu amo odiar... – a bruxa sussurrou apenas para ele e então se afastou dando um aceno para o irmão – Ele é sua responsabilidade! – e então adrentando a vasta floresta.

Nicolas tomou a direção do fim da floresta, os dois silenciosos, mas com alguma mínima esperança de que poderiam resolver todos os problemas se seguissem a direção a estrada disfarçada criada desde o dia em que a matilha pegou a floresta como sua.

Faltavam poucos quilômetros quando uma sensação de calor tomou conta dos dois, algum tipo de ritual os circulando como chamas isolantes.

Brian trouxe Nicolas para si no segundo em que toda a terra começou a se tremer e então uma chuva terrivelmente assustadora os cercou quando o lobo em seus braços começou a se tremer.

Quando o corpo em seus braços se tornou mole e maleável demais, Brian caiu. E naquele momento não tinha ninguém para segura-lo.

Brian pegou o rosto em suas mãos e tentou lutar contra as lágrimas traidoras. Não. Aquela pele fria não podia ser de Nicolas, Brian se recusava a aceitar isso. Nicolas era quente, era aconchegante, ele era um grande bagunça e bagunças como ele são vivas, Nicolas não poderia estar morto porque ele é uma bagunça. Sua bagunça.

Ele não podia fazer isso.

— Fica comigo, nos temos que ir... vamos.

Foi a última coisa que disse antes de uma névoa preencher o lugar e tudo escurecer.

Parecia que o mundo estava se acabando, seu mundo, tudo era escuro e medonho. O coração de Brian começou a acelerar e sua parte mais vulnerável e frágil de ser bruxo tomou conta de si. Ele fechou os olhos com força tentando conter as lágrimas.

Em um súbito, ele se levantou de onde estava ao lado do corpo de frio de Nicolas e então pareceu que um rio gelado passou por si.

Ele fecha os olhos e quando os abre novamente já não está na floresta escura com Nicolas deitado no chão.

Ele esta em sua casa, acordando com a voz baixa de sua mãe.

— Finalmente acordou, estava preocupada.

Before The AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora