Memoirs

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Brian não gostava que entrassem em sua mente. Ele descobriu isso aos treze anos, quando sua mãe o pegou desenhando com Laylah.

Na época ele acreditou que era por que ela não gostava de desenhos ou era por Laylah ter feito pequenos anjinhos negros em seu desenho, em sua mente infantil e imatura ele acreditava que sua mãe queria castigar os dois por fazerem bagunça.

Naquele dia, Adrastéia o puniu quando se pós na frente de sua irmã e a defendeu, sua mente foi invadida e seu corpo foi violado pela primeira vez por uma mulher enfurecida e rancorosa.

Em cada minuto que Brian ficou jogado no chão, nadando em seu próprio sangue, seu único pensamento era que sua irmã estava segura.

Brian tinha consciência agora de que a punição não foi pelos barulhos e bagunça.

Não é comum, vindo de uma família destinada a ter um único líder praticante do poder da família, ter duas crianças sorridentes e inocentes dando sinais de magia enquanto desenham ancestrais poderosos, anjos e demônios.

Ela sentiu preocupação, ele gostava de acreditar nisso, por quê a mínima hipótese de sua mãe ter punido e invadido seu consciente por outro sentimento o deixava enjoado, então como porto seguro ele se forçou a acreditar que Adrastéia ficou preocupada e apenas verificou se seus filhos estavam bem. Ele precisava culpa algo, então culpou a si mesmo.

Ele deveria se sentir sujo agora, enquanto dava permissão à uma outra bruxa de entrar em sua mente e á percorrer, sem livre arbítrio.  Ele deveria se sentir culpado por dar isso para alguém, quando tantas vezes sua mãe fez isso com ele e seus irmãos, não era justo com Laylah ou Thomas.

Mas diferente de Adrastéia, Heleonor tinha sua confiança. Brian poderia ter certeza de que ela nunca ia além do seu limite, nunca roubaria suas memórias ou o sujaria com seus desejos.

Brian só percebeu que estava tremendo quando Nicolas agarrou sua mão, o predendo em uma aperto quente.

— Não precisa fazer isso se não quiser.– Falou ainda segurando sua mãos protegendo-a.

Antes que Brian pudesse formular algo para lhe dizer, Heleonor e Ryle entraram na cabana com olhares tristes trazendo com elas um recipiente pequeno com sal dentro. Heleonor olhou para Ryle e então a garota começou a fazer um círculo com sal que havia trazido.

— Você deve saber como funciona isso – Disse gesticulando as mãos, como se fosse a coisa mais normal do mundo – Eu sei que isso é complicado para você Brian, e por isso que se você tem alguma dificuldade mínima em fazer, me diga agora!

— Eu vou fazer – disse confiante, mas Nicolas sentiu a insegurança dele, por isso apertou mais suas mãos.

— Quero que saiba que não vou entrar em nenhuma outra memória, eu vou apenas ver a de mais cedo e meio que inspecionar ao redor dela. Para isso eu vou ter que fazer um feitiço para me colocar naquele lugar e vocês não poderão me ver.

— Você vai voltar no tempo por meio de uma memória? — Uma quinta voz se fez presente, todos os rostos se viraram para pôde ver Tessa entrar no local.

Ela olhou de relance para Brian, depois para as mãos juntas e depois para Nicolas, para logo depois revirar os olhos quando recebeu um sorriso sem graça do lobo.

— O que você está fazendo aqui? – Heleonor perguntou com desdém.

— Qual o seu problema com a minha presença? — Devolveu com o mesmo tom de voz que ela – Tem medo que eu também pegue seu salzinho?

Heleonor deu passos em direção a ela, mas foi impedida por Ryle que puxou seu braço.

— O que? Vamos lá, me ataque!

Before The AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora