Epilogue

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Epílogo

O lugar estava tão vazio que parecia que ninguém pisava ali a séculos, mas para a mulher que adentrava o local com uma mesa gigante no centro e alguma cabanas a céu aberto, aquele lugar parecia a visão perfeita do sucesso.

Claro que Adrastéia esperava que seus filhos não tivessem fugido como idiotas no momento em que souberam que ela estava perto, mas o que ela podia fazer?

Suas crianças estavam juntas, e ela aprendeu a muito séculos atrás que quando os quatro estão juntos ela não é poderosa o suficiente. Então a única forma de manter tudo em direção ao que ela quer, é separando-os.

É claro que o empecilho de uma loba idiota no caminho para cá a fez ficar chateada, mas Adrastéia já tinha se livrado dela e tudo estava em seus echos novamente.

Quer dizer, faltava apenas uma parte para tudo está perfeitamente bom. E essa última parte estava deitado numa cama dormindo.

Adrastéia odiava que o rosto sereno ali fosse tão parecido com o de William. Odiava Thomas e Laylah, principalmente por serem tão parecidos com o amor de sua vida e pai de seus filhos, odiava aquele dois por não ter coragem o suficiente para tocar nos cabelos pretos e olhar nos olhos escuros. Adrastéia odiava Thomas e Laylah por terem herdado todos detalhes que mais amava em seu marido. Porém ela sabia esconder isso muito bem...

— Filho... Thomas

Os olhos perdidos se abriram devagar, o chamado o fazendo olhar para a mulher em sua frente totalmente exposto. Quando finalmente os olhos grandes e pretos se focaram em Adrastéia, a mulher teve vontade de arrancá-los de Thomas para guardar em algum lugar protegido. Aqueles olhos não pertenciam a aquela criança, não deveriam estar ali...

— Ninguém pegou em sua mão no momento de fugir, querido. Mas a mamãe está aqui, ok? Minha pequena criança.

Se não pode ser ele, vou te tornar o que eu quiser. As palavras passando pela sua cabeça enquanto trazia Thomas para seu colo e o confortava.

{●●●●}

Laylah sentiu o impacto de magia quando viu uma mulher se ajoelhar no chão, ela se voltou para trás quando teve o vislumbre de Adrastéia torturando a jovem mulher.

Ela respirou fundo e esperou o momento em que sua mãe entrou em meio a floresta em direção a reserva dos lobos. A mulher de cabelos cacheados respirava com dificuldade e seu corpo se tremia por inteiro.

Laylah pegou a mulher pelos ombros e encostou ela em uma árvore, o sangue cobrindo completamente logo em baixo do seu peito era o que estava dificuldade a respiração da pobre mulher.

— Consegue falar? – A mulher resmungou, o que Laylah entendeu como um não. – Já provou sangue de bruxa?

A mulher não teve força suficiente para respondê-la. Laylah respirou fundo e contendo as lágrimas em seus olhos, ela levou o braço até sua própria boca e começou a se auto morder.

Ela ainda conseguia sentir toda a dor por não ser um vampiro como os irmãos, então se morder até se perfurar profundamente doía pra um cacete.

Assim que a mordida foi profundo o suficiente, Laylah levou o braços ensanguentado até a boca da mulher e a forçou a abrir a boca.

Enquanto o seu sangue entrava no sistema da mulher machucada, um aperto em seu pulso foi o suficiente para demonstrar que a força estava tomando novamente o corpo dela e sua vida voltará.

— Pare. Por favor...

A compreensão de que estava machucando a mulher que a salvou tomou a outra, que agora estava bem o suficiente para olhar no fundo dos olhos escuros e limpar seu rosto do sangue.

— Eu te machuquei...

— Não, sem problemas. Eu estou bem!

Laylah mostrou o pulso, agora completamente perfeito e sem nenhum machucado. Totalmente intacto.

— A regeneração é mais rápido que a perfuração. Sou Laylah Williamson, e esse lugar não é seguro para você.

— Eu cresci nesta floresta, a conheço como se fosse parte de mim.

Laylah olhou para ela e suspirou com uma terrível vontade de se deitar e dormir.

— Sou Tessa Jones. 

— Laylah...

Tessa riu e Laylah não entendeu realmente o motivo. Seus olhos estavam pesados e ela poderia se deitar ali mesmo, perto de Tessa... Tessa, Tessa. Tessa era um nome bonito.

— É normal eu querer te beijar nesse momento? – Tessa perguntou quando percebeu o rosto adorável e muito, muito, muito sexy de Laylah.

— Nada comigo é normal!

Tessa engatinhou até Laylah e pegou o seu rosto nas mãos antes de tomá-la para si encostando suas bocas. A pele das duas pareciam feitas para se tocarem, Tessa sentiu o corpo inteiro estremecer quando Laylah se aproximou mais dela e pareceu finalmente despertar de seu sono.

Tessa trouxe ela para seu colo, nunca se distanciando de sua boca. Laylah gemeu enquando as mãos quentes exploraram seu corpo, parando em sua cintura e descendo até sua bunda, trazendo mais de si para perto de Tessa. A loba podia jurar que os sons que saiam da boca de Laylah eram anjos cantando em seu ouvido.

— Você precisa ir agora...

O aperto voltaram para sua cintura quando os beijos foram em sua clavícula.

— Para longe... Tessa!

Ela pareceu se acordar de um transe ao ouvir a voz enguiçada da mulher em seus braços. A bruxa olhou em seus olhos.

— Vá para o mais longe possível. Não volte aqui.

— Aquela mulher matou meu povo no meio do caminho, ela não vai tomar mais nada meu!

— Não tem nada mais naquele lugar. Tudo se foi...

As mãos geladas de Laylah foram para os cabelos cacheados, e no mesmo momento as lágrimas encheram os olhos de Tessa. Tudo se foi...

Laylah se levantou, se afastou dela uma pouco.

— Você vai ficar comigo? – Tessa questionou entre lágrimas mesmo já sabendo a resposta.

— Eu não sou sua para ficar.

Falando isso, Laylah entrou mais uma vez na floresta e seguiu seu caminho para sua casa, a maldita Áustria.

Tessa se quebrou e se consertou sozinha como tantas vezes ali mesmo entre as árvores onde cresceu. Ali naquele chão ensanguentado e maldito, Tessa Jones renasceu.

Before The AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora