Marie

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Sumida por motivos de: procrastinação, mas prometo ser mais ativa.

Não revisado.

Marie Wayne:

Depois daquela conversa com Christian, meu coração tinha se acalmado e o perdoei. Na verdade, não iria conseguir ficar com raiva dele por muito tempo, eu gosto de verdade dele, como nunca gostei de outro homem. Apesar de ser um tanto estranho, com manias estranhas, por exemplo, não deixar que eu toque, não gostar que durma com ele, eu gosto dele.

Sei que algo muito ruim aconteceu com ele. Quando era pequena achei um cachorrinho arisco na rua e o levei para casa, só queria lhe dar amor e carinho, mas ele não os aceitava, pelo contrário, me mordia e eu não conseguia entender. Até que meu pai me disse" Ele foi machucado, querida. Como essa memória ainda é fresca na mente dele, ele acha que você vai machuca-ló. De tempo ao tempo, ele vai se se acostumar com seu amor".

Isso que farei com Christian, darei tempo ao tempo até que ele se acostume comigo e perceba que quando quero o tocar não é para machucá-lo e sim para amá-lo.

Ontem ele me pediu para que dormisse com ele e eu não pude recusar. A falta que estava sentindo dele queimava minha alma, e dormir nos seus braços e semelhante ao paraíso. Não posso negar, estou apaixonada por ele, mas tenho medo dele não me amar ou pior me desprezar.

Como eu queria saber o que aconteceu com ele, porém não vou questionar-ló, seria uma indelicadeza tremenda. Mas isso não significa que não posso ligar para Mia. É exatamente isso que vou fazer.

Christian já se levantou e me espera lá em baixo para comermos e ele deixa-me na faculdade. Desço as escadas e o encontro lendo o NY Times.

— Bom dia, Chris- Digo sentando-me ao seu lado.

— Bom dia, coelhinha.- Diz beijando-me.- Você está muito linda, meu amor.- Confesso que fico sem jeito ouvindo ele dizer essas coisas.

— Obrigada, você não está... quer dizer, você é sempre muito lindo.- Ele começar a rir. - Ei! Não caçoe de mim!

— Prometo que não faço mais. Só que tem uma condição, quer saber qual é? Sim? Quero que me chame todas às vezes como ontem de Meu bem ou de Meu amor, ok?- Isso é muito estanho, ele não faz o tipo romântico.

— Ok, meu bem.

Após a faculdade marco um almoço com Mia em uma lanchonete perto da biblioteca. Assim, que ela chega, todos no estabelecimento olham para ela, na verdade, é impossível não olhá-la.

— Mariee!- Ela diz aproximando-se e abraçando-me- Você nem imagina como fiquei feliz com seu convite.- Diz ao sentar.- Como estava com saudades! Você sabe como é o Christian! Ele parece um bicho do mato, nem ao menos vai nos visitar, mas como
você está?

Ela não para de falar. Chegar a ser engraçado, ela tá faladora e o Christian naquele silêncio.

— Eu também estava com saudades. Você é uma ótima amiga, sabia? Sempre tão amável, não se parece muito com seu irmão... quer dizer não que ele seja um ogro, mas você sabe... como ele é.- Acabo falando demais! Que raiva! Ela vai achar que quero fazer mexericos com o irmão dela e não é isso.- Mas respondendo sua pergunta, estou bem e você?

— Estou muitíssimo bem! E não precisa medir suas palavras, querida. Sei como o meu irmão é. Às vezes, que dizer sempre, ele é um pé no meio do saco! E como vocês estão? Vocês se veem muito?

— Hum... há um mês meu apartamento ficou inundado e não pode ser habitado por 3 ou mais meses e... o Christian disse que poderia ficar morando com ele nesse tempo... então, estamos morando juntos... quer...- Ela me interrompe.

— NOSSA! Vocês estão morando juntos? Isso é ótimo! Há tempos não recebia uma notícia boa assim! Mamãe precisa saber disso! Imagino como ela vai ficar feliz. Marie, você não sabe o tanto que isso é importante para nós.- Ela diz segurando minhas mãos.- Obrigada!

— Ele falou que ia apresentar-me aos seus pais hoje em um jantar. Confesso que estou um pouco nervosa com isso, tenho medo de não gostarem de mim.

— O quê? Mas que bobagem! Eles vão amá-la, não
vou mentir, já contei de você para eles, na verdade, de vocês dois.- Ela dá uma pausa para beber água- E eles ficaram tão contentes! Você não pode imaginar a felicidade deles. Preciso te falar algo muito sério, promete que vai entre nós?- Maneio a cabeça positivamente.- A família Gray em geral é muito preocupada com o Chris. Não sabemos sobre o passado dele, mas parece ser uma situação difícil.

— Certo, confesso que te convidei, justamente, para saber sobre o que aconteceu com ele. Tem que certas coisas que demonstram que ele não viveu um mar de rosas antes de encontrar seus pais.

— Desculpe-me, Marie. Não tem como eu falar com você sobre isso, pois não sei o que aconteceu. - Diz com um olhar cheio de lágrimas.- Mas desconfio que alguma coisa aconteceu na Inglaterra que o fez piorar muito. Quando éramos adolescentes fomos a um velório de um amigo da família em Londres. Ficamos por lá dois meses depois do velório. Nesses meses o Christian saia todos os dias e voltava ao anoitecer, ele dizia que explorava a cidade, mas não acredito nisso, tendo em vista, que ele despistava nossos seguranças para não segui-lo. Em uma dessas saídas ele não voltou, meus pais ficaram doidos o procurando de madrugada. Até que receberam um telefonema de um hospital avisando que ele tinha sido deixado lá inconsciente com uma concussão. Após esse incidente ele se fechou mais ainda e tornou-se um homem sombrio e solitário.- Diz secando as lágrimas.- Ele não desabafa nem com os psicólogos, mas aceitou, com muito custo, ser medicado.- Meus olhos se enchem de lágrimas e deixo escapar algumas. Não consigo imaginar o que ele passou, eu sinto tanto por ele. Como queria ajudá-lo - Os medicamentos prescritos são para insônia, ansiedade e TOC, tem outros, mas não lembro, são muitos.

— Eu sinto muito por ele e por vocês. Isso explica muita coisa. Meu coração se aperta ao imaginar o que ele pode ter passado.- Digo secando as lágrimas.

— Você trouxe a ele um pouco de paz, Marie. Ele voltou a ser mais descontraído e não tão retraído. Eu a amo muito por isso, obrigada.

— Eu gosto tanto dele. Sua falta é angustiante para mim. Na verdade, acho que o amo.

— Ele a ama. Ele a ama mais que a ele mesmo. Eu sinto isso, Marie.

— Por favor, não me iluda. Às vezes sinto que ele tem vergonha de mim, isso me machuca muito. Estava decidida em deixá-lo, mas ele se desculpo comigo e disse que  iria fazer o mínimo. Não sei se sou boba por ficar feliz com o mínimo, mas estou.

— Não diga isso. Não o deixe, por favor. Tenho medo de como ele pode ficar sem você. Vou tentar ajudá-lo a ser menos... ele.

Até a próxima 🥰