Capítulo 2

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– Vamos conversar. O puxei pelo braço para fora de casa.

– O que eu faço?! Me ajuda! Me abraçou.

– Estevam, me solta. O afastei de mim. – O que você usou? Suspirei.

– Eu passei na arena e comprei algumas coisas, mas não vem ao caso. Andou de um lado para o outro.

– Eu acho que você deveria ir vê-la! Cruzei os braços. – Por ter chego dessa maneira, o único apoio que você poderia ter do Gustavo, acabou de perder.

– Eu não vou te deixar! Passou a mão no cabelo. – Já te perdi uma vez. Dessa vez lutarei por nós dois.

– Estevam, não existe nós dois. Me aproximei falando mais baixo. – Você será pai agora, deveria dedicar seu amor a Ana! Suspirei.

– Claro que existe Laura! Eu te amo, você me ama! Não é porque terei um filho com a Ana, que isso vai mudar.

– Estevam, vai embora... Desviei os olhos. – Vai atrás dela, ela precisa de você agora! Em breve irei me casar com o Gustavo também. Não vou desistir disso. Me afastei.

– Não faz isso Laura...

– Só vai Estevam... Me virei e entrei em casa, fechando a porta atrás de mim.

Respirei fundo e fechei os olhos imaginando que essa poderia ter sido minha última chance de declarar todo meu amor por Estevam. Eu havia literalmente o jogado para os braços de Ana e não tinha mais nada que eu pudesse fazer.

Subi as escadas devagar e entrei no quarto. Gustavo falava ao telefone e quando eu ouvi a palavra "Ana" meu coração acelerou de tal maneira que a vontade era de jogar seu celular longe.

– Desliga isso! Sussurrei ríspida e ele revirou os olhos saindo do quarto apressado.

Ouvi a baita bronca que ele deu em Ana por pelo menos 5 minutos. Gustavo falava tão alto que provavelmente se fosse eu, já estaria chorando.

– O que você disse pra ele? Gustavo me perguntou entrando no quarto de Gabriela após mais de 1 hora no telefone.

– Você não deveria ter feito isso. Cobri o rosto da Gabi com sua manta enquanto a amamentava. – Isso não é problema nosso.

– A Ana é a filha que nunca tive. Os problemas dela também são meus. Eu não tenho culpa se os pais dela não colocam limite em suas ações, eu estou aqui pra isso.

– Que limites, Gustavo? Ela já é maior de idade e sabe o que faz da vida.

– Laura, ela só tem 22 anos e uma carreira pela frente! Como vai ser com um bebê agora?!

– Gustavo, me desculpe, mas vocês são ricos. A Ana nem precisaria trabalhar se não quisesse. Você tem contatos no mundo todo. Eu duvido que ela fique sem trabalho mesmo depois do parto. Senti Gabriela soltar meu peito e ajeitei minha roupa, me levantando em seguida.

– O que você disse pra ele? Gustavo suspirou e se encostou no batente da porta.

– Pedi para que ele a procurasse. O olhei. – Ela vai precisar dele agora. Espero que sua gravidez seja muito diferente da minha. Passei a mão na cabeça de Gabriela devagar.

Gustavo suspirou e se aproximou, pegando-a no colo. Ele a apoiou em seu peito e passou a mão devagar por suas costas, dando leves batidinhas.

– Eu sei que você se preocupa, e isso é lindo em você! Passei as mãos por seus braços. – Mas a Ana sabe se cuidar e o Estevam, embora não pareça, é um cara responsável.

– Tentarei não me descontrolar novamente. Beijou a testa da Gabi e me devolveu, saindo do quarto em seguida.

Gustavo foi trabalhar e eu passei o dia todo com minha filha. Estava tentando introduzir algumas frutas na alimentação dela, o que não era uma tarefa muito fácil.

A babá até me ajudava, mas confesso que Gabriela era uma criança difícil, mesmo sendo tão pequena ainda.

– Eu vou me arrumar, pois irei jantar com Gustavo, mas estarei o tempo todo com o telefone. Se alguma coisa acontecer, não hesite em me ligar.

– Sim senhora!

– Voltaremos de madrugada provavelmente, mas eu passo aqui para dar um beijo na Gabi. Sorri beijando sua testa.

– Estarei acordada. A baba sorriu. – Se divirtam. Pegou a Gabi e eu sai do quarto.

Ainda era muito difícil pensar em atividades que não a envolvessem, mas por outro lado, Gustavo estava me cobrando uma atenção absurda.

Tomei um banho demorado e lavei o cabelo. Coloquei um vestido preto curto com alguns detalhes em brilho e uma sandalha de salto da mesma cor.

Sequei meu cabelo e fiz uma maquiagem suave. Como passaria na empresa antes de leva-lo para jantar, não queria chamar muito a atenção.

Chamei um taxi e me dirigi até lá. A imagem de Estevam desnorteado quanto a sua situação, não saia da minha cabeça. Eu precisava fazer alguma coisa para esquecer todo esse conflito e me concentrar na minha situação atual.

Quando cheguei, fui direto para o andar que Gustava ficava. Sua secretária estava concentrada no computador, quando olhou atenta para mim.

– Boa tarde, senhora Laura. Gostaria de um café?

– Olá! Sorri simpática. – Na verdade só vim buscar o Gustavo... Me dirigi até sua porta.

– Ele está em uma reunião de negócios. Se levantou vindo rapidamente até mim.

– Então a gente se fala essa semana ainda, meu bem. Uma mulher abriu a porta e deu de cara comigo.

Olhei para ela da cabeça aos pés e a encarei em seguida. Era uma loira, com um corpo escultural. Sua roupa era tão vulgar quanto seu olhar para Gustavo.

– Aguardo seu contato para agendar a próxima reunião. Gustavo sorriu sem graça e me encarou.

– Perfeito! O beijou na bochecha, bem próximo aos lábios. – Com licença... Ela passou por mim e se dirigiu até o elevador.

A secretária de Gustavo se afastou e voltou para sua mesa. Eu apenas cruzei os braços e o encarei.

– Entra... Ele abriu mais a porta para mim e eu entrei na sala em passos duros.

– Quem era? Tentei manter a calma.

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