Capítulo 18

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Na manhã seguinte fui fazer o que Gustavo havia me pedido. Fui até a concessionária buscar seu carro, que traria na mesma hora, e escolher o meu, que seria levado posteriormente.

Peguei o mesmo modelo que o de Gustavo, mudando apenas a cor de preto para vinho. Era um carro grande e espaçoso e atenderia perfeitamente minhas necessidades de locomoção com a Gabi.

Eu não sabia nem como agradecer Gustavo por tal ato. Era algo que mais ninguém faria por mim além dele.

Quando cheguei em casa, ele ainda estava deitado. Como tinha que ficar de repouso, não poderia sair pra correr.

– Já fiz o que me pediu. Entrei no quarto e abri a cortina.

– A tempos não dormia tanto. Se esticou na cama e cobriu seu rosto.

– As vezes é bom descansar amor. Encostei a porta e tirei minha camiseta e calça jeans.

– Eu sei... Respirou fundo e sentou na cama me observando. – Vem aqui. Estendeu os braços.

– Como está o dedo? Me aproximei e me ajoelhei na cama.

– Não sinto nada. Sorriu. – Que carro escolheu? Me puxou para seu colo.

– O mesmo que o seu, apenas uma cor diferente. Passei a mão em seu rosto.

– Fez uma boa escolha. Me deu um selinho. – Tenho uma reunião importante hoje a tarde.

– Nada disso! Você precisa se cuidar Gustavo! Estar de repouso é literalmente ficar de repouso.

– Mas...

– Sem mais! O interrompi. – Vou ligar para Felipe e falar sobre sua saúde. Ele vai assumir as coisas temporariamente... pelo menos nessa semana. Saí de seu colo.

O restante da semana passou bem devagar. Fiquei o tempo todo na cola de Gustavo, esperando que ele fizesse algo de errado para repreende-lo. O vi trabalhando algumas vezes escondido e isso já estava me tirando do sério.

– Estou comportada? Dei uma volta e Gustavo me olhou de cima a baixo.

– Sim, esse vestido caiu muito bem em você!

– E você? Já está pronto? O observei.

– Sim... Suspirou.

– Relaxa, é uma festa de criança, não vai se prolongar muito, até porque acredito que Marcus nem tenha tantos convidados assim...

A Gabi já estava com Marcus desde ontem, e ficaria lá até amanhã por conta da festa, mas sinto tanta saudade da minha filha quando estou distante.

Eu realmente não queria que as coisas tivessem acontecido dessa maneira, queria ter uma família feliz, queria que a Gabi tivesse os melhores pais do mundo. Mas Marcus errou tanto em nosso relacionamento, e eu também... não tiro minha culpa.

Me apaixonar por Estevam foi maravilhoso, mas acredito que tenha sido uma das desgraças da minha vida. O pior é que não consigo esquece-lo.

– Amor? Gustavo me chamou atenção e eu o olhei assustada. – Podemos ir... ele olhou para frente e eu percebi que estava a um bom tempo parada na garagem de casa.

Sacudi a cabeça e dispersei meus pensamentos. Dirigi até a casa de Marcus e quando entrei em seu apartamento me espantei com a quantidade de pessoas. Não me lembrava dele ter tantos amigos. Tudo bem que podem ser do novo trabalho dele.

Procurei por minha filha e a observei de longe interagindo com outras crianças. Antes de deixa-la voltar para seu divertimento, matei minha saudade com beijos e abraços retribuídos por ela.

Meu pai obviamente estava na festa, interagindo mais com Marcus do que com Gustavo. Acredito que seja a hora de deixar as coisas claras com ele e aproveitei um momento em que Marcus foi recepcionar alguns convidados para puxar meu pai para um canto e ter uma conversa civilizada com ele.

– Pai, eu entendo, e eu entendo de verdade mesmo. Reforcei. – O apreço e carinho que você tem por Marcus... Ele foi meu primeiro marido, ele me deu anos de felicidade e ele me aceitou perante Deus no altar, mas isso acabou. Eu sei que para o senhor é muito difícil aceitar esse término, ainda mais por conta da Gabi, mas eu e Marcus não nos amamos mais.

– Eu não consigo aceitar que você pode ser feliz sem ele enquanto ele sofre a sua perca. Meu pai retrucou.

– Pai, o Marcus já tem até outro filho... Desculpe, mas eu duvido que ele esteja sofrendo pela minha perca! Olhei em seus olhos. – Nós dois estamos vivendo nossas vidas de forma individual e isso não têm mais reconciliação, então o senhor pode por favor aceitar Gustavo? Olhei em seus olhos.

Meu pai deu uma breve olhada pelo ambiente e parou seus olhos em Gustavo. O observou por breves segundos.

– Eu posso tentar! Me olhou nos olhos e eu sorri aliviada.

– Obrigada, pai! O abracei forte e olhei para Gustavo, que nos observava. Dei um sorriso e ele sorriu de volta, entendendo o recado.

– Mas eu não vou deixar de ser amigo de Marcus, nem de seus pais. Resmungou.

– Eu nunca te pediria isso... Marcus ainda é pai de Gabriela, isso nunca vai mudar. Apertei suas mãos.

– Ok! Tentarei ser mais simpático. Se retirou e foi ao encontro de Gustavo, cumprimenta-lo.

O restante da festa foi bem tranquilo. Marcus e eu, por incrível que pareça, não trocamos farpas e a festa aconteceu na maior tranquilidade.

– Amanhã eu venho busca-la, a tarde. Beijei a testa de Gabi que já dormia no colo de Marcus.

– Ok! Obrigado por ter vindo. Ele sorriu de lado e fechou a porta.

Foi a primeira vez desde que nos separamos, que não nos tratamos mal. Vejo uma evolução.

Dirigi até em casa novamente e tomei um banho quando cheguei. Gustavo foi logo depois de mim e eu o aguardei na cama, enquanto passava os canais da TV.

– O que você falou para seu pai? Gustavo entrou no quarto e tirou a toalha da cintura, secando seu cabelo em seguida.

– Só deixei as coisas um pouco mais claras. O olhei dos pés à cabeça. – Ele entendeu...

– Ah sim... Gustavo me olhou. – Se continuar me olhando desse jeito, vou entender como um recado. Passou a mão por seu membro. – Por que não aproveitamos que estamos sozinhos? Mordeu os lábios.

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