Capítulo 8

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Laura

– Você já está pronto? Perguntei a Gustavo que estava dentro do banheiro.

– Sim, mas você ainda não me disse para onde vamos... Saiu ajustando seu blazer.

– Você vai conhecer meu pai hoje bobinho. Sorri e dei um selinho nele.

– Você está falando sério? Engoliu em seco.

– Sim, por que? Você não quer? Arqueei a sobrancelha.

– É claro que eu quero. Só não estava preparado. Riu.

– Vamos buscar a Gabi na casa de Marcus e depois almoçamos no meu pai. Pode ser? Sorri.

– Claro. Eu te amo e estou feliz de conhecer seu pai hoje. Gustavo me abraçou e beijou meu ombro.

Saímos de casa e fomos para a cidade. Meu pai também não sabia que iria conhecer Gustavo hoje, para ele seria apenas um almoço em família.

Quando cheguei no condomínio de Marcus, não fui autorizada a subir, pois ele não estava em casa.

– Marcus não está em casa... Disse impaciente para Gustavo, quando entrei no carro.

– Não se estresse amor, ligue para ele. Nós esperamos. Sorriu.

Peguei o celular e procurei o número de Marcus na agenda. Liguei em seguida e esperei que atendesse, o que demorou bastante.

– Não posso falar Laura, estou dirigindo.

– Marcus, onde você está com a minha filha? Estou esperando aqui no condomínio para pega-la! Seu horário já acabou.

– Nossa filha, Laura. Me corrigiu. – Estamos na estrada, logo nos encontramos.

– Marcus!!! Eu preciso da Gabriela agora! Eu tenho um compromisso.

– Laura! Eu disse que logo nos encontramos. Você não está vindo para a casa do seu pai também?

– Mas, como...

– Como eu sei? Ele me chamou para almoçar e disse que você viria, por isso já trouxe a Gabriela para adiantar! Achei que ele tivesse te falado.

– Até logo Marcus! Falei impaciente.

– O que foi? Está tudo bem com nossa bebê? Gustavo me perguntou preocupado.

– Marcus está indo para a casa de meu pai. Revirei os olhos. – Amor, vou entender se não quiser ir comer conosco. Suspirei.

– Claro que não. Agora acho que temos que aparecer juntos para que seu pai entenda que está comigo. Sorriu.

– Ok amor. Passei a mão em seu rosto. – Então vamos, quero ver minha filha e meu pai. Sorri e coloquei o cinto.

Gustavo dirigiu até a casa de meu pai, o que deu umas duas horas de viagem. Seria mais perto se tivéssemos ido direto de casa, mas como meu pai não comentou sobre o pequeno infortúnio de ter chamado Marcus, não tínhamos como saber.

Quando chegamos, observei mais de um carro parado em frente a casa de meu pai, o que era péssimo, porque aquele carro era dos meus antigos sogros. Eu estava nervosa em como poderia se dar esse almoço, mas ficaria o tempo todo ao lado de Gustavo e torcendo para que ele não se estressasse com algo.

– Olá! Boa tarde! Disse entrando sem bater e os vendo conversar na cozinha.

– Oi, filha! Meu pai veio até mim de braços abertos. Sua feição mudou após ver Gustavo atrás de mim, que tentou ser simpático mostrando um sorriso amarelo.

– Pai! O abracei. – Queria te apresentar o Gustavo, meu noivo.

– Prazer... Gustavo estendeu a mão e meu pai a pegou receoso, dando um aperto rápido.

– Você não me disse que outra pessoa viria...

– Pai... não seja indelicado. Achei que seria um almoço de família.

– E é! Mostrou o pessoal conversando. – Você deveria ter me avisado.

– O Gustavo é minha família agora pai, e eu espero de verdade, que o senhor entenda. Passei por ele e fui ao encontro de Gabriela.

– Mama!!! Ela estendeu os braços para mim, dando um sorriso de orelha a orelha.

– Oi, meu amor. A peguei do colo de Marcus e dei vários beijinhos na mesma. – Oi, gente... Sorri sem graça e me reaproximei de Gustavo. – Esse é meu noivo, Gustavo.

Ele apenas sorriu e acenou com a mão, quando os demais desviaram o olhar e foram fazer outras coisas. Que situação constrangedora.

O almoço foi no mais puro silêncio. Ouvia-se apenas o barulho dos talheres no prato. Gabriela começou a chorar e a puxar minha blusa, sinal que queria mamar.

Estava tirando o leite materno aos poucos, uma vez que ela já estava comendo comida e agora ficava mais tempo longe de mim quando ia para Marcus.

– Com licença... Me levantei com ela em meu colo e fui para a sala. Levantei a blusa e desci o sutiã, quando ela agarrou o bico do meu seio e começou a mamar.

Comecei a nina-la enquanto observava ela mamando. Era tão pequena. Tão frágil.

– Estou planejando uma festa de 1 ano para ela. Ouvi a voz de Marcus e me virei.

– Eu acho que é um gasto desnecessário, ela nem vai se lembrar disso.

– Para isso temos as fotos hoje. Sorriu e se aproximou. – Você não vai ter custo com nada, pode ficar despreocupada.

– Tanto faz, só me avise quando será! Continuei ninando a Gabriela.

– Você fica tão linda quando está amamentando... Marcus passou o dedo sob meu seio e eu me afastei repentinamente.

– Não me toca mais dessa forma Marcus. Não temos mais nada! Falei brava.

– Desculpe. Moveu os braços em rendição. – Até parece que eu nunca vi o que tem aí. Riu sarcástico.

– Pois é! E ainda sim preferiu outras mulheres. Revirei os olhos.

– Nitidamente seu noivinho não está a vontade. Continuou rindo. – Vou voltar pra lá e presenciar mais um pouco da vergonha que ele está sentindo. Se virou e saiu.

Suspirei e continuei ninando a Gabriela, até que ela dormisse. Quando ela soltou meu peito, ajeitei minha blusa e a coloquei na cadeirinha em que Marcus a trouxe, deixando-a perto do local onde estávamos comendo.

Voltei para a mesa e sorri para Gustavo, passando a mão por sua perna devagar.

– Vamos nos casar em breve e gostaria de convidar o senhor para comemorar essa união conosco. Gustavo sorriu para meu pai.

– Ok! Só me diga onde e quando. Disse frio sem nem olhar para Gustavo.

– Enviaremos os convites... Sorriu ladino. – Vocês também estão convidados, caso queiram ir. Gustavo disse olhando para os pais de Marcus. – Considero Gabriela como minha filha e querendo ou não, fui muito amigo de Marcus, vocês também são da família.

– Teremos o prazer de recusar. Marcos sorriu para Gustavo, que revirou os olhos.

Ele passou a mão por minha perna e a apertou, me olhando em seguida. Seu olhar suplicava que fossemos embora daquele almoço no mínimo estranho.

– Bom, então já vamos. Me levantei devagar sorrindo.

– Está cedo. Meu pai me olhou.

– A Gabi vai acabar ficando com dor no corpinho dormindo ali pai, preciso leva-la para casa.

Ele percebeu que era apenas uma desculpa para que eu fosse embora e não insistiu para que eu ficasse. Após nos acompanhar até a porta, sorriu e acenou conforme o carro se afastava.

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