10º capítulo

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Foi então que me lembrei dele, a única pessoa a quem eu não deveria recorrer, mas tinha algo que o colocava no caminho "me chamo Caled, moro do outro lado da ponte".

Sim ele morava por ali em algum lugar e eu precisava tentar, por mais que minha voz fosse ficar abafada pelas árvores, era por Sophia e não por mim e ele era minha única esperança, saí correndo sem uma direção correta chamando por ele.

- Caled! Caled! Socorro!

Em casa Caled abriu os olhos despertando, virou-se tentando negar os gritos, ele não a estava ouvindo por estar perto, ele a estava ouvindo porque era o nome dele que ela berrava, aquilo estava em sua mente, ele sabia que ela precisava dele, porém esse não era seu trabalho, ele nunca deveria ter deixado que ela o conhecesse, mas agora? O que fazer agora, o mal já estava feito, ela sabia quem ele era e precisava dele, ele conseguiria negar?

Naquele instante em meio a minha corrida localizei um clarão forte de luz, luzes? Eu estava a salvo! Berrei mentalmente, estávamos a salvo! Corri na direção iluminada e vi uma enorme casa surgir diante dos meus olhos, paralisei, as luzes estavam acesas, alguém certamente me ajudaria ali, corri na direção dela e vi a porta se abrir muito antes de eu chegar.

- Ajuda! Por favor! – sacudi as mãos em direção da pessoa e só então percebi que era ele, Caled estava com o rosto fechado e parecia irritado, mas não importava era minha salvação, corri em desespero até ele e o abracei com força, ele ergueu as mãos para o alto, estava sem as luvas e tentava não encostar em mim, ignorei, pois não era o momento, porém não deixei de notar que não havia alergia alguma ali, ele tinha mentido? Ou já tinha se curado?

- Caled, Caled! Preciso de ajuda.

- Onde ela está? Sophia, onde está?

Paralisei como ele sabia.

- Como sabe que é ela? Como sabe que é por causa de Sophia?

Ele revirou os olhos irritados.

- Não temos tempo para isso, apenas indique o caminho.

Assenti com a cabeça ainda muito confusa, vi ele correr para a lateral da casa e sair de lá com uma moto.

- Suba!

Sem muito tempo para pensar fiz o que ele pedia, Caled dirigia feito um louco por entre as árvores, eu fechava os olhos toda vez que passávamos por alguma coisa, parecia que íamos bater, mas ele era tão rápido que desviava como se não fosse nada.

- Precisa ficar mais perto, ou vamos cair.

Me aproximei sem jeito o abraçando pela cintura, porém notei que ele estava muito desconfortável com meu toque, ele suspirou pesado, me perguntei o que eu tinha feito de errado, porém mais uma vez eu não tinha tempo para pensar nisso.

- A moto não passa, vamos ter que descer e seguir a pé, é longe?

- Não, já estamos quase lá, deve dar uns 50 metros ou menos.

Ele parou como se inspirasse o ar.

- Tudo bem, já sei onde ela está.

E passando por mim muito rápido ele cruzou pelas árvores e seguiu na direção exata, eu fiquei parada observando, ao contrário do que fez comigo, assim que ele a encontrou Caled tocou nela com carinho.

- Perdeu a consciência, tem muito sangue aqui, vamos precisar leva-la para o hospital com urgência.

A levantou no colo e saiu apressado com ela, colocou-a na parte da frente da moto e apoiou a cabeça dela contra seu peito.

- Apenas ajude a segurá-la.

Eu abracei ele colocando minhas mãos em Sophia, ela estava um pouco fria, me preocupei, o que eu diria a Helena? Como explicar isso a Billy?

Alicia e o CondenadoOnde histórias criam vida. Descubra agora