- Quando eu fui envenenada e Rafael me curou, o que foi que me envenenou?
- Sangue de demônio, era o que tinha naquele frasco, sinto muito, isso foi culpa minha também.
- Culpa sua? Foi o seu sangue? Foi você que contaminou o frasco?
- Não, apesar de eu ter desejado sua morte um milhão de vezes eu nunca fui capaz de atentar contra a sua vida, porque ao mesmo tempo que eu te queria calada eu também sentia sua falta, para ser sincero sua mãe foi a única inocente que eu matei em minha vida, os outros todos julguei como pessoas ruins e achei que podia brincar de Deus, como você diz, muita prepotência eu diria.
- Então porque acredita que foi sua culpa?
- Porque foi graças a mim que sua tia pensou que estivesse precisando de um psicólogo, eu a fiz surtar literalmente.
- As aranhas no banheiro também foi você?
Ele cursou a sobrancelha confuso.
- Aranhas? Banheiro? Não, não sou tão baixo assim.
- E o lobo cinzento?
- Não faço ideia de onde ele apareceu.
Mordi meu lábio.
- Então você não agiu sozinho, talvez alguém tenha se aproveitado disso para te usar a favor da minha loucura.
- A demônia que lhe envenenou se chamava Karen, disfarçou-se de pessoa comum e agiu como se fosse sua psicóloga, acredito que ela possa ter algo haver com as aranhas, ela gostava desse tipo de animal eram os preferidos dela, mas não sei se ela era o lobo cinzento, dúvido.
- Você fala dela no passado, por quê?
- Ela morreu, coincidentemente na mesma noite que você foi envenenada, caiu de um telhado.
- Demônios não morrem caindo de telhados, não quer mesmo que eu acredite nisso né?
Ele serviu-se de uma boa dose de uísque.
- Eu a matei.
- Por quê?
Ele se aproximou de mim me encarando de um jeito perigoso.
- Ela se meteu em uma questão complicada, foi avisada, mas não me obedeceu, não tive escolha.
- Matou um dos seus por minha causa? Isso não é contra as regras?
- Não costumo seguir regras e não gosto que ninguém se meta nos meus problemas.
- Eu sou o seu problema?
- Um dos grandes, estou tentando resolver isso há oito anos, mas parece que fico mais enrolado com o passar do tempo, é complicado.
Fui obrigada a esconder o sorriso, por mais que ele não fosse direto sobre o que sentia, isso basicamente a meu ver era um "eu me importo com você".
- Porque está sorrindo? Óh Alicia não comece a ver coisas onde não há, estou apenas dizendo que você é um ponto de interrogação que merece minha atenção, apenas isso!
- Eu não disse nada. – Falei de forma sínica, ele me olhou de canto como se estivesse irritado, de certa forma eu adorava vê-lo com aquela cara.
Olhei para fora e vi que tinha voltado a chover, não seria nada fácil voltar de bicicleta.
- Helena sabe que está aqui?
- Não sei se ela já sabe, deixei um bilhete, ela estava dormindo.
Ele ergueu a sobrancelha.
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Alicia e o Condenado
Storie d'amoreAté onde você seria capaz de ir por amor? Seria capaz de entregar sua alma? De condenar seu corpo as chamas? Seria capaz de morrer por quem ama? As vezes nossas fantasias infantis podem se tornar grandes pesadelos e talvez viver entre os limites do...