Capítulo 10 - Alabarda Temporal

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Arco 2 - A missão e os Irmãos

Camicazi

Uma folha está caindo na minha direção.

É o que vejo quando abro os olhos, além de árvores e um céu banhado pela lua.

Olho para a direita e só vejo mais mato e árvores, já o lado esquerdo possui algo a mais como uma certa confusão um tanto distante de mim.

Decido me sentar, já que estou deitada, algumas folhas caem do meu corpo e uma dor invade minha cabeça. Passo minha mão sobre a testa, sinto um líquido e olho para a mesma, é sangue.

Mais a frente vejo uma garota jogada no chão com algo, parecido com o fogo, ao seu lado. Espera, é a Hannah e o pequenino!

Agora me lembro o que aconteceu, uma bomba foi jogada na minha direção e o pequenino protegeu nós duas, absorvendo boa parte do impacto. Minha testa está machucada porque bati em alguma árvore e com isso desmaiei. Hannah continua desacordada, mas sem nenhum machucado. Já o pequenino está se desfazendo, deve ser por tudo que ele fez, no entanto, não consigo de deixar uma certa tristeza sobre o mesmo.

- Obrigada por tudo. – tento forçar um sorriso.

Ele sorri de volta e acena com a mãozinha, depois disso se desfaz completamente.

- Então é aqui que vieram parar, devia ter jogado uma bomba mais forte para deixar as duas desacordadas. – sinto um calafrio imediatamente.

O medo chega com grande intensidade, justamente por saber o que está atrás de mim. É um Caçador atrás de suas possíveis presas.

- Vamos fazer o seguinte, entregue-a e em troca poupo a sua vida. Pois é minha, fui eu quem a capturei.

Sinto nojo por ter se referido a Hannah como se fosse um mero objeto, engulo em seco.

Estou em desvantagem por estar no território inimigo, não conheço o local, logo não sei qual seria a melhor rota para uma fuga. Agora que eles saíram da paralização temporal da Sabrina, devem estar se espalhando por toda parte – o que está me deixando mais ansiosa ainda –, ou seja, mesmo que eu saia correndo com Hannah vou acabar encontrando algum. De qualquer forma, só irei adiar uma luta que pode piorar a cada instante.

Minha respiração está pesada, estou sozinha novamente. Tenho medo e não sei se sou capaz de fazer isso, todas as lutas que tive foram treinos com o Banguela, com a minha mãe Runa ou, então, na escola de luta que frequentei – tenho orgulho em dizer que sou faixa azul.

Cada elemento consegue fazer um escudo único para garantir a proteção do Lendário. Como o de Saturno que consegue criar um escudo temporal, no qual consiste em acelerar a cura.

- Garota estou falando com você, então trate de olhar para mim e responder. Ou é tão mal-educada assim?

Sinto meu corpo tremer levemente, estou extremamente tensa e com medo. Meu coração bate tão rápido que parece que vai sair pela boca, sinto minhas mão suarem e estão geladas, está difícil de manter minha respiração sobre controle.

Banguela disse que não posso demonstrar meu medo ou nervosismo para o inimigo, decido responde-lo.

Tento respirar fundo.

- E-ela não é um objeto.

Ótimo acabei de fazer o oposto que o Banguela me ensinou, o Caçador dispara a rir.

- Então é gaga?? Ô pobrezinha, eles realmente são duros com a própria ralé. Lhe passaram uma função que nem mesmo consegue fazer. – ele começa a andar para perto de mim. – Sabe, eu sou bem enjoado, pois só capturo os que são raros, os comuns são mortos. Me pergunto se você irá encontrar a morte ou um laboratório! – dá para perceber sua risada.

Camicazi e Os LendáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora