:cap 49:

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Clint e Kate entraram no apartamento cheio de pôsteres estranhos e espadas, sentindo um leve alívio, como uma calmaria antes da tempestade.

— ainda bem que chegaram, eu não aguentava mais a companhia do cachorro — Íris se levantou do sofá, andando animada em direção a cozinha — querem pizza? Eu pedi de um lugar aqui perto, é divino — comenta, vendo a garota de cabelos pretos e roupas roxas apontar uma flecha para ela — trabalhando de babá? —.

— abaixa a flecha, ela é uma amiga— Clint parecia desconcertado ao vê-la ali, o que atiçou sua curiosidade.

— ela fala igual, age igual — Kate não abaixa a flecha.

— sou Íris — a mulher tira pratos do armário na maior naturalidade possível, como se sempre tivesse morado lá — quem é a garota? —.

— essa é Kate Bishop — Clint se senta em uma das cadeiras da mesa, parecendo exausto.

Íris a analisou com atenção, sem vergonha alguma ao encará-la como se lesse cada um de seus pensamentos e soubesse de mais sobre sua vida.
Ela não sabia muito, mas o tanto de coisas que se pode descobrir sobre alguém em um olhar atento e assustador.

Kate abaixou o arco, mas não a guarda, parecia esperar por um ataque a cada movimento da mulher de olhos cinzentos.

— o que houve com seu braço? — Íris nota o ferimento do homem, tirando de uma das gavetas um kit de primeiro socorros.

— nada de mais, obrigado por vir — ele suspira, tomando coragem para falar o que precisava.

— como arrombou o lugar? — Kate questiona, os olhos castanhos firmes e duros.

— sou talentosa de mais para arrombar lugares — Íris se senta senta uma cadeira ao lado de Clint, tirando um vidro de álcool e jogando sem pena no ferimento do braço dele, que reclama.

— elas até falam igual — Kate ainda não havia largado o arco.

— quem fala igual a mim? — a mulher olha para Barton, que abriu a boca várias vezes para tentar emitir uma resposta.

— Yelena, a viúva negra — Kate responde.

Clint olhou para Íris várias vezes, a mulher continuou limpando o ferimento em completo silêncio e concentração, ele amaldiçoou Kate com vários olhares, que não parecia entender muito do que estava acontecendo.

— Yelena não é mais uma ativa da sala vermelha — Íris se levanta, jogando no lixo os algodões sujos.

— ela quer matar o Clint — Kate responde e Clint já poderia sentir que Íris a mataria ali mesmo.

— as fontes da criança podem não estar certas — a mulher olha séria para Barton.

— Yelena conversou com ela — o homem fala.

— por que Yelena aceitaria um trabalho? Por que ela concordaria em matar de novo? — Íris tentou se convencer que aquilo era uma espécie de delírio deles.

— ela disse que eu matei Natasha — Clint responde baixo.

— não vou lidar com ela — Íris fala — vou para casa—.

— você é a única pessoa que consegue falar com ela e lidar com isso — Barton responde.

— Clint, quem é ela? — Kate tentava encaixar as peças confusas do quebra cabeça.

— essa é Íris Carter, viúva negra, irmã da Yelena e da Natasha — Ele suspira.

— Dagny — a mulher corrige.

— meu Deus! Eu não te reconheci por causa do cabelo. Eu estudei sobre você no ensino médio — Kate finalmente larga o arco no canto da parede — mas se você é irmã da Yelena, por que ela está convencida que o Clint matou a irmã dela e você não? —.

— eu estava em Vormir — Íris responde séria — e não falo com Yelena há muito tempo — completa.

— precisamos da sua ajuda — Clint fala.

— a minha resposta é "não" — ela se senta na cadeira novamente, os olhos sérios presos nas próprias mãos cobertas pela luva de couro — uma coisa seria uma viúva controlada para te matar e isso eu poderia resolver, mas não vou enfrentar Yelena, não posso —.

— por favor — ele pede.

— a situação é completamente diferente, Clint Barton. Não espero que entenda, mas não posso ajudar, não com ela envolvida — Íris declara.

— Nat me falou da relação conturbada de vocês —.

— por que não quer se envolver com Yelena? — Kate questionou, curiosa.

— Okay, já chega de perguntas — Íris se levanta, começando a andar de um lado para o outro dentro da cozinha. Sua mente a lembrou de coisas que ela tentava enterrar com os mortos há anos, a sala vermelha, a missão em Ohio. Ela jurou que vomitaria ali.— eu faço as perguntas agora, porque eu estou no direito. De quem é o apartamento? Por que tem tantas espadas? Por que um vingador está trabalhando com uma criança? E por que o cachorro só tem um olho? — ela solta tudo rapidamente.

— por favor não surta aqui — Clint escora a cabeça nas duas mãos.

— Bucky e Morgan estão me esperando, tenho que ir — ela pega o casaco no cabide perto da porta e desce pelas escadas de madeira escura.

— ela é completamente russa — Kate comenta.

— Íris não é russa, é norueguesa — Barton a responde.

— por que ela não quer ver a irmã?—.

— as coisas são mais complicadas do que você pode ter ideia —.

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"Deveria ajudar ele" Bucky fala

— sim, claro e eu vou chegar lá, olhar na cara da Yelena e dizer "oi, como vai? Sou eu, Íris, mas você me conhecia como Aurora, lembra? Nós passamos por grandes traumas juntas e agora depois de quase vinte anos sem contato, eu vim te pedir para não matar o Clint, porque a nossa irmã se jogou na porra daquele monte e não foi empurrada por ele" — Íris ironiza, os olhos presos no trânsito caótico de New York.

" não é uma má ideia" ele ri do outro lado da linha.

— ter contato com Yelena significa ter contato com Melina e Alexei, o que não está nos meus planos — ela suspira.

"Não posso te dizer o que fazer" Bucky responde "mas acho que deve ajudar ele".

— onde você está? —.

"Longe" ele ri "Deveria ter pegado o quinjet, mas chego aí assim que possível".



Continua...

Iris // Bucky Barnes {livro 02}Onde histórias criam vida. Descubra agora