O caos estava instalado na véspera de Natal.
Íris não quis saber como a grande árvore havia terminado no chão, mas o atormento em seu ouvido esquerdo queria.
"Pergunta para algum agente" Bucky repete.
— é a última vez que você me convence a usar um fone Bluetooth — Íris declara, andando de forma apressada entre as pessoas bem vestidas que corriam, agentes em combate corpo a corpo e os aparentes inimigos.
"Eu queria estar aí" Bucky fala.
— não queria não, querido — ela pega a escuta no bolso do casaco, colocando no outro ouvido — Agente Íris na escuta, onde está? — pergunta.
" a maleta está em um carro vermelho e o alvo foi visto na rua de trás" Alguém responde na linha.
— Entendido — ela vê uma mulher acenando do outro lado do "campo de batalha"
"Íris, está aqui?" Clint soa na escuta.
— eu ainda trabalho para a Shield, Barton — a mulher responde — por que arrumou encrenca com os idiotas do agasalho? Não tinha ninguém mais interessante? — ela agora anda tranquilamente, tomando cuidado para não ser alvo de nenhuma cotovelada ou bala perdida.
"Yelena está aqui" o homem fala.
— boa sorte, então — Íris responde, chegando ao seu destino.
— Coronel Dagny — a mulher morena a entrega uma maleta pequena de metal.
— tudo aqui? — Íris pergunta.
— afirmativo —.
— fiquem à postos e aguardem o meu sinal — fala e a mulher assente.
Íris sabia porque tinha sido chamada e sabia o que esperar, mas seu coração errou a batida ao chegar perto de onde tudo ocorreria.
"Como se sente em sua última missão?" Bucky pergunta, em seu ouvido esquerdo.
— como se pudesse tirar esse fone e jogar fora — Ironiza, cumprimentando os soldados armados que guardavam as portas de uma loja estranha.
"Eu também te amo".
— relatório? — Íris fica perto o suficiente para notar uma luta acontecendo lá dentro com um homem grande de mais.
— super soldado, não é bem treinado, mas é extremamente forte e resistente — um dos homens responde.
— eu tenho duas doses de um sedativo para ursos, deve ser suficiente — ela deixou a maleta no chão, colocando as duas seringas grandes nos bolsos do sobretudo.
A mulher se arrependeu de não ter trocado de roupa e colocado um uniforme, mas já era tarde de mais para isso.
— só atirem se eu mandar e tirem a garota lá de dentro — pegou suas duas adagas de vibranium e passou pela linha de armas apontadas para o lugar.
Íris se esgueirou pelos cacos de vidro, ouvido o som da batalha. As mãos tremendo em adrenalina, a sensação familiar de estar em ação a consumindo com veneno em suas veias.
Aquele lugar era estranhamente macabro, principalmente escuro e quebrado como estava agora.
Ela mirou a parede atrás de onde o homem imenso de terno branco lutava com uma mulher que ela não reconheceu e jogou uma de suas adagas, a deixando presa na parede e chamando a atenção dos dois, que olharam para a direção de onde havia vindo.
"Tudo bem aí" Bucky pergunta.
— uhum — ela murmura, vendo o homem de branco deixar a outra mulher de lado e andar lentamente ao seu encontro.
Íris se levantou, o encarando com os olhos sérios e frios.
Ele a reconheceu, lançando um sorriso cruel.
"Íris, eu preciso da sua ajuda aqui" Clint ofegou na escuta.
— sinto muito, Barton — ela desferiu o primeiro golpe, jogando sua outra adaga no joelho do Rei do Crime, que reclamou da dor, mas a tirou e jogou no chão.
Íris sorriu genuinamente, vendo que ele avançou de uma vez para cima dela, abrindo as chances de uma luta de contato.
Ele poderia ser forte e grande, mas Íris era ágil e extremamente bem treinada.
"Acabei de pousar em New York" Bucky avisa.
— pode trazer o quinjet, por favor? — A mulher pede, deslizando no chão e pegando sua adaga novamente.
A essa altura, o homem grande de terno branco já havia perdido a paciência, atirando nela com uma pistola repetidas vezes.
— você não está sendo legal — ela sente uma bala passar de raspão no braço esquerdo pouco acima do cotovelo.
Íris tirou uma das ceringas de tranquilizante do bolso discretamente, o homem recarregava sua arma com os olhos fixos em seu alvo.
A mulher duvidou bastante da inteligência dele naquele momento, não havia porque complicar a situação se estava lidando com um idiota.
— atirem esquerda — ela dá o sinal e inúmeras balas soam em um lado do estabelecimento, fazendo um barulho insuportável e estilhaços voarem para todos os lados.
A distração do homem para a direção dos tiros foi suficiente para Íris pular em cima dele com a ceringa e injetar o líquido amarelado em seu pescoço de forma nada graciosa.
Ele caiu no chão por cima da mulher, que amaldiçoou boa parte de suas escolhas que a levaram até ali
— barra limpa — ela fala no comunicador, vendo duas dúzias de agentes armados entrarem no lugar.
"Tudo bem por aí?" Bucky pergunta.
— melhor impossível — ela se esgueira para sair do peso do homem, que ainda estava acordado, mas grogue.
Íris tirou a outra ceringa do bolso, a mesma estava em estilhaços, melado sua roupa e deixando a pele da sua barriga estranhamente dormente.
— Agente Dagny ferida, tragam uma equipe médica— um dos agentes fala.
— Eu estou bem, não precisa chamar ninguém — Íris se levanta com dificuldade — Alguém recolhe as minhas adagas e envia pelo correio, vou buscar a minha irmã — ela sai do estabelecimento mancando.
"Estou chegando no centro" Bucky avisa.
— espero que não esteja cansado, porque ainda vamos voar bastante hoje — Ela avista de longe Clint no chão e Yelena com uma arma apontada para ele.
Yelena estava diferente desde a última vez que a havia visto, mas mesmo de longe Íris viu que ainda era a mesma, a pessoa que conhecera anos atrás.
Clint a viu de longe, fazendo um sinal com a mão para que o deixasse resolver sozinho e Íris ficou longe, apenas esperou.
Sabia desde o inicio que Clint não precisava de sua ajuda, não com Yelena, mas se sentiu melhor quando recebera uma ligação de Fury trinta minutos atrás, falando que o alvo que ela perseguiu por anos estava ali perto.
Íris gostava de não ser mais necessária de verdade naquele mundo caótico, gostava da paz que estava conquistando.
A mulher não quis ouvir a conversa entre Barton e a irmã, mas viu como a loira estava abalada. Sabia como doía.
"Pode vir" Clint fala pela escuta.
Íris se aproximou em passos largos, recebendo de Clint a arma que Yelena antes apontava para ele, agora travada.
— vou te levar para casa, okay? — ela falou com a irmã, que não fez questão de responder.
— eu vou procurar a Kate — Barton fala baixo.
— Feliz Natal, Clint Barton. Nós falamos depois — Íris dá um leve tapinha no ombro dele, o vendo ir embora.
— nunca me procurou — Yelena fala baixo.
— nem você — Íris responde — James está por perto, vamos te deixar em casa — devolve a arma para a irmã.
Continua...
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Iris // Bucky Barnes {livro 02}
Random"Ser alguém", isso é mais complicado do que parece. Envolve muitos quesitos dos quais ela não entende. Sentimentos "armas não sentem" Os acontecimentos depois do blip Cada vez mais confusos, caos Desta vez, não Aurora ou Soldado Invernal, mas Íris e...