:cap 50:

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O caos estava instalado na véspera de Natal.

Íris não quis saber como a grande árvore havia terminado no chão, mas o atormento em seu ouvido esquerdo queria.

"Pergunta para algum agente" Bucky repete.

— é a última vez que você me convence a usar um fone Bluetooth — Íris declara, andando de forma apressada entre as pessoas bem vestidas que corriam, agentes em combate corpo a corpo e os aparentes inimigos.

"Eu queria estar aí" Bucky fala.

— não queria não, querido — ela pega a escuta no bolso do casaco, colocando no outro ouvido — Agente Íris na escuta, onde está? — pergunta.

" a maleta está em um carro vermelho e o alvo foi visto na rua de trás" Alguém responde na linha.

— Entendido — ela vê uma mulher acenando do outro lado do "campo de batalha"

"Íris, está aqui?" Clint soa na escuta.

— eu ainda trabalho para a Shield, Barton — a mulher responde — por que arrumou encrenca com os idiotas do agasalho? Não tinha ninguém mais interessante? — ela agora anda tranquilamente, tomando cuidado para não ser alvo de nenhuma cotovelada ou bala perdida.

"Yelena está aqui" o homem fala.

— boa sorte, então — Íris responde, chegando ao seu destino.

— Coronel Dagny — a mulher morena a entrega uma maleta pequena de metal.

— tudo aqui? — Íris pergunta.

— afirmativo —.

— fiquem à postos e aguardem o meu sinal — fala e a mulher assente.

Íris sabia porque tinha sido chamada e sabia o que esperar, mas seu coração errou a batida ao chegar perto de onde tudo ocorreria.

"Como se sente em sua última missão?" Bucky pergunta, em seu ouvido esquerdo.

— como se pudesse tirar esse fone e jogar fora — Ironiza, cumprimentando os soldados armados que guardavam as portas de uma loja estranha.

"Eu também te amo".

— relatório? — Íris fica perto o suficiente para notar uma luta acontecendo lá dentro com um homem grande de mais.

— super soldado, não é bem treinado, mas é extremamente forte e resistente — um dos homens responde.

— eu tenho duas doses de um sedativo para ursos, deve ser suficiente — ela deixou a maleta no chão, colocando as duas seringas grandes nos bolsos do sobretudo.

A mulher se arrependeu de não ter trocado de roupa e colocado um uniforme, mas já era tarde de mais para isso.

— só atirem se eu mandar e tirem a garota lá de dentro — pegou suas duas adagas de vibranium e passou pela linha de armas apontadas para o lugar.

Íris se esgueirou pelos cacos de vidro, ouvido o som da batalha. As mãos tremendo em adrenalina, a sensação familiar de estar em ação a consumindo com veneno em suas veias.

Aquele lugar era estranhamente macabro, principalmente escuro e quebrado como estava agora.

Ela mirou a parede atrás de onde o homem imenso de terno branco lutava com uma mulher que ela não reconheceu e jogou uma de suas adagas, a deixando presa na parede e chamando a atenção dos dois, que olharam para a direção de onde havia vindo.

"Tudo bem aí" Bucky pergunta.

— uhum — ela murmura, vendo o homem de branco deixar a outra mulher de lado e andar lentamente ao seu encontro.

Íris se levantou, o encarando com os olhos sérios e frios.

Ele a reconheceu, lançando um sorriso cruel.

"Íris, eu preciso da sua ajuda aqui" Clint ofegou na escuta.

— sinto muito, Barton — ela desferiu o primeiro golpe, jogando sua outra adaga no joelho do Rei do Crime, que reclamou da dor, mas a tirou e jogou no chão.

Íris sorriu genuinamente, vendo que ele avançou de uma vez para cima dela, abrindo as chances de uma luta de contato.

Ele poderia ser forte e grande, mas Íris era ágil e extremamente bem treinada.

"Acabei de pousar em New York" Bucky avisa.

— pode trazer o quinjet, por favor? — A mulher pede, deslizando no chão e pegando sua adaga novamente.

A essa altura, o homem grande de terno branco já havia perdido a paciência, atirando nela com uma pistola repetidas vezes.

— você não está sendo legal — ela sente uma bala passar de raspão no braço esquerdo pouco acima do cotovelo.

Íris tirou uma das ceringas de tranquilizante do bolso discretamente, o homem recarregava sua arma com os olhos fixos em seu alvo.

A mulher duvidou bastante da inteligência dele naquele momento, não havia porque complicar a situação se estava lidando com um idiota.

— atirem esquerda — ela dá o sinal e inúmeras balas soam em um lado do estabelecimento, fazendo um barulho insuportável e estilhaços voarem para todos os lados.

A distração do homem para a direção dos tiros foi suficiente para Íris pular em cima dele com a ceringa e injetar o líquido amarelado em seu pescoço de forma nada graciosa.

Ele caiu no chão por cima da mulher, que amaldiçoou boa parte de suas escolhas que a levaram até ali

— barra limpa — ela fala no comunicador, vendo duas dúzias de agentes armados entrarem no lugar.

"Tudo bem por aí?" Bucky pergunta.

— melhor impossível — ela se esgueira para sair do peso do homem, que ainda estava acordado, mas grogue.

Íris tirou a outra ceringa do bolso, a mesma estava em estilhaços, melado sua roupa e deixando a pele da sua barriga estranhamente dormente.

— Agente Dagny ferida, tragam uma equipe médica— um dos agentes fala.

— Eu estou bem, não precisa chamar ninguém — Íris se levanta com dificuldade — Alguém recolhe as minhas adagas e envia pelo correio, vou buscar a minha irmã — ela sai do estabelecimento mancando.

"Estou chegando no centro" Bucky avisa.

— espero que não esteja cansado, porque ainda vamos voar bastante hoje — Ela avista de longe Clint no chão e Yelena com uma arma apontada para ele.

Yelena estava diferente desde a última vez que a havia visto, mas mesmo de longe Íris viu que ainda era a mesma, a pessoa que conhecera anos atrás.

Clint a viu de longe, fazendo um sinal com a mão para que o deixasse resolver sozinho e Íris ficou longe, apenas esperou.

Sabia desde o inicio que Clint não precisava de sua ajuda, não com Yelena, mas se sentiu melhor quando recebera uma ligação de Fury trinta minutos atrás, falando que o alvo que ela perseguiu por anos estava ali perto.

Íris gostava de não ser mais necessária de verdade naquele mundo caótico, gostava da paz que estava conquistando.

A mulher não quis ouvir a conversa entre Barton e a irmã, mas viu como a loira estava abalada. Sabia como doía.

"Pode vir" Clint fala pela escuta.

Íris se aproximou em passos largos, recebendo de Clint a arma que Yelena antes apontava para ele, agora travada.

— vou te levar para casa, okay? — ela falou com a irmã, que não fez questão de responder.

— eu vou procurar a Kate — Barton fala baixo.

— Feliz Natal, Clint Barton. Nós falamos depois — Íris dá um leve tapinha no ombro dele, o vendo ir embora.

— nunca me procurou — Yelena fala baixo.

— nem você — Íris responde — James está por perto, vamos te deixar em casa — devolve a arma para a irmã.



Continua...

Iris // Bucky Barnes {livro 02}Onde histórias criam vida. Descubra agora