Capítulo 14

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Os dias passaram correndo enquanto nossa rotina caótica não nos deixava esquecer dos problemas. Com o vandalismo que aconteceu contra Austin, a segurança em torno de nós foi reforçada. Não que eu gostasse de ter alguém pendurado em mim, mas, depois de muita insistência dele, entendi que era necessário. Meu segurança se chamava Jhonny, um armário de dois metros e dois de altura, que, eu achava até que era mudo, pois nunca tinha ouvido ele proferir nenhuma palavra.

Descíamos a Quinta Avenida de carro, quando, de repente, um automóvel se atravessou em frente ao nosso carro, fazendo com que o motorista freasse bruscamente. Fui arremessada para frente e bati a cabeça no banco do carona. Sentindo minha cabeça latejar, tentei voltar a mim e entender o que estava acontecendo. Mal registrei quando vi nosso carro cercado por pessoas com armas em punho. Jhonny estava atento, assim como eu.

Entre estas pessoas, apareceu um rosto conhecido. Um rosto que eu não queria ver nunca mais na minha vida: Fabrizio Médici, o agiota do meu pai. Ele fez menção para sairmos do carro. Eu decidi obedecer, pois não me encontrava em posição de recusar. Abri a porta do carro e saí, sentindo a presença de Jhonny logo atrás de mim.

- Kaia, querida. Há quanto tempo. - cumprimentou-me. Fez sinal para que baixassem as armas.

- O que significa isso? Não devo mais nenhum tostão a você. - cuspi, ríspida.

Ele sorriu com malícia e arqueou as sobrancelhas.

- Realmente, querida. Não vim até você para falar de dívidas. Vim para dar um aviso, você sabe, pelos velhos tempos. - disse sorrateiramente.

- Que aviso? O que você quer dizer com isso? - me apressei em perguntar.

Fabrizio cruzou os braços e a sua expressão de agora era a mesma de quando foi cobrar meu pai. Dura e fria.

- A cabeça de vocês está a prêmio, Kaia. Não sei o que andaram aprontando, mas você e seu maridinho advogado estão com os dias contados. - disse, me fazendo gelar da cabeça aos pés. - Estão oferecendo 500 mil dólares pela morte dos dois. 

- O QUE? Que história é essa? Quem está oferecendo esse dinheiro? - perguntei atordoada.

- A oferta veio de dentro da cadeia, aquele cara que anda aparecendo nos telejornais, você sabe?

Procuro pensar, dentro da minha mente até que me vem um estalo. Não... Não poderia ser ele, certo?

- Pharrell Clinton? - pergunto

Fabrizio assente.

- Este mesmo. O maluco que matou todas aquelas mulheres. - disse. - Não sei o que fizeram para ele, mas algo o deixou enfurecido atrás de vingança.

Sinto o sangue sumir do meu rosto, o medo passando a percorrer minhas veias.

- Não estou entendendo. Não fiz nada para este homem! - digo 

- Foi o que eu imaginei. Talvez você não, mas, seu marido... - disse Fabrizio.

Será que Austin fez alguma coisa com Pharrell para deixa-lo tão indignado a ponto disso?
 Minha cabeça girava e eu não conseguia pensar em mais nada.

- Eu vim apenas para lhe avisar, Kaia Porter. Se precisar dos meus serviços para algo relacionado a este... probleminha, você sabe onde me encontrar. - disse Fabrizio, acenando e indo embora, levando com ele seus capangas.

Parada no asfalto em busca de ar, eu procurava assimilar o que tinha acabado de acontecer. Aos poucos os pontos foram se ligando em minha mente. O vandalismo contra Austin já me pareceu orquestrado, dúvidas e mais dúvidas surgiam a todo momento. Olhei para Jhonny, que se encontrava tão surpreso quanto eu e disse:

- Vamos, Jhonny. Preciso falar com Austin agora. 

Ele acena e abre a porta do carro para mim, entrando em seguida e dando ao motorista as coordenadas:

- Para a WWA, por favor.

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