Capítulo 15

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Interminável. Era o que parecia ser o trajeto até a WAA. Meu coração batia descontrolado dentro do peito e eu me sentia nervosa de tal forma que minhas mãos tremiam. Quando chegamos ao escritório, subi as escadas da entrada as pressas, foi como se eu não enxergasse ninguém, queria apenas que o meu foco encontrasse a única pessoa que me interessava naquele momento. Ouvir que nossas cabeças estavam a prêmio me desestabilizou e eu precisava da única fonte de conforto que eu tinha naquele momento: meu marido.

Pelos corredores eu corri sob os saltos, sem me preocupar se poderia cair ou esbarrar em alguem. Chegando a sala deles, abri a porta de supetão e eles me olharam intrigados com a minha interrupção brusca.
Ao ver a expressão em meu rosto, Austin se levantou e veio até mim, pegando meu rosto com as mãos.

- O que aconteceu, Kaia, você está bem? - Perguntou preocupado.

Tento respirar enquanto ele me senta na poltrona próxima a mesa dele e se ajoelha a minha frente. Fernando está ao seu lado, intrigado e preocupado como o irmão.

- Eu e o motorista fomos interceptados no caminho pra cá. - digo.

Seus olhos se arregalam.

- O que? Por quem?

- Fabrizio. Ele veio nos dar um aviso, Austin. - começo a chorar - Ele disse que nossa cabeça está a prêmio. Pharrell ofereceu 500 mil dólares para alguém matar a gente!

Ele e Fernando se entreolham e Austin trava o maxilar, irritado.

- Aquele filho da puta! Quem ele pensa que é? Eu vou mata-lo com minhas próprias mãos! - esbraveja.

- Austin, o que exatamente aconteceu na última vez que você esteve com o Clinton? Porque ele faria isso? - pergunta Fernando.

Austin suspira, resignado.

- Eu falei que não iríamos mais atende-lo. Toda vez que eu ia pra lá ele ficava falando do corpo de Kaia e de como seria bom se satisfazer do corpo dela. Acha que eu tenho sangue de barata pra aturar uma porra dessa, Fernando? Um assassino estuprador falando isso da minha mulher! Nem fodendo! - ralha.

Fernando suspira, concordando com a cabeça.

- No seu lugar eu faria o mesmo, irmão. Aquele desgraçado é louco. - apoia as mãos nos ombros de Austin. - Nós vamos resolver isso, precisamos manter vocês seguros. Vocês devem sair do apartamento por hora. Se afastarem dos casos e não vir mais ao escritório. Até que essa situação se resolva não podemos arriscar e colocar a segurança de vocês em cheque.

- Tem mais, Fabrizio disse que pode ajudar se quisermos contratar os serviços dele. - digo

Austin passa as mãos pelo rosto, puto.

- Pedir ajuda pra bandido para se livrar de outro bandido... Eu tô fodido mesmo! - suspira indignado.

- Pode não ser uma má ideia, Austin. - diz Fernando - chame o tal agiota aí escritório e vamos negociar os termos com ele. Você tem o número dele, Kaia? - pergunta.

- Tenho. - pego meu celular, procuro o número e entrego a Fernando, que saca seu celular do bolso e liga para Fabrizio.

- Gostaria de falar com o Sr. Médici. Meu nome é Fernando Worligen. Sim. Eu aguardo. - uma pausa é feita - Olá, Senhor Médici. Acredito que já saiba o motivo pelo qual estamos entrando em contato. Gostaria de pedir que nos encontrasse em nosso escritório para tratarmos da situação, é possível? Claro, vou lhe passar as coordenadas por mensagem. Até mais.

- E então? Ele vai vir? - pergunta Austin.

- Sim, ele virá.

Austin suspira e se senta ao meu lado, segurando minha mão. Me aninho nele, tentando acalmar a mente. Minutos se passam até que a secretária anuncia a chegada do nosso convidado. Fabrizio Médici entra com três seguranças e fecha a porta atrás de si, olha para mim, para Austin e então para Fernando, a quem cumprimenta com um aperto de mão.

- Boa tarde senhor Worligen. Estou aqui, como requisitado.

- Boa tarde senhor Médici, sente-se por favor.

Fabrizio se senta e Fernando começa a falar.

- Kaia nos contou que o senhor os interceptou para contar sobre o que está acontecendo. O que o senhor sabe sobre a oferta feita por Pharrell Clinton? - pergunta.

- Chegou aos meus ouvidos uma encomenda de morte e me surpreendeu os nomes dos dois. Investiguei um pouco e soube que veio de dentro do presídio em nome do tal maníaco. Detesto essa gente. Não faço esse tipo de negócio. Achei de bom tom informar a ela, já que quando fez negócio comigo foi honesta e me pagou corretamente. - diz Fabrizio.

- O que o senhor sugere nessa situação?

- Bom, para começar, quinhentos mil é uma quantia que agrada aos olhos e com certeza vai levar um pessoal a tentar a sorte. O que posso fazer é dobrar a aposta, para o contrário. Vocês pagam um milhão para apagar o vagabundo dentro da cadeia. Precisam virar o jogo, ou logo começará a vir pessoas atrás de vocês. O cara tem grana, então ele sempre pode aumentar o valor, o que faria cada vez mais gente se sentir tentada a matar o casal vinte.

Austin trava o maxilar, passa as mãos pelo rosto visivelmente irritado. Passo as mãos pelo seu braço tentando confortar ele.

- Nos temos o dinheiro. Podemos pagar. Quem fará o serviço? - pergunta.

Neste momento Fernando se levanta com as mãos apoiadas na mesa.

- Calma lá, Austin. Estamos falando de um assassinato encomendado. De uma pessoa notória e que está em todos os canais de TV. Temos outra solução, Sr Médici? - pergunta Fernando.

- Honestamente? Não. É matar ou morrer, Sr Worligen. Ele não vai deixar barato o que quer que tenham feito a ele. Vai continuar aumentando a proposta e isso pode atrair gente do submundo, gente dá qual nem eu posso me livrar. - diz Fabrizio.

- Fernando, não temos outra alternativa. Eu não gosto da ideia, mas não vou arriscar a segurança de Kaia. Eu pago o que for pra me livrar dessa ameaça. - fala para Fabrizio.

Fernando suspira e volta a se sentar, olhando para Fabrízio.

- Como prosseguimos? - pergunta.

Fabrizio cruza as mãos na frente do corpo, em sua pose de negociador. Seus olhos escurecem.

- Tenho contatos dentro do presídio que podem agilizar a situação. O preço é um milhão. Preciso dizer também que esse assunto não pode sair das paredes dessa sala, pois qualquer problema pra mim por abrirem a boca será motivo de eu mesmo me livrar de vocês, estou sendo claro?

- Sim. - dizemos em uníssono.

- Farei os ajustes ainda hoje, entrarei em contato com algumas pessoas. Comprem um celular pré pago para nos comunicarmos. Vocês precisam se afastar por um tempo, quem sabe viajar para a lua de mel? - sorri irônico.

- Não é uma má ideia, na verdade. - diz Fernando.

- Vamos pegar o primeiro avião pra fora do país. Posso confiar em você para resolver esse problema, senhor Médici?

- Eu sou homem de palavra, senhor Worligen. Já faço esse tipo de trabalho e quando você ainda nem era nascido... Considere feito. Pegue sua esposa e saia da cidade para não levantar suspeita. - diz, se levantando e ajeitando o paletó. - quando comprarem o celular pré pago, entrem em contato comigo. Nada de mensagem, sempre ligação. Eu preciso ir, nos falaremos novamente.

Fernando e Austin vão até Médici e apertam as mãos em sinal de um acordo fechado.
Fabrizio sai com seus capangas deixando nos três aturdidos dentro daquelas quatro paredes. Nós acabamos de encomendar a morte de alguém!

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⏰ Última atualização: Jul 22 ⏰

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