Capítulo 9

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O resto do dia correu relativamente tranquilo. Até que o agiota a quem meu pai devia retornou meu contato. A hora de acertar com ele chegara. Austin já havia providenciado o dinheiro, que estava guardado em uma mochila, próximo a nossa cama. O horário combinado se aproximava. Marcamos as 14h, eram 13h e eu estava roendo as unhas de nervoso. Então, meu telefone tocou.

- Alô? 

- Kaia, aqui é Fabrizio. Vá até o hotel Médici e procure na recepção por Juan Kardec. Ele trará vocês até mim. - fala.

- Ok. Até daqui a pouco.

- Até.

Desligo o telefone e pego a mochila, indo até a cozinha atrás de Austin. Ele está sentado ao sofá, com um copo de uísque na mão.

- Você realmente acha que é uma boa hora para beber? - pergunto, me aproximando.

Ele bate a palma da mão em sua perna direita, sinalizando para que eu me sente em seu colo.

- Sempre é uma boa hora. Vem cá, baby.

Me aproximo, jogando a mochila no sofá e sento em  seu colo, enroscando meus braços em seu pescoço e aninhando-me a ele.

- Austin, você acha que vai dar tudo certo? - pergunto.

Ele ergue meu queixo, me fazendo olhar pra ele.

- É claro que vai dar, Kaia. Vamos entregar o dinheiro pro cara e isso vai ser só uma mancha na sua memória. Prometo que não terá mais contato com essa gente. Então, buscaremos seus pais e o levaremos para outra casa. Tudo bem pra você? - pergunta.

Sorrio, com a preocupação dele e com como Austin está tão atensioso.

- Tudo bem sim. Obrigada.

- Agora vem, me dá um beijo. Estou louco de saudade dessa sua boca.

Não me dá tempo de pensar duas vezes e sua boca está na minha. Passa as mãos em meus cabelos, puxando-os de leve, me trazendo para mais perto. Enrosco as pernas ao redor de sua cintura, subindo em seu colo e sentindo o volume abaixo de mim. Nos beijamos pelo que pareceu uma eternidade, até que um pequeno estalo me tirou do transe de Austin Worligen: era hora de encontrar Fabrizio.

Me desvencilhei de seus braços e ouvi um rosnado baixinho. Então sorriu pra mim.

- Temos mesmo que ir, não é? - perguntou com olhos maliciosos.

- Sim, temos. Pegue a mochila. Quero acabar logo com isso. - peço.

Ele o faz, pegando a mochila e vestindo-a, caminhando ao meu lado até o elevador.
Já no carro, Austin ligou o rádio do carro nas notícias. Por ironia do destino, o jornalista anunciava uma reviravolta no caso de Pharrell Clinton. Pharrell, que havia confidencializado a mim o estupro e assassinato de outras mulheres além da namorada, dizia a promotoria que tinha mais a contar. Porém, que só iria fazê-lo com condições, que a promotoria prontamente negou aceitar. O botão de desligar o rádio foi rapidamente acionado por um Austin puto da cara.

- Bastardo desgraçado. - rosnou.

Em silêncio eu estava, em silêncio permaneci. Decidi não irritá-lo ainda mais. A situação já é tensa por si só. Poucos minutos depois chegamos ao hotel Médici. O maravilhoso arranha-céu era lindo e imponente, quase do tamanho do Empire State. Austin estacionou o carro e saiu, abrindo a porta para mim em seguida. De mãos dadas, fomos até a recepção. Uma moça muito bem vestida nos atendeu.

- Boa tarde senhores. Bem vindo ao Médici Hotel. Em que posso ajudar? - perguntou cordial

Deixei que Austin conduzisse a coisa toda.

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