Passaram-se duas semanas desde o episódio com Fabrizio Médici e eu respirei aliviada por não ter mais nenhum contato com o maldito agiota. Meu pai também, após receber a ligação depois que saímos do prédio, dizendo que havíamos quitado sua dívida, chorou muito ao telefone, aliviado e arrependido por ter nos colocado nessa situação embaraçosa.
Eu o perdoei, pois sei que o vício falou mais alto do que a razão. Minha mãe ficou muito feliz com nossa reconciliação, mas pareceu ter absorvido as palavras que eu havia dito na hora da raiva e decretou que ele fizesse acompanhamento psicológico ou saísse de casa. Ele, prontamente acatou as ordens e irá passar a se consultar com uma psicóloga para parar de jogar, o que me deixou muito orgulhosa dela, por perceber que tem voz e dele também, por procurar ajuda.
E hoje, sábado, após uma semana inteira de muito trabalho, estamos de folga. Austin está no escritório, resolvendo a papelada de alguns processos que estão dando problema e eu estou na sacada, tomando sol. As coisas entre nós estão evoluindo devagar, mas bem. Tenho mantido a guarda alta, pois não sei como as coisas vão acabar depois que finalizamos o acordo do casamento. Ele tem se mostrado atencioso, carinhoso, muito interessado em mim. A vida de casada nao é tao ruim assim, visto que moro em uma cobertura gigante, tenho um marido gato e, agora, graças ao acordo, muito dinheiro.
Aproveito para ler um livro de suspense, meu gênero favorito. Jo Nesbo é um escritor fascinante, meu autor favorito a face da terra. Fã dele desde 'O Boneco de Neve', me delicio com mais um suspense de arrepiar. Como os outros, fala sobre um serial killer e a caçada para encontrá-lo e prendê-lo. Às vezes, me sinto um pouco como Harry Hole, o investigador do livro. Como advogada, você vê de tudo um pouco. Mas nada, nada é comparado aos casos que envolvem assassinos. Um arrepio me sobe ao lembrar da tarde que passei ouvindo as confissões de Pharrell Clinton. Devo admitir que me sinto muito mais leve de não ter que lidar com o caso dele, apesar de algo me dizer que ainda vou me surpreender de alguma forma com o desenrolar dessa história.
O sol está agradável e o calor é bem vindo ao me tocar, aquecendo nao só minha pele mas também meu coração. Estou com tanta saudade de meus pais. Eles ainda vão ficar por algumas semanas desfrutando da paz e do sossego da casa de campo onde estão morando temporariamente. Sorrio, ao me lembrar de minha mãe me contando o quanto ficou feliz com aquela casa e a paz de espírito que ela trouxe para ela. Então, me dá um estalo: porque nao uso o dinheiro que ganhei no acordo para comprar essa casa? Se meus pais se sentem melhor morando lá, seria unir o útil ao agradável, não? A ideia me anima.
Ouço um barulho atrás de mim, a porta da sacada se abre e depois de alguns segundos meu marido surge, lindo de morrer em um look confortável e despojado. Ele veste um calção apenas, que deixa poucas partes para imaginação. Ponho o livro de lado e ele se aproxima, se ajoelhando ao meu lado e pegando meu rosto com as mãos, me beijando carinhosamente em seguida. O beijo é casto, sensual e quente. Uma de suas mãos puxa meu cabelo suavemente, o suficiente para me acender. Ele se põe sobre mim na espreguiçadeira e posso sentir o objeto do meu prazer dando sinal de vida entre nós.
Suas mãos passeiam entre minhas pernas, sobem até meus seios, onde aperta e brinca como se eu fosse seu playground particular. Cada célula em mim implora por atenção nesse momento. Mas, sou tirada da minha bolha de prazer pelo pensamento de que estamos nos agarrando a luz do dia e alguém pode ver.
- Austin, pare.
Ele olha pra mim intrigado.
- O que? Porque?
Suspiro, olhando para os lados.
- Alguém pode nos ver!
Ele sorri, aquele sorriso de molhar a calcinha, sabe?
- Meu bem, devo lembrá-la de que estamos em uma cobertura?
- Mas e o pessoal dos outros prédios?
Agora ele gargalha.
- Apesar de estarem bem longe, se decidirem pegar um telescópio, vamos dar um show e tanto para eles. Quero foder minha mulher com o sol como testemunha. - diz e volta a me beijar, passando as maos pelas minhas pernas até chegar a minha bunda, onde deixa um apertão. Me agarro nele, relaxando e buscando mais contato, minhas unhas passando por suas costas largas. Ele geme em minha boca, adora me ver perder o controle. Quando sua mão boba alcança meu biquíni eu suspiro pesadamente, ja sabendo o que vem em seguida.
Ele puxa minha calcinha para o lado e espalma sua mão em meu sexo sedento. Seus dedos brincam com meu clitóris, me fazendo relaxar na espreguiçadeira.
- Ora ora, esposinha. Pelo visto o exibicionismo nao é tao ruim assim, é? - diz e não consigo segurar um gemido quando introduz um dedo em minha fenda molhada. Ele suspira ao ver o quanto estou entregue e introduz mais um dedo. Austin me fode com vontade, seus dedos brincando, girando e massageando minha boceta, me levando a loucura. Com a outra mao, ele apalpa meus seio, se divertindo com a minha tortura em busca do orgasmo. E porra, que tortura boa. Nao dura muito, porque em seguida o orgasmo me invade como um tsunami, levando todo o pudor que restava nesse corpinho.
Ele retira os dedos e os chupa, uma cena erótica memorável que vou levar para o resto dos meus dias. Entao ele abaixa o short e revela sua poderosa ereção. Minha boca saliva de vontade, mas ele tem outros planos para nós agora. Austin pincela o pau em minha entrada, se aproveitando de meu orgasmo para se lubrificar e me penetra com força, arrancando um grito de mim. Quando começa a se mover, suas estocadas nao sao como de costume, fortes e imponentes. São suaves, ritmadas e sensuais. Ele me come devagar e carinhosamente, beijando minha boca e alternando entre massagear meus seios e apertar minha bunda. Acaricia meu rosto e di:
- Olhe pra mim, Kaia. Quero me perder nesses olhos quando gozar na minha bocetinha apertada e deliciosa.
Quando nossos olhos se encontram, a sensação de cumplicidade e o tesão palpável não me deixam pensar duas vezes e eu gozo junto com ele, gritando seu nome.
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Após o sexo exibicionista na varanda da cobertura, levamos nosso desejo ardente para o quarto, onde consumamos maos uma vez o prazer latente, que nos atraía um para o outro feito imãs. Nosso sexo era íntimo, bruto, forte e quente. Nos perdíamos no corpo um do outro com facilidade, como se aquele fosse o lugar mais agradável do mundo. E, mesmo tentando negar a mim mesma por tanto tempo, era mesmo. Austin estava ocupando um lugar em meu peito que eu havia fechado a sete chaves e eu temia que ele nao soubesse o que fazer com os sentimentos que assolavam meu peito cada vez que ele olhava para mim.
Agora deitados e agarrados, como um casal apaixonado, Austin faz um cafuné muito bem vindo em meus cabelos. A sensação é de conforto, aquele calor que aquece a alma da gente.
Passo as mãos por seus braços enquanto descanso a cabeça em seu peito e ouço seu coração batendo. A intimidade que temos agora é muito linda, me deixa confortável. Essa história de casamento por contrato me fez perceber quanto tempo eu me privei de sentir, de permitir que alguém se aproximasse de mim para me fazer feliz.- Um milhão por seus pensamentos. - Austin diz, me tirando de meus devaneios.
Sorrio e levanto a cabeça para olha-lo. Decido então abrir o jogo com ele, pois nao sou mulher de rodeios.
- Estive pensando sobre isso. - Aponto o dedo para mim e em seguida para ele - sobre nós. Eu nao faço o tipo casual. Não sei como isso vai terminar quando acabar o nosso acordo, Austin. E isso me assusta.
Ele acaricia meu rosto e sorri. Aquele sorriso que abala as estruturas.
- Nao está claro pra você? Estou apaixonado, Kaia. Nao estou me divertindo com você. Nao é um jogo pra mim. Eu e você, eu quero que dê certo.
Sua confissão acalenta meu coração e me enche de alegria. Pulo em cima dele e me agarro nele, beijando sua boca suavemente. Ele agarra meus cabelos e os puxa levemente, para olhar meu rosto. Quando ele abre aquele sorriso malicioso que me deixa de pernas bambas eu já sei que perdi essa batalha.
Estou irrevogavelmente apaixonada por Austin Worligen.
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Casamento por Contrato
RomanceKaia Porter é uma garota do subúrbio de Manhattan que trabalha em um grande escritório de advocacia no centro da cidade. Leva uma vida corrida e difícil. O pai é alcoólatra e a mãe empregada doméstica. Kaia se esforça ao máximo para manter o pai nos...