CAPÍTULO 7

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"Der Teufel trägt Prada"

HAZEL
Dia seguinte...

— Bill, você não conhece essa mulher! Te garanto que ela não é boazinha. -digo apreensiva pelo telefone

— Haze, você precisa relaxar. Não tem nada que possa fazer pra mudar isso! A solução é tentar lidar. -me aconselha

— Não sei se aguento ela aqui por muito tempo. Espero que seja apenas uma visitinha pra família que ela praticamente abandonou.

Não percebi que já estava roendo as unhas. Ela chegando é sempre um evento. Deixo vocês decidirem o quão agradável ele é.

— Hazel! -tia Amelia chama

— Bill, tenho que ir. Depois te conto como foi.

Desligo e desço as escadas já esperando pelo pior.

— Ela acabou de chegar. -me olha de canto - Vai ficar tudo bem, Hazel...

Minha tia me abraça de lado. Pela janela consigo ver seu Audi estacionando. É real, ela voltou.

A porta se abre. Erin entra com várias sacolas de grifes na mão e diversas malas atrás de si. Muita coisa...

— Me ajudem aqui, por favor! -diz quando algumas coisas estavam prestes a cair

Corremos em sua direção, ajudando-a. Erin suspira, como se estivesse cansada.

— Minhas meninas! -ela nos puxa para um abraço sufocante- Amelia, você envelheceu! Anda se estressando muito, eu imagino.

Começou.

— Impressão sua, Erin. Com Hazel aqui nunca me estresso.

— Eu imagino que sim. -da uma piscadela para minha tia, agora se virando para mim- Pequena Hazel! -ela segura minhas bochechas

— Oi mãe. -digo tentando me desprender dela

— Você cresceu muito! Já deve ter uns 16 anos! -ela me puxa para um abraço

— Na verdade vou fazer 18 esse ano. -digo baixinho

Tia Amelia me olha perplexa.

— Oh, erro meu! Mas no fim é tudo a mesma coisa, não? -sorri

Não.

— É, sim mãe. Tudo bem.

— Venha Erin. O jantar esta servido.

Andamos em direção a sala de jantar, mas já perdi a fome desde que a porta foi aberta.

[...]

— Me conte! Como está a escola? - Erin pergunta levando a comida até sua boca

— Bem, mãe. Esse é meu último ano. -digo

— Uau! Já sabe qual faculdade pretende fazer? Imagino que Direito, claro. Sei que é esperta e vai seguir o meu lado da família. -diz soberba

Chuto tia Amelia por baixo na mesa. Ela me olha imediatamente.

— Bom, eu queria mesmo fazer faculdade de artes e...

— Oh, não. Hazel por favor! Não comece com essa baboseira. Seu pai se formou em arte e veja só! Está-

— Morto? -Amelia completou amarga antes que Erin finalizasse a frase- Peço que tenha mais respeito com meu irmão, Erin. -seus olhos estavam profundos, assim como sua voz

— Eu não ia dizer isso, cunhada. -ela ri. Só ela ri.

O som ecoa pelo ambiente silencioso.

— Mudando de assunto. Como vai Aiden? -pergunta

— Asher? - corrijo - Vai bem, obrigada. -minto. Erin não precisa saber.

Ela da uma risadinha sem humor.

— Já sabe que não gosto dele, não é? -me encara

— Sei disso. Só me espanta que você tenha tirado essas conclusões sem nunca ter visto ele na vida. -rebato

— Bom, a família não é das melhores. Os Holt. Malditos americanos. -faz uma cara de desdém

— Bom, alguém vai comer mais? -Amelia pergunta se levantando da mesa e quebrando o silêncio terrível

— Não, tia. -respondo

— Pois deveria, filha. Está muito magrinha. -diz se levantando com seu prato em mãos

Meus olhos se enchem de água.

— Ela está perfeitamente bem, Erin. Não se preocupe. - tia Amelia diz entredentes

Erin da mais uma de suas risadinhas sem humor.

— Se você diz... -ela alisa a roupa- Me deem licença, vou para o quarto. -minha mãe diz subindo as escadas em seus saltos finos e saia de tubo.

— Hazel...

Ignoro tia Amelia e saio correndo da casa. Ela não pode me ver assim.

PAIN OF LOVE - TOM KAULITZ Onde histórias criam vida. Descubra agora