Otto Brandão, tinha duas paixões em sua vida, seu cargo como delegado e sua filha. Ele não era um homem que curtia farras e nada que fugisse da sua rotina ou deixasse seus dias ainda mais atordoados. Delegado Brandão, buscava uma esposa que pudesse...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Filho, quem era aquela mulher que trouxe minha neta e o que ela te contou? — quis saber minha mãe de imediato quando saímos do quarto.
— Seu nome é Diana, mãe, e ela contou muita coisa, mas não sei se realmente posso acreditar na palavra daquela estranha...
— Me conte tudo que ela te disse, Otto. Ela simplesmente resolveu trazer sua filha do nada de volta para você? Que história mais sem cabimento.
— Isso eu esqueci de perguntar, bem lembrado, ela não explicou como descobriu que Violeta era minha filha. No entanto, em breve ela será convocada a dar seu depoimento, e de qualquer jeito será presa. O inquérito está em andamento e não está nas minhas mãos o destino de Diana.
— Meu Deus, então ela será mesmo presa. — Minha mãe me fitou curiosa e abismada.
— Provavelmente. Ela não sequestrou minha filha, mas a manteve em posse ilegalmente.
O cenho da minha mãe se franziu.
— Então, ela não a sequestrou mesmo? — inquiriu em um fio de voz.
— Não. Pelo que Diana disse, Violeta foi encontrada em um saco de lixo e, por isso, ela cuidou dela.
Minha mãe levou a mão a boca, completamente, horrorizada.
— Por Deus, filho! Que história mais horrível.
— Sim, mãe. Fico pensando quem pode ser tão ruim a ponto de fazer isso com a minha filha. — Cerrei os punhos e fechei os olhos, sentindo o ódio me tomar. — O dia que eu encontrar quem fez isso eu juro, mãe, não conseguirei me segurar, eu desonrarei minha farda, mas os matarei com as minhas próprias mãos.
— Filho, não cabe a nós fazer justiça com as próprias mãos, você sabe bem disso. — Minha mãe tocou meu rosto. — Vai dar tudo certo, agora ao menos encontramos Violeta e ela retornou para casa. Não pude deixar de notar o quanto ela está bem cuidada, bem alimentada... Parece que essa Diana cuidou muito bem de Violeta, a protegeu!
— Mesmo que ela tenha cuidado, mãe, não deixa de ser um crime o que ela fez. Ela deveria ter procurado a justiça e entregado minha filha, não ficado com ela.
Minha mãe me olha nos olhos.
— Filho, mesmo que cause revolta em você, em nós, ela ter ficado com Violeta por todo esse tempo, temos que nos pôr no lugar da mulher. Imagine só encontrar uma bebê indefesa em um saco de lixo, imagine as milhares de coisas que se passaram na cabeça dela. Ninguém sabe o que se passa com outro sem estar na própria pele da pessoa.
— Ela disse que havia perdido a mãe recentemente — comentei e minha mãe me olhou compadecida. — Mas, pouco me importa, não vou amolecer por conta disso.
— Só sei que Violeta é muito apegada a essa mulher, ela não parou de chorar até pegar no sono, não parava de chamar por mama. Você precisa deixá-la ver a menina, senão sua filha pode de adoecer de saudade!
