O asfalto era uma mancha negra sob os pés de Sohyun quando trocou a corrida esportiva por uma fuga pela vida. Na umidade tropical da noite de verão, todo o corpo se cobriu de suor. Consciente das respirações frenéticas atrás dela, forçou-se a não sentir a dor do esforço.
Fuja, não deixe que apeguem.
Não conhecia aquele bairro, mas sabia que era a linha de demarcação onde os subúrbios se encontravam com a região industrial no norte de Twin Cities. Não era o melhor lugar para uma mulher sozinha correr, especialmente com as luzes das ruas queimadas. A única iluminação vinha dos anúncios de néon de uma fileira de boates apertada entre armazéns de quatro e cinco andares.
Aumentando a velocidade e ignorando a dor nos tendões das pernas, subiu na calçada. Graças a Deus não escorregara; eles a pegariam e a roubariam ou morderiam ou...
O que eram? Tinham dentes, dentes longos. Haviam rosnado e exibido as presas. Quando começara a correr, deram-lhe uma dianteira, rindo, como homens faziam quando queriam amedrontar uma mulher. Rezara para que apenas ficassem lá e não a perseguissem, mas sua oração não fora atendida.
Estavam perto, os pés batendo no asfalto no ritmo de seu coração disparado. Jamais seria capaz de fugir deles. Mas talvez pudesse se esconder. A direita, na esquina, um armazém escuro parecia chamá-la, as imensas portas duplas abertas.
Sohyun correu para dentro e, tarde demais, percebeu seu erro. Caíra numa armadilha, ninguém a ouviria gritar. Os pulmões prestes a explodir, lutou para se manter sobre as pernas trêmulas.
A escuridão era tão intensa que mal podia perceber as paredes em torno, as janelas como bocas sem dentes abertas contra o céu negro. Massas escuras de grandes objetos empilhados a obrigaram a andar com mais cuidado.
Pisou numa tábua solta e perdeu o equilíbrio. Os braços batendo no ar, virou-se, tentando evitar uma queda. Mas não conseguiu.
Antes que atingisse o piso de concreto, mãos fortes a agarraram pela cintura e a puxaram para a escuridão.
O homem que a segurava respirava pesadamente, como se estivesse tão cansado como ela. O hálito quente lhe atingiu o rosto. O cheiro era fortemente masculino, terreno. Não era um dos perseguidores de dentes longos, mas não conseguia saber se estava a salvo.
Os braços fortes a apertavam, circulando-a, mantendo-lhe os braços presos. Ele recuou um passo, puxando-a para um ponto ainda mais escuro. Uma janela à esquerda, fechada com tábuas mal pregadas, deixava entrar tênues raios da lua crescente. Uma farpa de madeira lhe feriu o ombro e um prego lhe agarrou a camiseta, Sohyun lutou.
— Solte-me. Quem é você?
— Eu a salvei daqueles idiotas loucos lá fora. Não vai me agradecer?
— Se me soltar.
Ele roçou o nariz em sua testa, como se lhe sentindo o cheiro.
— Acho que não.
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MOON KISS
FanfictionEm uma fuga de vampiros sedentos de sangue, Kim Sohyun foi parar direto nos braços de um lobisomem. E agora ela experimentava a linha tênue entre o medo e o desejo... Como homem, a sensualidade de Jeon Jungkook a atraia. Como fera, seu apetite insa...