Capítulo 13

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Sohyun se aprontou, sentindo-se um pouco culpada por ir à cidade aquela noite. Mas precisava encontrar o amigo e Jungkook não tinha o direito de proibir. Sabia que queria apenas protegê-la, porém precisava continuar com sua vida e lhe ex­plicaria isso mais tarde.

Ele mesmo tinha uma vida da qual não fazia parte, como aquela mulher na foto. Sabia que tinha sido uma amante, por mais que ele negasse. E ele gritara o nome de uma mulher na noite em que os vampiros atacaram seu loft.

Teria uma rival no coração de Jungkook? Sentiu-se cheia de ciúme, então percebeu que estava se comportando como ele, ficando zangada por alguma coisa que provavelmente não existia.

Tinha que admitir que o ciúme de Jungkook a fazia se sentir especial, como uma princesa.

A porta do quarto se abriu e Sohyun não se deu ao trabalho de olhar. Estava de sapatos de salto alto, calcinha e sutiã. Que ele olhasse o quanto quisesse.

— O nome dela é Nayeon — disse ele.

Sohyun abaixou o vestido vermelho que segurava e se virou para ele.

Jungkook, a cabeça baixa, andou alguns passos.

— Ela viveu comigo por dez anos antes de se mudar no ano passado e era... Tudo para mim.

Dez anos? E não haviam sido amantes? Agora, isso era interessante. Mas a tensão na voz dele a deixou cautelosa.

— Desculpe, parece uma coisa dolorosa para você. Não devia ter perguntado.

— Você precisa saber, não devo lhe esconder nada, Sohyun. Saiba que tento ser o mais franco possível.

— Sei que tenta. Acredito que me dirá o que acha que preciso saber quando for o momento certo. Assim, obrigada por me dar essa parte sua.

Ele acenou.

— Vou ver o carro antes de você sair. E, com isso, ele se foi.

Sohyun ficou parada, olhando a porta aberta. Estava tão acostumada com a presença constante do amante que seu desaparecimento súbito lhe causou uma sensação de vazio. Rodeou a cama e abriu a gaveta da mesinha de cabeceira onde sabia que havia uma foto da mulher.

Dez anos.

Traçou com um dedo o rosto da mulher e o sorriso radian­te de Jungkook.

Algum dia sorrira assim para mim? Ou ela sempre terá seu coração? O que ela significou para ele se não foram amantes? Uma filha? Uma amiga? Uma parente? Talvez Yumi saiba.

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Ele segurou as chaves do Mercedes e esperou por Sohyun. In­sistira em ir à cidade sem ele para se encontrar com Jin. Sabia que teria problemas.

Depois da discussão daquela tarde sobre Nayeon, devia mais explicações a Sohyun. Não fora realmente uma discussão, ele se recusara a se abrir, sem saber como lidar com sentimentos que guardara por mais de um ano.

Por dez anos, partilhara sua vida com ela. Agora Nayeon se fora, roubada por outro homem.

Dera a Sohyun a informação que podia sobre seu relaciona­mento com Nayeon. Não foi muito, talvez pudesse ter dito mais. Contudo, como liberar os sentimentos que lhe tomavam o co­ração como uma massa negra que se recusava a ser desvenda­da? Ela fora generosa ao dizer que aceitaria o que lhe pudesse dar quando se sentisse à vontade. Sohyun, minha Sohyun.

— Você não vem?

Surpreendido por não lhe sentir o cheiro, a expressão de Jungkook se tornou mais dura. Ela vestia vermelho e isso o aborreceu. Jin era apenas um amigo, lembrou a si mesmo. Assim como ele e Nayeon haviam sido amigos? Tentou permanecer estoico.

MOON KISSOnde histórias criam vida. Descubra agora