Capítulo 10

30 5 0
                                    

Jungkook deixara a mansão na noite anterior sem lhe dizer onde pretendia passar as duas noites seguintes. Embora Sohyun soubesse que estava apenas tentando protegê-la, depois de apenas 24 horas sentia uma saudade terrível dele. Seria sem­pre assim, se o relacionamento deles continuasse? Ele se au­sentando por três dias todos os meses? Certamente poderia suportar a ausência.

Mas seu amor por ele era uma coisa tão nova. Sohyun estava ferida e inquieta enquanto se deitava sozinha naquela cama enorme, a mão se estendendo para o lado dele da cama. Onde estaria? E em que forma?

A lua brilhava, cheia, no céu de agosto. Sohyun desligou a televisão e foi descalça até o pátio. Tirou o roupão de seda e mergulhou nua na piscina. Já se acostumara com os horários de Yumi, ela lavava roupas no fim da tarde e geralmente saia sem se despedir.

Podia se acostumar com aquele estilo de vida. Viver numa mansão com uma governanta e cozinheira capaz de cozinhar pratos para gourmet e um amante sensacional.

Está certo, talvez ele não fosse completamente humano. E, embora Jungkook tivesse deixado claro que gostaria de sustentá-la, Sohyun jamais aceitaria. Gostava de trabalhar, exercitava sua mente enquanto a dança lhe movia o corpo. E podia instalar seu escritório num dos muitos aposentos vazios da mansão.

Uma das luzes do pátio piscou e o coração de Sohyun aper­tou. Jungkook dera-lhe instruções explícitas de entrar e trancar todas as portas e janelas depois das dez horas da noite. O lobisomem sabia onde era a casa dele e, embora raramente se aventurasse por perto, poderia ir lá aquela noite.

Dissera também que, bem cedo pela manhã, ela poderia vê-lo como um lobo e poderia olhar, se quisesse.

— Meu amante, o lobo — disse ela, flutuando. — E Jin ama uma mulher vampiro. — Jungkook não lhe contara a conversa que tivera com Hyeri, apenas que lhe dera um ultimato.

Um som leve na porta do pátio a alertou. Yumi esta­va lá e Sohyun deixou as pernas afundarem para esconder a nudez.

— São quase dez horas, senhora — disse Yumi. — Me­lhor entrar.

— Já? Está bem, já vou entrar. Vai para casa, Yumi?

— Sim, tenho uma casa adorável que Jungkook me deu. Boa noite, senhora. Fique dentro de casa, sim?

— Boa noite.

Yumi saiu e deixou a porta aberta. Sohyun saiu da piscina e pegou uma toalha.

A porta parecia chamá-la. Venha depressa, antes que seja tarde demais. A governanta não ficava na mansão durante a lua cheia? E era uma fada, devia se sentir mais confortável com o reino paranormal do que qualquer mortal.

Atravessou o pátio e entrou, trancando a porta e passando a tranca, como Jungkook lhe ensinara.

O uivo de um cão soou ao longe e o coração de Sohyun disparou.

— Melhor verificar todas as portas e janelas.

#####################

Depois de verificar tudo, Sohyun foi se deitar. Era quase uma hora da madrugada e Sohyun estava sentada no meio da cama, apertando ao peito uma camisa macia. Era de Jungkook e tinha o cheiro dele, assim vestira-a depois de tomar um banho de chuveiro.

E lá estava ela, como fizera na noite anterior, olhando pela janela. A casa de Jungkook ficava no fundo de um vale, cercada de florestas que pertenciam a ele. A lua não estava visível, mas o céu era luminoso contra as silhuetas escuras das árvores.

Uma coruja piou, um cão uivou. O vento aumentou e o som dos galhos das árvores batendo nas janelas não a deixa­va dormir, cada pequeno som fazia-lhe o coração disparar. Em filmes de horror, não era a cena grotesca e sangrenta que lhe fazia o sangue correr mais depressa, era a antecipação da maldade.

MOON KISSOnde histórias criam vida. Descubra agora