Estava sendo um canalha. Dois dias haviam se passado desde o ataque e Jungkook usara as desculpas de instalar novas janelas, verificar os terrenos e renovar o estoque do arsenal para limitar seu tempo com Sohyun.
Inferno, queria ir para ela, abraçá-la, beijá-la, fazer amor com ela e encontrar de novo seu lugar dentro dela. Mas o cheiro de vampiro persistia e não queria que soubesse que o repugnava. De uma certa forma, era verdade e não era. No entanto, sabia que era estupidez pensar que ela não sentia sua relutância.
Racionalmente, sabia que nada mudara entre eles. Era a mesma mulher a quem amava, que queria que fosse sua companheira pelo resto de suas vidas. Ilogicamente, seu cérebro a considerava repulsiva. Encolhia-se cada vez que via a marca vermelha em seu pescoço, que já estava desbotando.
Vampiros haviam matado cruelmente seus pais e o escravizado. Guerrearam contra as bruxas sem nenhum respeito pela vida humana. Vampiros eram criaturas malignas e nojentas.
E logo Sohyun se tornaria uma delas.
Não podia afastá-la, porém sabia que ignorá-la era muito pior. Precisava dele tanto quanto ele precisava dela. Não era vampira ainda. Se não pudesse aceitá-la agora, como poderia, depois que se transformasse?
Porque estava começando. Na noite anterior, ela gemera no sono, um gemido profundo, ansioso, que não era sexual. A fome de sangue começara a se infiltrar em seu sistema. Cada noite, depois que ela dormia, ficava sentado na poltrona do quarto, sem dormir. Não dormia havia dias e, embora exausto, continuaria a vigiá-la. Para descobrir mudanças, para saber suas necessidades. Beije-me.
Ela dizia isso todas as noites antes de entrar debaixo dos lençóis. Mas não olhava para ele, como se soubesse que não lhe encontraria o olhar. Idiota!
Não seria vítima de pensamentos tortuosos. Seu cérebro o convencera de uma coisa irracional. Faria o melhor que pudesse, precisava fazer. Quanto mais tempo ficasse longe dela, mais se separariam. Ele a queria e iria para ela.
Sim, ele a beijaria e tudo seria como sempre fora. Ou preferiria morrer.
Sohyun procurou na gaveta de camisolas. Normalmente dormia nua, mas vinha usando pijamas porque ultimamente sentia frio na cama.
Jungkook estava dormindo na poltrona, assim não a roçaria por acidente. Provavelmente achava que ela não sabia, mas estava consciente, durante a noite, quando seu sono era leve, que ele a observava. De longe.
Estremeceu e segurou uma vontade desesperada de chorar. Pensou que tinha coisas mais importantes para pensar do que no namorado confuso. Como descobrir uma forma de lidar com o que estava se tornando. Podia sentir as mudanças.
Colocou um dedo na base do pulmão, onde o anseio começara. Era uma queimadura, uma ânsia que precisava ser satisfeita.
A fome de sangue, pensou, o lábio inferior tremendo. Não queria fazer aquilo, não queria beber sangue. Seria muito mais fácil... Se tivesse apoio. Uma lágrima desceu.
— Sohyun?
Tirando a camisola de seda rosa da gaveta e segurando-a contra o corpo nu, ela se virou e viu Jungkook em pé no outro lado da cama. Calça de couro, peito nu, tão bonito.
Mas não era mais dela.
— Alguma coisa errada?
— Sim, tudo — disse ele, um suspiro erguendo-lhe o peito. Contornou a cama e se aproximou. Não ficava tão perto há dias. Lentamente, ergueu uma das mãos e passou um dedo pelo braço dela. O calor dele, seu cheiro másculo a tomaram, a pele tensa em antecipação.
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MOON KISS
أدب الهواةEm uma fuga de vampiros sedentos de sangue, Kim Sohyun foi parar direto nos braços de um lobisomem. E agora ela experimentava a linha tênue entre o medo e o desejo... Como homem, a sensualidade de Jeon Jungkook a atraia. Como fera, seu apetite insa...