Capítulo 12

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Sohyun entrou no loft pisando duro e desabotoou a fivela dos sapatos de dança, jogando-os sobre o tapete.

— Aquele lobo idiota!

Dirigiu-se para o chuveiro, tirando a roupa enquanto andava.

— Ele pensou que Tony estava pondo seu cheiro em mim? Que espécie de idiota ele é? Oh, certo, um lobisomem idiota.

Era bom estar em casa. Gostara de ficar na mansão de Jungkook, mas depois dessa noite não estava com humor para seus hormônios alfa.

Pelo menos ele entendera e não a seguira até em casa.

O longo banho a refrescou e, sob o chuveiro, permitiu que os pensamentos viajassem e encontrou certa tranqui­lidade.

Teve medo ao perceber como o homem era capaz de brin­car tão facilmente com suas emoções. E então soube que era porque ele significava tanto para ela. Se ela significasse a metade para ele, não saberia que as ações dele poderiam destruí-la?

A noite caíra quando saiu do chuveiro. Vestiu um roupão de seda e foi até a cozinha, ver o que havia para comer na geladeira. Nada que lhe agradasse, nem mesmo o sorvete de chocolate.

— Sinto falta da comida de Yumi. Oh! O que há com aquele homem? É sempre tão... Macho, tão controlador.

Pensara que gostava disso nele, mas como poderia, depois do que fizera aquele dia? Arruinara sua chance de conseguir o treinamento.

Não sabia como lidar com sua possessividade. Como uma garota namorava um lobisomem e fazia o relacionamento funcionar?

Se sua mãe estivesse lá, diria a ela para enfrentar o desa­fio de cabeça erguida. Descobrir que aquilo acontecera para lhe ensinar alguma coisa. Mas o quê? Aceitar melhor as diferenças? Amar? Nunca amara tão profundamente como agora.

Observou a sala e viu o computador. Havia uma semana que não o ligava e, embora seus clientes não precisassem dela, pensou que talvez um novo tivesse entrado em contato.

Mas estava impaciente demais e preferiu fazer uma pes­quisa no Google sobre lobisomem.

Descobriu informações de todo tipo, algumas estranhas, outras combinando com o que Jungkook lhe contara. Mas o que a impressionou mais foi o fato de que praticamente todas as culturas tinham lendas sobre lobisomens, muitas recuando séculos. Foi a diversos sites, mas nenhum deles lhe ensinou tomo lidar com aquele homem. Nem explicava sua atitude no estúdio.

De repente, ficou arrepiada, ouvira uma batida leve na porta do pátio. Seriam vampiros? Com a raiva, esquecera do perigo que corria, o motivo por que Jungkook a tirara do loft. Mas vampiros não bateriam na porta.

Através do vidro, viu uma sombra do lado de fora... Uma grande sombra masculina usando jaqueta de couro.

— Vá embora! — gritou, sem abrir a porta.

— Desculpe — a voz de Jungkook era baixa e calma. — Por favor, podemos conversar?

— Não estou com disposição. — Olhou mais uma vez e viu que ele estava em pé, de costas para a porta.

Esse parecia seu jeito de agir com ela. Persegui-la quando o odiava. Dominá-la com sua agressão de homem das caver­nas e conquistá-la com seu charme.

— Não vai funcionar desta vez — resmungou Sohyun, olhando os sapatos de dança jogados no tapete.

Ele não sabia o quanto conseguir um aprendizado com Tony significava para ela. Fazer sites na web era interessante e pagava as contas, mas era obrigada a ficar sentada o dia todo. Dançar era o que ela amava, os movimentos, a liberda­de, o total abandono.

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