Capítulo 22

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Pela primeira vez em noventa anos, estava preparado para dar as boas-vindas a um presa longa em sua casa. Não exatamente preparado... Como alguém se preparava para uma coisa daquelas? Seu ódio pelos vampiros era tão profundo, não tinha certeza se poderia superá-lo

Jungkook dirigia o Mercedes para casa, Sohyun sentada ao lado dele em estado de graça enquanto o bruxuleio durava. A saia subira para o alto das coxas... Mais alguns centímetros e ela revelaria coisas que só ele deveria ver. Gostava daquelas pernas longas e esguias, melhor, gostava de imaginar o que havia sob os babados.

E aquela imagem lhe dava a esperança de que tudo fica­ria bem, já que ainda a desejava. Nada mudou, repetia ele silenciosamente.

— Ivan disse que você devia beber mais uma vez esta noite e que isso a saciaria por pelo menos uma semana.

— Parece bom para mim — disse ela suavemente.

Não estava mais embriagada, mas relaxada e num estado estranhamente alterado, o que ele normalmente chamaria de excitação.

— Isso pode ser cruel, mas tenho que perguntar, você tem um orgasmo?

Ela suspirou, havia tanto prazer.

— Você sabe que vampiros ficam tontos com o sangue.

Sim, e também sabia que a tonteira era orgástica. E cer­tamente ela e Ivan haviam partilhados algumas tonteiras. As mãos apertaram o volante.

— Mas orgasmo? Não. Isso implica algum tipo de exci­tação por um estranho. Apenas atende a uma necessidade. Embora quisesse que fosse você ao meu lado e não Ivan.

Por um momento ele desejara a mesma coisa. Porque, em pé na entrada do beco, ouvindo as doces palavras de sua amante e os gemidos do humano, Jungkook ficara excitado. Com a tentação que Sohyun oferecia com seus suspiros e to­ques. Com o beijo que lutara para considerar doce quando sabia que agora era perigoso.

— Vamos descer a Poplar. — Ela mostrou a rua — Não fica longe de onde eu morava. É tranquila, mas podemos en­contrar um universitário caminhando por ela.

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Jungkook estacionou no bairro tranquilo e logo Sohyun se apro­ximou de um candidato aceitável com a mesma ousadia sen­sual que demonstrara antes. Quando Jungkook se aproximou, Sohyun estava abraçando o homem contra um carro estaciona­do num beco. O cheiro de sangue enchia o ar, as duas mãos de Sohyun estavam no carro enquanto ela chupava o pescoço do homem. O homem começara a acariciar-lhe o quadril, mas rapidamente deixou as mãos caírem nas laterais enquanto gemia longamente.

O queixo rijo, Jungkook se obrigou a não interferir. O sujeito estava dando sangue, assim merecia o bruxuleio. E não iria longe com Sohyun se tentasse impedir aquilo.

Seria assim o resto de sua vida, acompanhar a amante enquanto ela procurava sangue para garantir que ninguém a tocasse?

Inferno, teria que se acostumar com aquilo. Não podia sair com ela todas as vezes, isso o mataria. E não seria justo com ela, Sohyun precisava disso. Ficou excitado ao imaginar-se acariciando-a, tirando-lhe os cabelos do rosto para revelar aquela expressão de total prazer.

No entanto, não podia tocá-la. Não queria perturbá-la, mas não queria tocar o que não podia aprovar. Cristo, mas respirava com tanta dificuldade como ela.

Quando a vítima inconsciente escorregou para o chão, Sohyun se encostou no carro, as pernas abertas. Ela sorriu e lambeu os lábios. Não havia sangue e ela estava surpreen­dentemente arrumada.

— Ivan me ensinou a persuasão, faz com que eles se es­queçam que estive com eles. — Jogou-lhe um beijo a distân­cia. — Não olhe para mim como se estivesse me julgando.

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