Capítulo 4

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Ele a encontrara e, em segundos, a velocidade de seus ba­timentos cardíacos aumentou. Embora não ousasse se virar na direção do homem, reconheceu seu cheiro, aquele aroma profundo, terreno, que também era doce. Que espécie de coi­sa tinha se tornado para sentir o cheiro de pessoas como se fosse... Não, ele não pode ser.

A pessoa ao lado dela se levantou e o homem não se sen­tou, mas ficou entre o banco vazio e o corpo dela. Uma coxa forte, musculosa, pulsava contra a dela, a barra da saia comprimiu-lhe a carne.

— Como me achou?

— Eu a segui desde sua casa.

— Desde minha... — Ele sabia onde ela morava? — Por favor, vá embora, ou chamo um segurança e digo que está me incomodando.

— Você não vai fazer isso. — Estendeu a mão, pegou sua bebida e cheirou-a. — Era assim que você cheirava a noite passada, vodka e uva-do-monte. Vocês, mulheres, e suas bebidas cor-de-rosa. Mas seu cheiro hoje é diferente, perfume demais. — Cheirou o ar em torno dela. — Cravo-da-índia. Achou que poderia esconder seu cheiro natural de mim?

— Sim. Não. — Sohyun levou a mão ao pescoço, consciente de seu decote acentuado, ele também percebeu. — Não me sinto à vontade conversando com você.

— Ótimo, gosto de mulheres que dizem a verdade. E de­testaria se você fosse daquelas que se agarram a qualquer homem que lhes desse o maior prazer de suas vidas.

Sohyun lançou um olhar a Jin. Estaria cuidando dela? Viu três mulheres quase nuas dançando em frente à cabine do DJ. A mente de Jin provavelmente não estava na melhor amiga.

— Olhe para mim — disse o homem que era uma espécie de salvador dela. — Deixe-me olhar para você, a noite pas­sada só pude imaginar como é bonita.

Ela olhou para os calorosos olhos. Eram escuros, embora mais suaves do que se lembrava. Nada ameaçadores, até mesmo atraentes.

— Seus olhos são tão bonitos e brilhantes — disse ele. Sohyun desviou o olhar.

Olhar nos olhos dele pareceu como obedecer a uma or­dem. E ela não queria lhe dar essa vantagem. Você está no controle de sua vida, lembra-se?

— Você não é tímida — mesmo em meio ao barulho, ela ouvia a voz dele perfeitamente, como se estivessem numa coluna de ar separada da multidão. — Converse comigo.

Conversar com um homem que a amedrontava? Nunca. Mas precisava saber...

— Você é realmente um...

— Um quê?

Ainda sem querer encontrar os olhos dele, ela brincou com a taça.

— Meu amigo me falou sobre vampiros e que eles real­mente existem. Então ele imaginou que você pode ser um lobisomem — ela sussurrou a palavra.

— Muito inteligente, seu amigo. É aquele na cabine para quem você acenou quando entrou?

— Sim. Você estava me observando?

— Sim. — O bartender parou diante do homem. — Uma cerveja — ordenou ele. — Então, estou vendo que você se recuperou da aventura da noite passada. Usando uma roupa sexy e flertando com homens na pista de dança. Dá para ver que não ficou traumatizada por ser perseguida, e sim excitada.

— Dá o fora, maluco.

Ela escorregou do banco para fugir e, por sorte, um cami­nho se abriu na pista de dança. O ritmo aumentou e a multi­dão delirou, os braços para cima enquanto dançavam.

Sohyun se virou, mas não viu sinais do homem... Ou lobiso­mem. Teria imaginado que conversara com ele? Não, ainda podia sentir a coxa poderosa, sólida e quente contra a dela. Ele a marcara com seu calor.

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