— Jeongin. — O rapaz entrou em seu quarto.
Seu irmão apenas fez um som com sua boca, deixando entender que estava disposto a ouvir.
— O que eu faço?
— Como assim?
— É que... Sabe o Jisung, o menino da minha sala lá, que trabalha na confeitaria, é baixinho e tem um sorr-
— Acho que tá bom, já sei quem é...
— Desculpa. — Coçou a garganta antes de prosseguir. — É que ele é tão reservado e eu quero muito ser próximo dele.
— Como exatamente você quer que eu o ajude? — Deixando seu celular na cama, moveu a atenção diretamente ao rosto dele.
— Sabe, você é um pouquinho reservado também... Aos poucos fomos ficamos mais próximos, só que com ele é diferente. Eu não vejo ele o dia todo como eu te via e ainda vejo. Querendo ou não, meio que fomos obrigados a nos acostumar um com o outro.
— Sim. Aonde quer chegar?
— Você consegue me dizer qual o limite para que eu não invada muito a privacidade dele? Algo que você não gostaria que fosse com você.
— Eu não sei se posso ajudar muito, já que depende da pessoa... Mas eu acho que posso dar alguns exemplos pra você.
— Obrigado, maninho!
Envolvido em seus braços, o mais novo apenas soltou uma curta risada e deu tapinhas em suas costas, se afastando depois.
— Espera. Você disse "depende da pessoa", não é?
— O que tem?
— Eu percebi que ele não curte tanto contato físico.
— Então tem que se lembrar de sempre respeitar o espaço dele e evitar encostar nele como você acabou de fazer comigo.
— É, isso eu meio que já sei... Eu esqueci e no impulso encostei no cabelo dele. Acho que ele não ficou chateado com isso nem nada, mas foi estranho e ele ficou estranho também.
— Estranho como?
— Sei lá, ele se assustou, mas foi muito. Depois se afastou.
— Hum...
— E eu acho que ele já sofreu bullying... Isso só me deixa mais preocupado.
— Apenas lembre de evitar ou pedir permissão dependendo do que for. Quem sabe ele não vai se abrindo mais.
— Vou me lembrar.
— Enfim, você também pode evitar tocar menos em assuntos muito pessoais e em coisas que ele aparenta não querer falar. Não insista. E tenta não fazer brincadeiras ou piadas relacionadas a ele, ou algo assim, ainda não tem como saber do que ele não gosta e do que ele tem insegurança, já que estão no começo de uma amizade.
— Nunca pensei nisso na verdade, mas obrigado por me lembrar.
— De nada. Pergunta sobre as coisas que ele gosta e vai rendendo o assunto com coisas que você gosta também, assim vão se conhecendo ao mesmo tempo sem tocar em um ponto muito forte e pessoal. Toma mais cuidado, às vezes você é extrovertido demais até comigo...
— Eu sei, desculpa por isso, é que eu me sinto muito a vontade perto de você.
— Eu entendo, mas talvez outra pessoa não, sabe? Eu não entendo muito sobre amizades, mas essas são coisas que eu penso e não gostaria que acontecessem comigo...
— Meu irmãozinho é tão sábio com apenas quinze aninhos... — O abraçou mais uma vez.
— Que exagero... E é só um ano de diferença.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doce Mar de Rosas
FanfictionHan Jisung sempre enfrentou problemas, desde que ainda era apenas uma criança. Sua vida não era um exemplo para outras pessoas, precisava enfrentar seus traumas e medos sozinho, dia e noite. Tudo isso muda no momento em que começou a se aproximar de...