Ligação | 15.1

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— Jeongin. — O rapaz entrou em seu quarto.

Seu irmão apenas fez um som com sua boca, deixando entender que estava disposto a ouvir.

— O que eu faço?

— Como assim?

— É que... Sabe o Jisung, o menino da minha sala lá, que trabalha na confeitaria, é baixinho e tem um sorr-

— Acho que tá bom, já sei quem é...

— Desculpa. — Coçou a garganta antes de prosseguir. — É que ele é tão reservado e eu quero muito ser próximo dele.

— Como exatamente você quer que eu o ajude? — Deixando seu celular na cama, moveu a atenção diretamente ao rosto dele.

— Sabe, você é um pouquinho reservado também... Aos poucos fomos ficamos mais próximos, só que com ele é diferente. Eu não vejo ele o dia todo como eu te via e ainda vejo. Querendo ou não, meio que fomos obrigados a nos acostumar um com o outro.

— Sim. Aonde quer chegar?

— Você consegue me dizer qual o limite para que eu não invada muito a privacidade dele? Algo que você não gostaria que fosse com você.

— Eu não sei se posso ajudar muito, já que depende da pessoa... Mas eu acho que posso dar alguns exemplos pra você.

— Obrigado, maninho!

Envolvido em seus braços, o mais novo apenas soltou uma curta risada e deu tapinhas em suas costas, se afastando depois.

— Espera. Você disse "depende da pessoa", não é?

— O que tem?

— Eu percebi que ele não curte tanto contato físico.

— Então tem que se lembrar de sempre respeitar o espaço dele e evitar encostar nele como você acabou de fazer comigo.

— É, isso eu meio que já sei... Eu esqueci e no impulso encostei no cabelo dele. Acho que ele não ficou chateado com isso nem nada, mas foi estranho e ele ficou estranho também.

— Estranho como?

— Sei lá, ele se assustou, mas foi muito. Depois se afastou.

— Hum...

—  E eu acho que ele já sofreu bullying... Isso só me deixa mais preocupado.

— Apenas lembre de evitar ou pedir permissão dependendo do que for. Quem sabe ele não vai se abrindo mais.

— Vou me lembrar.

— Enfim, você também pode evitar tocar menos em assuntos muito pessoais e em coisas que ele aparenta não querer falar. Não insista. E tenta não fazer brincadeiras ou piadas relacionadas a ele, ou algo assim, ainda não tem como saber do que ele não gosta e do que ele tem insegurança, já que estão no começo de uma amizade.

— Nunca pensei nisso na verdade, mas obrigado por me lembrar.

—  De nada. Pergunta sobre as coisas que ele gosta e vai rendendo o assunto com coisas que você gosta também, assim vão se conhecendo ao mesmo tempo sem tocar em um ponto muito forte e pessoal. Toma mais cuidado, às vezes você é extrovertido demais até comigo...

— Eu sei, desculpa por isso, é que eu me sinto muito a vontade perto de você.

— Eu entendo, mas talvez outra pessoa não, sabe? Eu não entendo muito sobre amizades, mas essas são coisas que eu penso e não gostaria que acontecessem comigo...

— Meu irmãozinho é tão sábio com apenas quinze aninhos... — O abraçou mais uma vez.

— Que exagero... E é só um ano de diferença.

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