Doce Mar de Rosas

Ambiente Verdadeiramente Acolhedor | 7.1

Han Jisung trabalhava normalmente e quase não via Felix. Sentia que ele estava meio decepcionado por não ter aceitado seu convite de morar junto com ele e seu namorado, mas era algo absurdo demais, nem parecia real. Na hora de ir embora, guardava suas coisas e trocou seu uniforme pela sua roupa rapidamente, se sentia muito desconfortável ao ficar sem as peças de suas roupas perto de alguém, mesmo que fosse um homem ou um garoto também. Seu colega chegou assim que estava acabando de colocar a blusa.

- Jisung, você tá bem?

O mais novo se assustou e olhou para ele. - O quê?

- Você tá bem?

- Eu tô, por que a pergunta?

- Seu braço tá roxo por causa de uma mordida, você acha que eu não vi?

- Ah... Eu...

- Você pode me falar o que tá acontecendo, eu quero te ajudar.

- E como eu posso confiar em você? A gente se conhece há pouco mais de um mês e você já vem com essa de que quer me ajudar?! Não é dever seu se preocupar comigo.

- Eu só tô dizendo pra você desabafar, Jisung, é algo bom a se fazer! Por que você não pode aceitar um pouco de ajuda?!

- Por que eu não te conheço direito!

- Jisung, foi EU quem te deu um lugar pra ficar quando você entrou em desespero, com medo, ou sei lá, da sua tia, você tá se preocupando em não me conhecer agora?! Você dormiu na minha casa, dormiu na casa de dois caras que mal conhece e resolveram te abrigar em um momento de necessidade! Você é só um garoto de dezesseis anos, era pra tá se divertindo com alguns amigos ou fazendo alguma merda, mas parece ter tantos problemas e não cuida nem de si mesmo direito! Você não pode resolver tudo sozinho, Jisung, entenda isso!

Han escutou cada palavra em silêncio e não se atreveu a interromper nada. Logo depois ele começou a se desabar de chorar, perdendo até suas forças. Suas pernas bambearam, fazendo com que se sentasse no chão. Tudo que Felix havia falado, era pura verdade.

- Me perdoa, eu não deveria ter falado assim, Jisung... - Chegou perto dele e agachou para que pudesse o ajudar a se acalmar e se levantar.

- Vo... V-você tá c-certo, Felix... Eu m-me sinto p-péssimo... em receber ajuda... M-me acho fraco e inútil, que estão fa-fazendo isso por dó... Por favor, 'lix... Me aju... Me ajuda... - O rapaz só faltava arrancar seus pobres fios de cabelo. Mal conseguia dizer aquilo tudo no meio do choro, soluço e desespero do momento.

- Calma, Ji... Vai ficar tudo bem, okay? Não é sua culpa. Vamos pra minha casa, você precisa de um tempinho longe daquela casa, não é? Fica lá com a gente. - Passou os polegares em suas bochechas 'cheinhas.

- Okay... - Sua voz estava bem falha e não queria se esforçar para dizer algo a mais, muito menos tentar corrigir a palavra que foi dita. Se levantou com calma e com ajuda, tentando se recompor.

- Consegue ficar em pé sozinho? Bebe uma água antes de irmos. - Ele foi em direção a sua bolsa e tirou uma garrafa de água para o entregar. Ele bebeu tranquilamente e devolveu para o mais velho.

Pegaram as coisas que deviam pegar e Lee conferiu se estava tudo em ordem, saindo com ele para o estacionamento. Trancou a última porta que precisava e foi acompanhando Jisung até o carro de Hwang.

- Oi amor, por que demorou?

- Desculpa.

- Ele tá bem? O que aconteceu?

- Não se preocupe agora, vamos levar ele hoje, okay?

- Tudo bem, mas fiquei preocupado.

Ambos entraram no carro, deixando um silêncio desconfortável. O caminho parecia ter sido bem longo, e era agoniante para o mais novo porque, tudo isso, era por sua causa. Imagina só se fossem morar juntos como foi pedido? Seria totalmente um desastre em sua visão, sempre ficaria tudo desconfortável, além de atrapalhar o casal. Não queria ser um incômodo para outro alguém.