For my dear love - Jay

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Quando pensamos no amor, nos vem à mente cenas de novelas, aquelas que nos fazem idealizar um relacionamento... gestos de gentileza, carinho, presentes, palavras lindas... tudo aquilo que eu sempre sonhei, porém não foi o que eu vivenciei nesses últimos meses.

Conheci um cara que minha família me apresentou. Um homem respeitável, religioso e bonito, o que meus pais sempre sonharam. Comecei a sair com ele, ele era legal, me dava flores nos primeiros encontros, me chamava de princesa. Desconfiei que havia achado o amor da minha vida, começamos a sair mais vezes até quando decidimos morar juntos. No começo era tudo muito lindo, igual aos dramas que assistia na TV.

Quando o tempo foi passando, meu namorado começou a se distanciar, começou a ser grosso comigo, a me bater, mas eu relevada, até porque ele me amava e eu amava ele. A situação foi saindo do controle, chegava a dias em que eu me via no espelho e começava a chorar, havia vários hematomas espalhados pelo meu corpo e ele não me deixava mais sair de casa.

Era 20 de junho quando eu decidi que iria mudar isso, eu não aguentava mais. Aquela mulher que habitava em mim, não era mais a mesma. Cheguei a pensar no que meus familiares falariam da minha decisão. Me julgariam... diriam que aquilo não era coisa de mulher, pois "mulher tem que ser submissa ao homem", esse é a ideologia em que minha mãe foi criada. Deixei de lado todos esses pensamentos ruins que habitavam em minha mente e segui em frente. Meu plano era: enquanto meu namorado estava fora de casa trabalhando eu iria juntar minhas coisas e sair escondida de casa. pedi ajuda de minha única amiga, ela sabia sobre tudo o que acontecia na minha vida, inclusive foi ela que abriu meus olhos e me fez perceber o quão tóxico meu relacionamento estava.

Era de tarde quando arrumei minhas coisas e desci para a calçada enquanto Lia, minha amiga, estava me esperando de carro na rua da frente.

    ⁃    Vamos Laura, rápido. Lia chama meu nome enquanto eu ajeitava minha mala.

Rapidamente coloquei minhas malas atrás do carro e entrei. Lia estava preocupada comigo, ela sabia que era uma decisão difícil, eu amava muito ele e não passava pela minha cabeça que ele estava me privando do mundo.

    ⁃    Laura... vai ficar tudo bem! Lia tentava me acalmar enquanto eu segurava o choro.

Logo saímos de lá, quando de repente em um semáforo batemos em uma moto, por sorte o motoqueiro não se feriu, mas tivemos que parar.

Ao ver quem era esse homem... era meu namorado...

Quando ele me viu, eu fiquei em choque. Ele começou a gritar comigo.

    ⁃    O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO FORA DE CASA VAGABUNDA?. Ele gritava e gritava, parecia que amava me ver sofrendo.

Em pleno século XXI tenho que aguentar esse tipo de tratamento vindo de meu próprio namorado. Minha reação na hora foi sair do carro...

Tirei o cinto de segurança, abri a porta e fiquei de frente pra ele, claro que ele tentou me agredir, como sempre fez, mas eu consegui me desprender e dei um tapa na cara dele. Talvez não tenha sido a melhor decisão na hora, mas isso já estava me prendendo a muito tempo, foi libertador, aquela cara de sínico desse homem logo se desfazendo após o tapa.

Enquanto isso acontecia, tinha várias pessoas em volta assistindo aquela trágica situação, mas teve uma pessoa em específico que não irei esquecer jamais. Um rapaz de coração puro veio em minha direção e nos separou para não acontecer algo pior.

    ⁃    Se o senhor continuar fazendo isso com essa mulher, eu chamo a polícia. O garoto com o cabelo escuro e seus traços bem marcantes disse.

Ele foi meu protetor aquele dia. Depois disso, ele me levou até a delegacia para fazer um boletim de ocorrência.

    ⁃    Eu não tolero esse tipo de comportamento, por favor faça um boletim de ocorrência, tenho medo que esse cara te persiga! Ele dizia com muita calma comigo.
    ⁃    Moço... qual é o seu nome? Perguntei a ele.
    ⁃    Pode me chamar de Jay...

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