— Bom, minha vez de perguntar — ela coçou a garganta, desviando o olhar para as asas do mestre-espião. — Já se apaixonou?
— O que?
— É, sabe — a mulher deu de ombros, franzindo o cenho —, sei que você e Elain tiveram algo não declarado, e você também já esteve caidinho por Morrigan.
— Como sabe sobre Morrigan? — Foi a vez de Azriel franzir o cenho, confuso.
— As fofocas voam por esse lado da muralha.
O Encantador de Sombras ficou em silêncio, olhando para as próprias asas que tinham enclausurado os dois e teriam deixado tudo escuro se não fosse pelo brilho de seus sifões. Sue pensou que ele não responderia.
— Acho que em nenhum dos casos cheguei a me apaixonar, não de verdade — ele se calou novamente, preso nos próprios pensamentos. — O que me fez sentir atraído por Mor foi o fato dela ser inatingível para mim. Eu sabia que nada aconteceria, não havia surpresas.
— E quanto a Elain?
— Elain é doce, linda e tranquila. Eu pensei que, se pudéssemos superar a parceria dela com Lucien, podíamos ter algo estável.
— Estável?
— Elain não poderia... me atingir. Não de forma irreparável. Independentemente do que acontecesse, eu seguiria em frente, como fiz.
— Então, o seu tipo de mulher é a inalcançável ou a que não consegue partir seu coraçãozinho de morcego?
— Eu nunca falei nada sobre partir coração algum.
— Ah, me poupe, Azriel. Você é um frouxo.
— O que quer dizer com isso? — o Encantador de Sombras virou-se para analisar sua face. Sue parecia zangada.
— Quero dizer que a sua ideia de procurar por relações que sabe que não podem te magoar, ao invés de correr o risco de viver algo real, torna você um frouxo. Fugir te torna um frouxo.
— Tenho certeza que você entende muito bem sobre fugir, não é?
— Do que está falando?
— Sabe do que estou falando — Azriel se refere a noite no escritório da Casa do Vento, seu semblante ficando duro, de repente.
Sue fica alguns segundos em silêncios, encarando aqueles olhos avelã furiosos. Os dela não estavam muito diferentes.
— Não fugi porque tenho medo de correr riscos. Eu fui embora porque, como eu já disse, foi um erro.
Lentamente, as asas do illyriano fecharam-se atrás de seus ombros, e ele se levantou.
— Um erro por quê?
Sue se lembrou dos cortes em suas costas. Imaginou o que Azriel pensaria ao vê-las, no que pensaria da verdade que elas continham.
— Porque tem cicatrizes que não deviam ser expostas — respondeu, simplesmente.
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𝗘𝗠𝗣𝗧𝗬 𝗦𝗢𝗨𝗟𝗦, acotar; azriel
Fanfic‧₊˚𝗔𝗟𝗠𝗔𝗦 𝗩𝗔𝗭𝗜𝗔𝗦 ‧₊˚ Sue passou anos procurando por um artefato mágico que ajudaria a salvar centenas de humanos. O que ela não sabia, era que o Encantador de Sombras da Corte Noturna estava procurando o mesmo objeto para destruir Koschei...