CAPÍTULO 04

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Já era tarde da noite quando o duque foi embora

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Já era tarde da noite quando o duque foi embora. Mais uma vez ele conversou com papai, mas não sei o assunto que trataram. Enrolei-me até na hora do jantar para contar de minha nova decisão, ainda sim não tinha coragem suficiente.

O jantar parecia melancólico. Por mais que mamãe seja uma ótima cozinheira, naquele momento parecia que nada tinha gosto.

── A comida estava ótima Joana ── Mesmo com o momento que passávamos, papai não deixava de ser gentil com mamãe.

Não demorei muito a comer - mesmo sem muita fome - e corri atrás de papai em seu pequeno escritório.

Bati na porta e sem cerimônia entrei. Papai parecia desolado. Com as mãos na cabeça e um monte de papel em volta.

── Papai? Tenho algo para comunicar ── Me sentei um pouco envergonhada em sua frente.

Papai ergueu a cabeça, e com os olhos cansados pediu que eu prosseguisse.

── Me casarei com o Duque.

Seus olhos se arregalaram imediatamente.

── Como é?

── Me casarei com o duque! Ele prometeu que se nos casássemos ele esqueceria vossa conta é que também nos daria uma quantia generosa para reerguer a fazenda.

── Não, isso é um absurdo!

── Mas por que?

── Além de mais velho, você estará se casando com um duque, não é a mesma coisa que viver aqui na fazenda. Isso não é vida pra você Celine.

Nessa parte eu me orgulhava de papai. Ele não era como as outras pessoas que só ligavam para status e quanto ouro você tem. Papai é justo e humilde. Jamais me venderia para salvar sua própria pele.

── Mas isso salvaria a fazenda.

── Sua liberdade não vale esse preço.

── Mas a vida da nossa família vale! Papai pense, não temos dinheiro, se não pagar o duque irá para a corte. Não podemos nem pedir um empréstimo levando em conta que já tínhamos feito um.

── Mas ainda sim, eu-

── Papai entenda minha decisão ── O interrompo ── Deixe-me pelo menos uma vez me sacrificar em seu lugar para salvar a nossa família.

── Celine...

[•••]

Estava feito.

No dia seguinte a conversa com papai, uma carta foi enviada ao duque sobre minha decisão. E não demoramos tanto a ter sua resposta. Duque sairia em uma missão a mando do rei para outro reino, mas já convocava minha presença em sua casa, e deixou claro que só teríamos o dinheiro em mãos quando o casamento fosse realizado, mas parecer justo ele disse que mandaria metade do dinheiro quando a carruagem fosse me levar para sua casa e a outra metade depois do casamento. Achei um pouco justo.

Uma semana depois da carta, uma carruagem já estava a minha espera para levar-me até a residência do duque.

── Celine tem certeza? ── Todos os dias papai me fazia a mesma pergunta ── Ainda pode voltar atrás.

── Já está decidido papai.

Abracei papai e depois mamãe que estava aos prantos. Até João que era um moleque carrancudo chorou. Sentiria saudades da minha família. Prometi que voltaria para ver meu novo irmão ou irmã, afinal mamãe estava grávida de seis meses.

Estava prestes a entrar na carruagem quando Dener me chamou.

── Celine! ── Diz se aproximando ── Sentirei saudades ── Me pegou desprevenida quando me abraçou ── Vou te confessar uma coisa mas não ria ── Segredou em meu ouvido ── Sempre pensei que num futuro próximo você seria minha esposa.

Não disse nada, apenas fiquei boquiaberta com sua imaginação ou sei lá o que era aquilo.

Dentro da carruagem acenei para a minha família que ficava mais longe a cada centímetro que a carruagem andava. Não aguentei e chorei horrores, por horas, literalmente até chegarmos a residência do duque.

Me senti um peixinho fora d'agua quando a carruagem parou em frente a um semelhante castelo real. Era lindo.

Desci com a ajuda do cocheiro e me surpreendi com a quantidade de empregados que vieram me recepcionar. O que eu queria? Afinal era o duque Holland, não era pra menos.

Uma jovem empregada desceu correndo as escadas da frente do castelo em minha direção.

── Minha senhora ── Se curvou ── Sou Alice, sua dama de companhia. Fui designada pelo próprio duque para lhe acompanhar e ser útil no que precisar.

Alice era jovem, só não parecia ser mais jovem do que eu. Tinha cabelos cor de mel, sua pele era parda, e tinha pequenas sardinhas pelo rosto. Fofa.

── Prazer Alice, sou Celine ── Tentei ser gentil mesmo me sentindo desconfortável com o tanto de gente ao nosso redor.

── Me siga senhora, irei lhe apresentar o castelo.

Dito e feito, Alice me apresentou a cada canto do castelo, quase todos, pois tinha alguns lugares proibidos para mim, o que só me deixou curiosa. Conheci tudo, mas o que me deixou encantada foi o local onde os cavalos ficavam, era cada cavalo mais lindo que o outro.

Alice tinha me dito que o Duque ainda estava em sua missão, mas que pra minha infelicidade chegaria amanhã.

No final do nosso passeio, conheci meus aposentos. Alice disse que seria temporário, já que quando eu me casasse eu dormiria na mesma cama que o duque.

Me assustei quando algumas mulheres entraram no quarto e foram em direção ao banheiro preparar meu banho. Não estava acostumada com esse tipo de tratamento.

Mesmo um pouco envergonhada Alice me ajudou a me despir e entrar na banheira. Ela queria esfregar meu corpo mas me neguei, não era inválida, eu tinha mão, mas deixei que a moça lavasse meu cabelo, a qual ela elogiou o tempo todo.

Estávamos numa conversa agradável quando a porta do banheiro se abriu revelando o próprio duque.

Ele não chegaria amanhã?

── Saia Alice ── Ordenou e a jovem fez depois de se curvar pedindo licença ── Vejo que está se sentindo em casa ── Sorriu e começou a me rodear em volta da banheira até que parou por trás de mim.

── Ao contrário tudo isso é muito estranho pra mim ── Retruquei tentando esconder meu corpo nu embaixo d'água.

── Mas vai se acostumar logo ── Vi suas mãos escoradas na banheira ao lado do meu ombro e logo sentir seu corpo descer e seu rosto se aproximar de meu pescoço ── Iremos nos casar amanhã mesmo. Não vejo a hora de lhe ver deitada em minha cama.

A OBSESSÃO DO DUQUEOnde histórias criam vida. Descubra agora