A manhã no castelo começou agitada. Diferente das manhãs que acordo na fazenda, dessa vez não foi o senhor Kiki que atrapalhou meu sono. As empregadas entraram em meu quarto aos montes. Abriram as cortinas me fazendo resmungar com a claridade, para logo depois puxar meus lençóis.E devo elogiar este colchão, dormi assim que me deitei.
Depois de praticamente me tirar da cama no colo, as empregadas começaram a me despir e me deixar assustada.
── O que está havendo? ── Perguntei assim que vi Alice entrar dando ordens para preparar meu banho com rosas e um monte de sais.
── Hoje é seu casamento minha senhora ── Disse como se fosse óbvio ── Temos muitas coisas para fazer.
Logo fui puxada por Alice para o banheiro. Várias mãos começaram a esfregar meu corpo me deixando agoniada. Quando o banho finalmente terminou, me secaram e passaram cremes em meu corpo. As empregadas me enrolaram em um robe e me sentaram em frente a uma penteadeira.
── Quero um coque armado no alto ── Diz Alice para uma outra empregada enquanto analisava meu cabelo ── Deixe alguns dos cachinhos da minha senhora soltos, deixa ela com o ar doce. Quero o pescoço bem exposto.
Dado as ordens, a mulher começou com o trabalho. Toda hora eu reclamava pelos puxões forte que recebia, e no final de tudo, sentia minha cabeça pesada por conta de alguns acessórios no meu cabelo, e o meu coro cabeludo arder pela dor dos puxões.
Se isso era ser uma uma dama, não gostaria de ser uma nunca mais. Isso era um inferno.
Depois fui direcionada até um pequeno banquinho, onde retiram meu robe me deixando nua e começaram a me vestir.
Eu achava que fazer penteados era um inferno? É por que eu não conhecia o espartilho. Aquele troço parecia tão apertado que sentia minhas costelas serem esmagadas.
── Seu vestido foi escolhido pelo próprio duque ── Informou Alice quando mais empregadas entraram com um vestido em mãos ── É algo bem simples, mas ficará belíssima, minha senhora.
Com cuidado colocaram o vestido em mim. Realmente era simples, sem muitos frufrus, mas não deixava de ser lindo. Ele era numa cor pastel, e tinha alguns detalhes desenhado em rosas. Meu busto ficava um pouco aparente, graças ao caimento da ombreira. Era lindo apesar da situação.
── Minha senhora está tão linda ── Os olhos de Alice pareciam se encher de lágrimas ── O duque lhe enviou um presente.
Alice pegou uma pequena caixa a desembrulhando e tirando de lá um lindo colar cheio de pedras preciosas. O colar em si não era muito o meu estilo, mas resolvi ficar quietinha enquanto colocava o colar em meu pescoço. O colar vinha acompanhado de brincos, mas como não tenho a orelha furada, nada de brincos pra mim. As empregadas tentaram me convencer de furar as orelhas, mas me recuso. Já tô espalhafatosa demais só com esse colar. O colar tinha tanto brilho que parecia me cegar.
Tudo essa preparação de vestidos e penteados, levou horas, e eu estava morrendo de fome. Minha última refeição foi ontem a noite antes de dormir, quando Alice me trouxe o jantar no quarto. Está manhã não me deixaram comer pois estavam com medo do vestido não entrar. Eu estava faminta. O céu indicava quase o final da tarde e até agora não tomei meu desjejum e muito menos um almoço ou chá da tarde.
Quando finalmente saímos do quarto, uma tropa de pessoas me seguiam, e pelo que parecia estávamos indo em direção ao jardim. Quando já estava próxima do jardim, uma música suave começou a tocar, e caminhando mais um pouco pude ver o duque num pequeno altar. Não havia convidados como um casamento de verdade, apenas guardas, empregados, o padre, e dois homens, cada um do seu lado.
Parei de andar no meio do tapete vermelho quando vi aquele mesmo olhar, o olhar que o duque me deu quando me viu nua na cachoeira.
── Continue andando minha senhora ── Alice que estava atrás de mim sussurrou.
Sentia que estava fazendo a pior decisão da minha vida, a de me casar com o duque, e tive certeza quando subi no pequeno altar e suas mãos pegaram a mim. Um calafrio subiu pelo meu corpo me deixando desconfortável e assustada.
Dali pra frente só se escutava a voz do padre dizendo aquelas coisas comuns de um casamento.
── Duque Holland, aceita Celine Brown como sua legítima esposa?
── Aceito! ── Respondeu certo de sua decisão e com aquele maldito sorriso no rosto.
── E você Celine Brown, aceita o duque Holland como o seu legítimo esposo?
Esposo? Para sempre? Não existe divórcio pelas leis da corte, seria essa a decisão que devo tomar? Me prender a este homem.
Vendo minha demora pra responder, o duque apertou minha mão com força me fazendo soltar um gemido. Ele aproximou o rosto ao meu e sussurrou em meu ouvido.
── Lembre-se da sua família florzinha ── Engoli seco.
Era por eles.
── E-Eu aceito ── Respondo baixo.
── Sendo assim, pelo poder me dado pela igreja, os declaro marido e mulher. Pode beijar sua esposa duque.
O duque aproximou seu corpo ao meu, e suas mãos geladas foram até meu rosto segurando em ambos os lados. Nunca tinha beijado alguém, digo, já beijei Dener quando mais nova, mas foi algo só de encostar os lábios, não sei se isso é considerado beijo.
Seus lábios se aproximaram do meu os encostando levemente, e quando achei que era só isso, sua boca moveu habilidosamente, e quando dei por mim estava assustada quando sua língua encontrou com a minha. Eu não sabia o que fazer, mas a tosse forçada do padre foi a minha salvação. Seu corpo se afastou do meu e pude respirar aliviada e corretamente dessa vez.
O padre se despediu e em seguida os dois homens desconhecidos se aproximaram. Eles eram idênticos, nunca tinha visto pessoas idênticas. Vendo meu olhar interrogativo, o duque os apresentou.
── Esses são meus irmão mais novos, Charles Holland ── Apontou para o loiro de olhos azuis ── E Thomas Holland ── Apontou para o loiro de olhos verdes.
A únicas coisa de diferente nos dois homens eram os olhos. E também não pareciam muito com o duque, já que os cabelos do duque eram negros.
Os dois irmãos seguraram minha mão e a beijaram, o que não agradou ao duque.
── É um prazer ── Disse ambos os gêmeos.
Não tive tempo de falar nada já que o duque me interrompeu.
── Se me deem licença irmãos, é hora de levar minha esposa para o quarto.
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A OBSESSÃO DO DUQUE
RomanceDuque Holland é um homem movido aos seus desejos. Nunca recebeu um não e sempre teve tudo que quis, SEMPRE. O cheiro da inocência da jovem Celine foi algo que lhe chamou a atenção de imediato, e estranhamente o sentimento de posse o tomou. Mas Celin...