CAPÍTULO 07

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Mais tarde como dito, Alice tinha trago meu dejejum. Eu estava louca de fome, sentia meu estômago até doer.

── Prontinho minha senhora ── Diz Alice com um sorriso colocando a bandeja ao meu lado na cama, sorriso esse que morre ao ver os lençóis brancos machados de vermelho ── Meu Deus! ── Diz espantada ── A senhora sangrou muito. Está se sentindo bem?

A pergunta de Alice foi o gatilho para as lágrimas rolarem sem pudor. Graças a Deus o duque tinha saído, assim poderia desabar em paz.

── Não Alice, eu não estou bem, estou me sentindo destruída ── Choro.

── Está doendo?

Apenas assinto com a cabeça tentando limpar minhas lágrimas.

── Quer algum remédio? O duque foi gentil?

── Gentil? Seu duque não sabe o significado dessa palavra ── Comecei a sentir ódio daquele homem ── Ele me bateu Alice, me bateu. E como se já não bastasse, me enforcou até eu perder a consciência, e o pior é que eu não sei o que ele fez pra me machucar tanto.

A cada palavra Alice se mostrava assustada. Talvez não pensasse que seu duque poderia ser tão cruel a esse ponto.

── Eu não sei o que dizer minha senhora... mas bem, como assim você não sabe o que ele fez? A senhora não sabe como é a relação íntima entre marido e mulher? ── Neguei tentando comer um pedaço de pão.

Qualquer alimento naquele momento parecia difícil demais para engolir.

── Vejamos... A relação entre marido e mulher precisa começar com carinho e amor, a paciência entre ambos os lados também é importante nesse momento. Quando duas pessoas se amam o bastante para entregar seus corpos é quando tudo acontece. Você se sente bem e completa. Dizem que a sensação de se unir com seu amado é incrível. E quando esse amor é forte o bastante, nasce um fruto, um filho dado por Deus.

Suas explicação não era uma das melhores. Pra ser sincera não tinha entendido nada. Vendo minha cara de interrogação Alice bufa baixinho.

── Ok, vou tentar ser mais clara. Me desculpe pelo palavreado minha senhora ── Respirou fundo ── Quando o pinto entra no nosso castelo, fazemos filhinho.

── Pinto? Castelo? ── Estava mais confusa que antes.

── É senhora, pinto, o que os homens têm entre as pernas.

── Ah sim, a cobra! ── Digo como se fosse óbvio.

Alice olha meio interrogativa pra mim mas depois ri.

── Isso, quando eles entram lá ── Faz gesto no meio das suas pernas ── É quando temos possibilidade de sermos mãe. E que também sentimos a melhor sensação.

Mãe? Eu não quero me tornar mãe de um filho daquele monstro.

── Me recuso a ter uma cria do duque! ── Me levanto brava que até mesmo ignoro a dor no meio das minhas pernas.

── Mas senhora, ter um filho do duque seria uma benção.

── Dispenso ── Corro até Alice segurando em suas mãos ── Me ajude Alice, o que posso fazer para não ter uma cria? ── Alice me olha um pouco nervosa e volto a implorar ── Por favor Alice, você é a única em que posso confiar nesse lugar.

Alice pareceu pensar durante horas até que concordou lentamente.

── Mas que o duque nunca saiba disso ou serei decapitada.

Concordei contente e aliviada. Não queria nada daquele homem, sua propriedade, suas joias, suas riquezas, nada, nem mesmo um filho. Se não fosse por minha família nem estaria aqui.

Quando mais tarde, Alice preparou meu banho e me trouxe outra refeição. Ao tomar banho a dor entre minhas pernas aumentou bastante. Vendo meu sofrimento Alice trouxe uma pomada sua para mim, só não entendia o por que dela ter uma pomada para isso. Quando eu mesma apliquei, sentia um alívio instantâneo.

── Tome esse chá senhora ── Me estendeu o copo. Já ia perguntar quando ela se adiantou ── É isso que eu tomo para não engravidar.

Peguei o copo de suas mãos e aproximei o nariz da borda sentindo um cheiro conhecido.

── Canela?

── Sim, tome isso pelo menos durante uma semana direto quando tiver relações com o duque. Isso fará você ter um aborto caso estiver grávida.

Sem delongas tomei o chá rapidamente. Não me orgulhava nada daquela decisão, mas era necessário. Não podia ficar prenha agora, nem agora e nem do duque.

Quando a noite se aproximava ficava mais aflita. Medo do que aconteceu na noite anterior se repetisse, mas me aliviei quando recebi notícias do duque.

── Com licença senhora ── Diz Alice entrando no quarto ── Recebemos uma carta da capital. O duque ficará lá por três dias, parece que houve alguns imprevistos e o rei necessita da sua presença.

Quase gritei e pulei de alegria. Ah Deus, como o senhor é bom. Ouviu minhas preces.

Como todas as refeições naquele dia as fiz sozinha, mas dessa vez com um sorriso no rosto.

[Alice]

Quando dei a notícia a minha senhora sobre o duque, pode ver seus olhos brilharem de alívio e alegria. Infelizmente sabia o sentimento que minha senhora sentia naquele momento, era o mesmo sentimento que me transbordava quando Kail não estava por perto.

Desde que cheguei para trabalhar na residência do duque, sou atormentada por Kail. Ele me perseguia em cada oportunidade que tinha. Já o vi várias vezes escondido atrás de uma árvore quando estendia roupas no varal. Até aí tudo "bem" conseguia viver dessa forma mesmo que estivesse sendo bastante incômodo, mas uma noite quando meu irmão me trouxe até a mansão, Kail viu e ficou possesso, louco! E em uma noite quando estava pronta para dormir, meu corpo foi imobilizado por Kail em cima da minha cama. Seus olhos transmitiam fúria, desejo, loucura, tudo em uma mistura só. E foi naquela noite que meu grande pesadelo começou. Fui violentada contra a minha vontade por Kail. Ele tinha tirado minha pureza sem gentileza e meu consentimento.

Com tristeza digo que a minha senhora Celine, não é a única a viver um inferno na mansão do duque Holland. E o pior de tudo é que pra ela tudo está apenas começando.

A OBSESSÃO DO DUQUEOnde histórias criam vida. Descubra agora