CAPÍTULO 22

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Já era bem tarde quando escutei latidos de um cachorro. Eu tinha cochilado ao pé da cama de Alice quando acordei assustada com os latidos. Latidos esses que me deixaram com medo, era como se aquele dia que fui atacada pelo cachorro do duque estivesse prestes a acontecer de novo.

Escutei várias vozes e também alguns galopar.

── O que está acontecendo? ── Pergunto para Kail que também estava dormindo mas levantou para olhar pela pequena janelinha.

── É uma frota real! ── Sua voz demonstrava seu nervosismo.

Frota real? Será que era William?

Me levantei apressadamente e sai pela porta. O dia ja estava prestes a amanhecer, e a chuva também já havia cessado quando dei de cara com dezenas de homens cercando a pequena casinha.

── Celine! ── Ouvi William gritar e o localizei no meio dos vários soldados.

William caminhava até mim claramente preocupado, mas parou erguendo sua espada em seguida quando viu Kail parar ao meu lado.

── Se afaste de Celine! Ou lhe matarei! ── Ameaçou apontando a espada para Kail. 

Oh! Ele estava pensando que Kail era uma ameaça para mim.

── William não! Espere! ── Ergui as mãos tentando chamar sua atenção ── Kail não é uma ameaça, espere! Estou aqui por vontade própria.

── Vontade própria?!

Desci os pequenos degraus velhos da varandinha e fui até William segurando em sua mão e o fazendo abaixar a espada

── Vamos entrar, eu vou te explicar tudo.

Mesmo muito desconfiado, William fez como pedi, mas me mantendo sempre longe de Kail, com medo que do nada ele fosse me atacar.

Ao entrarmos, William viu o estado de Alice e ficou surpreso, logo comecei a explicar a situação do começo.

── Não, espera! Então quer dizer que você ia se entregar de bandeja para o duque? ──

── Alice estava em perigo, o que poderia fazer?

── Me contar!! Droga Celine, pensa na merda que você ia fazer. Você ia se colocar nas mãos do duque novamente. Depois de tudo que passou você ia se colocar em perigo outra vez.

── Não pensei em mim, era sobre alguém que estava sofrendo por minha culpa. Eu não conseguiria viver pensando nisso.

── Vamos conversar no palácio. ── William agarrou meu braço me puxando para fora da velha casa ── Vamos Celine!

── Não, espera! Alice precisa da minha ajuda! ── Tentei caminhar para trás, mas William me segurou com mais força.

── Vou pedir para levarem ela, agora vamos! E você, nunca mais chegue perto de Celine, eu não confio nos cachorrinhos do duque. ── Apontou para Kail que permaneceu em silêncio.

William me levou para fora me puxando pelo braço e em seguida me colocou sob seu cavalo e subindo atrás de mim.

── O cavalo que eu vim...

── Alguém irá levar ── Respondeu seco, sentando-se atrás de mim.

── William...

── Agora não Celine, agora não. ── Pegou as rédeas do cavalo e começou a galopar de volta ao castelo.

Todo o caminho até o palácio foi em total silêncio. William não queria conversa, e eu estava nervosa, aflita. Ele deve pensar que sou uma ingrata.

Quando chegamos, William me fez caminhar na frente até meu quarto e quando chegamos fui a primeira a falar.

── Me desculpe, William...

── O que você estava pensando? O que você acha que aconteceria com você? Você não pensa no bebê? ── As várias perguntas me deixaram nervosa.

── Eu só queria salvar Alice

Por que ele não entendia? Por que ele não entendia que eu só queria salvar Alice? só queria salvá-la e não ficar com a consciência pesada de que alguém morreu por minha causa.

── E você Celine? E você? Pensa um pouco mais em você, droga! ── Puxou os cabelos claramente nervoso ── Desde o começo você colocou as pessoas a sua frente. Você não pode ser um pouco egoista só essa vez?

── Eu não quero ficar com o peso na consciência de que alguém morreu por mim.

── E você acha que eu ficaria como? ── Me olhou magoado ── Você não pensou em mim, em como eu ficaria? ── Engoli em seco. ── Porra Celine, eu gosto de você! ── Seus olhos lacrimejaram, e logo os meus também ── Gosto mesmo, gosto de você como mulher, não como uma amiga, mas nem assim você pensou em como eu ficaria se voltasse para ele. Você pensa em todo mundo, menos em mim.

── William... ── Tentei me aproximar, mas William ergueu a mão me fazendo parar.

Eu já chorava em silêncio vendo William limpar suas poucas lágrimas.

── Pensando em você preciso tomar algumas decisões difíceis ── Se tornou a ficar sério.

── C-como?

── Você está proibida de sair desse quarto Celine ── Decretou apontando o dedo em direção ao chão ── Se você não pensa na sua segurança, eu o farei.

── William, espere! ── Corri até o mesmo, mas William saiu trancando a porta.

O que eu farei agora?

A OBSESSÃO DO DUQUEOnde histórias criam vida. Descubra agora