Capítulo 11: Anfisbena

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— O QUE DIABOS É ISSO!? — Xombari gritou protegendo-se com um escudo e tentando manter-se de pé.

O ônibus recebia diversos ataques de bolas de fogo e por causa disso desviava fazendo zigue-zague na estrada, o que não colaborava com os passageiros que faltavam morrer do coração e não contribuía muito com os adolescentes que faltavam cair para fora do veículo.

— EU LÁ VOU SABER, AS VEZES PRECISAMOS ENFRENTAR NOSSOS MEDOS! — Kaolin gritou distraindo-se um pouco em sua fala.

— MUITO BONITO SEU MINI DISCURSO, CHEGA EU ME EMOCIONEI SABE!? MAS QUERO RELATAR QUE NÃO QUERO MORRER TÃO CEDO! — Kauê respondeu apertando seu banco fortemente.

A criatura que sobrevoava o ônibus o lançou para longe, fazendo-o capotar várias e várias vezes até em fim o parar cessando os gritos dos passageiros que temiam a morte. Alguns gritavam socorro e outros simplesmente rezavam torcendo para que tudo acabasse o mais depressa possível, porém eles estavam no Brasil e nada acabava tão rápido assim.

— TAINÁ E KAUÊ ESVAZIEM O ÔNIBUS E DEIXEM TODOS EM SEGURANÇA, KODA VOCÊ FICA NA OUTRA PONTA DO ÔNIBUS E XOMBARI FIQUE NA FRENTE. — Kaolin gritava dando ordem aos amigos formando uma posição de ataque.

A criatura era enorme uma cobra de duas cabeças, sendo uma em cada parte do corpo, que por muitos anos esteve escondida no deserto da Líbia e que acabou por ser descoberta pelo exército de Cato, quando se alimentava dos cadáveres da guerra. Era uma criatura extremamente venenosa, com diversas escamas, asas de dragão e pés de galinha, além de olhos que brilhavam como um verdadeiro raio, além de conseguirem enxergar em uma completa escuridão.

— QUE MONSTRO É ESSE KODA!? — Kaolin e Xombari gritavam conforme a criatura aparecia em meio a neblina azulada.

Koda estava estático, uma Anfisbena era a última coisa que o garoto imaginava e desejava para fechar aquela noite com uma chave de ouro. Uma das poucas criaturas da mitologia grega que era conhecida e sendo uma das mais perigosas por sua agilidade e força.

— COMO POSSO EXPLICAR ISSO... — o garoto rolou pelo chão quando a criatura tentou pegá-lo com suas garras — CONHEÇAM A ANFISBENA UMA BELA CRIATURA DA MITOLOGIA GREGA, GOSTASSE?

Kaolin arregalou os olhos tentando atingir a criatura com sua espada, mas tudo era em vão, o animal era rápido demais para a garota conseguir acerta-lo em qualquer parte.

— Ótimo... — Xombari resmungou jogando o escudo deixando um pequeno corte no pescoço de uma das cabeças — ISSO AQUI ESTÁ COMEÇANDO A FICAR INTERESSANTE! — gargalhou pegando o escudo e trocando de posição com Koda.

Kauê apareceu por trás da Anfisbena atingindo uma das cabeças com a lança, enquanto Tainá tentava chegar as cobras a todo custo, assim seria mais fácil derrotá-las, porém a criatura não estava de brincadeira quando se referia a rapidez.

— CHEGAMOS A TEMPO PARA O SHOW? — Tainá gritou encostando por trás da amiga protegendo-a dos ataques da besta.

— Chegou bem na hora. — Kaolin cochichou sorridente.

Seria impossível derrotar aquela coisa que sabe-se lá como apareceu e era o dever daqueles jovens resolverem aquela situação e pelo que entendiam todos os ataques eram destinados a Kaolin em específico, não importava o quanto eles atacassem a Anfisbena, ela sempre iria atrás de Kaolin.

O grupo correu para trás do ônibus protegendo-se dos ataques e o que dava um pouco de tempo para todos elaborarem um bom plano e Koda tinha um plano mas era bem arriscado e Kaolin poderia perder a vida tentando matar a criatura.

Kaolin e os Mistérios da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora