Capítulo 23: Yorixiriamori

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A floresta ficava cada vez mais densa a cada segundo que passava, o céu
continuava nublado com alguns chuviscos, enquanto as folhas secas caíam sobre o chão, vez ou outra as árvores ficavam completamente em chamas e isso os preocupava, porque não tinha início e nem fim. E apesar dos trajes serem lindos tanto perto quanto longe, continuavam pesados ao extremo devido a proteção que carregavam por cima e isso era o
que estava dificultando os jovens a se locomoverem.

Kaolin seguia a fumaça concentrada em não perdê-la de vista, já
que a mesma os guiava até o seu destino, motivo das queimadas
na floresta, a garota e os demais amigos tinham um palpite e talvez com certeza fosse aquilo, a fúria dos deuses contra a família Guanabara e que eles estavam usando isso para atacar a índia de alguma forma. Mas após terem desvendado o porquê de tudo
isso, tinha algo a mais que intrigava a garota, o cetro de Maiara
não parava de brilhar nem por um segundo e quando a jovem
errava a rota o cetro brilhava menos, era como um mapa ou GPS
que guiava o grupo junto a fumaça.

A floresta estava um completo caos, diga-se de passagem que
tudo ao seu redor estava sendo tomado pelas chamas, algumas árvores caídas
pelo chão, animais desacordados e até mesmo mortos, o que
deixava os jovens angustiados, enquanto não chegassem ao fim
da missão, quem sofreria as consequências de atos que não
eram nem mesmo deles, seriam os pequenos animais que
habitavam a floresta.

— Parece que estamos andando em círculos nessa merda! —
Koda esbravejou cruzando os braços.

— Você não achou mesmo que após ganharmos esses trajes
iríamos voar até onde é o nosso "destino" né? Se você achou
isso, com certeza você é muito ingênuo. — zombou Tainá
sentindo um desconforto em meio aos seus seios que pinicavam.

Koda encarou a azulada irritado notando risos baixos dos amigos
o zombando, a garota arrumou a parte de cima do traje para
deixá-lo mais confortável e rente ao seu corpo deixando cair um
pequeno papel que a olho nu seria nada, mas para Kaolin fazia
toda a diferença.

As jovens índias se aproximaram erguendo o pequeno bilhete, o
papel tinha aparência envelhecida em tom amarelado e pouco
rasgado, Kaolin fechou os olhos respirando profundamente e
abrindo o papel aos poucos, o lendo em voz alta observando
tudo na intenção de decifrar aquele enigma que parecia não ter
fim.

"Eu sou o mapa que guia o seu coração..." — Kaolin disse em
voz alta percebendo o ponto de interrogação nas expressões
confusas dos amigos.

— Certo, mas o que isso tem haver com a missão? — Koda
questionou emanando uma aura verde, que lhes mostrava a sua frente imagens que apareciam pela mente do rapaz.

Ivo e Kauê rondaram as imagens analisando uma por uma, eles
eram os que mais conheciam a floresta como a palma da mão, já
que Ivo era um caipora e Kauê neto de dois indígenas da tribo de
Hagoik e que por sua vez tinha morado um longo período no
local, antes de mudar-se para Sípal após o incidente com a
família...

— Acho que isso que a Kaolin falou tem haver com essas
imagens que Koda nos mostrou. — explicou Ivo de braços
cruzados ainda pensativo.

— TIPO UM ENIGMA! — Kauê gritou animado abrindo sua
mochila e pegando um mapa da floresta composto de marcações
e anotações por parte do mesmo em busca de estudo — Okay
vocês sabem que eu amo enigmas não é?

— Pelo pouco que você demonstrou nessa viagem isso é bem
perceptível. — Kaolin comentou entreolhando os amigos.

— Exatamente! Bom talvez eu possa ter viajado agora com essa
pista e afins. — o garoto respirou fundo tentando conter a
euforia — Um coração é composto por veias e artérias, elas que
ligam e guiam o coração para diversas funções...

Kaolin e os Mistérios da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora