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04 de março de 2019. - 06:30 AM.
Teresina - Piauí.
- Me desculpe jovens, mas não posso deixar que uma cabra
entre em meu ônibus. - o motorista disse tentando barrar a
entrada dos jovens.- De quem é a cabra? - Kaolin perguntou.
- De vocês...
- E quem trocou o nosso ônibus? - Koda questionou de braços
cruzados.- A empresa que trabalho... - o motorista respondeu com a
voz baixa.- Ótimo então não reclama e nos dê licença. - Kaolin disse
empurrando o moço levemente e entrando com os animais e as
malas.Tainá e Xombari riram seguindo os amigos que pareciam um
pouco impacientes com o modo que o motorista os tinha tratado
por causa de uma cabra inofensiva, logo sentaram em seus
devidos lugares apreciando a tranquilidade que teriam por
algumas horas antes de ocorrer outra catástrofe.- Kaolin você precisa descansar querida. - Tainara disse
atenta - Você ainda está doente não deve se esforçar muito.- Estou bem, eu juro. - Kaolin tossiu sentindo uma forte
pressão no peito - Eu consigo...me virar sozinha sem ajuda.- Nada disso okay? Estamos aqui e vamos te ajudar,
principalmente com essa cabeleira negra. - Xombari sorriu
sentando no banco atrás de Kaolin.A garota revirou os olhos segurando a mão de Kauê que dormia
encostado em Koda, ambos estavam bem cansados da noite
anterior e assim como Kaolin, Koda também necessitava de
alguns cuidados e observações, mas por ora seria bom ele dormir
mesmo.Tainá dividiu entre os dois amigos um saco de biscoitos de
polvilho, ao mesmo tempo em que Xombari trançava o cabelo de
Kaolin com suas mãos delicadas que vez ou outra puxava o
cabelo da menina para não deixá-la dormir e também por
simples vontade de irritá-la.Aos poucos a índia foi adormecendo e Tainá a deitou em seu colo
para que se sentisse mais confortável durante o sono, Xombari a
encarava de relance acariciando o rosto da amiga com um curto
sorriso no rosto.- Ela não merecia estar passando por tudo isso... - Xombari
falou suspirando fundo.- Acho que ninguém da família dela merecia... -Tainá
murmurou fechando os olhos lentamente - Mas já que estamos
aqui vamos fazer o possível e impossível para ajudá-la nessa
missão.- Nem que para isso eu dê minha vida em nome dessa
amizade. - Xombari disse um tanto quanto corajoso.[. . .]
18 de julho de 1908.
Sípal - Caucaia, Ceará.
- Onde estou? - Kaolin sussurrou levantando-se e coçando os
olhos.A neblina roxa a rodeava novamente e a morena já sabia o que esperar vindo daquela neblina que a deixava zonza, conforme os minutos passavam a garota recobrava a consciência e conseguia analisar algumas coisas à sua volta.
O lugar era repleto de árvores à sua volta com uma enorme casa no
meio de tudo, era de tons azulados e acinzentados com uma
pequena porta de madeira. Kaolin tentou tocá-la mas acabou
atravessando a porta e caindo no chão.Seu mundo girava, ao mesmo instante em que algumas mulheres
lhe cercavam, levantando sua cabeça e colocando uma toalha em sua testa, pelo visto a garota continuava doente até mesmo no "sonho."
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Kaolin e os Mistérios da Floresta
FantasíaOnde uma jovem indígena descobre que pertence a uma família de Guerreiras Amaldiçoadas, obrigada a sair de Gramado às pressas, Kaolin descobre que é a chave para desvendar os mistérios que aguardavam pela sua volta ao estado do Ceará. Com a ajuda de...