Capitulo 2

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Pov Thiago

Onde eu estou?

A pulsação sumiu, não ouço mais gritos ou qualquer barulho. Eu morri?

Eu não vejo mais tudo branco e o símbolo, minha mente ainda está um pouco bagunçada, mas eu não sinto como se estivesse sendo tomado por aquela espiral.

Agora estava tudo preto. Sério que esse é o pós morte? Cadê os anjinhos ou o lindo jardim?

Bom, pelo menos não tem fogo, imagina ir pro inferno depois disso tudo? Ta doido.

Ok, e agora? Eu fico aqui...? Que merda.

Será que minha família está bem? Eu queria tanto vê-los novamente. Fumar um cigarrinho com o Arthur, chutar uma porta com o Cesinha, rir das palhaçadas do Joui e dar um abraço sufocante na Liz.

Não, um abraço não.

Eu devia ter lascado era um beijo na boca daquela mulher, mas eu não fiz e nunca vou fazer.

Puta merda!

Será que ela está bem? Nossos meninos fugiram, mas ela ficou para me ajudar, merda, merda, merda, merda!

Se eu estou... ela também está!

Eu não acredito que vai acabar assim, não acredito que a nossa história teve esse fim!

— ...Sério Thiagão, você tinha que ver o nosso menino todo animado, é tão bonitinho...

O quê?

Eu poderia reconhecer essa voz até em meio a um estádio de futebol lotado em pleno jogo do Corinthians. Era ela.

Eu estou ficando louco de vez.

— ...Então eu disse: "Cesinha, a gente tem a chave não chuta a porta", porém esse menino conviveu demais com você pra abrir uma porta decentemente. — Eu ouvi sua risada meio triste. — Quando você acordar vai ter que ter uma conversa séria com ele.

Quando eu acordar?

Aos poucos comecei a ouvir uns barulhos ao fundo, pessoas distantes conversando baixo, e um aparelho que parecia estar medindo meu batimentos.

Puta merda eu não morri! Eu estou aqui Liz, estou te ouvindo minha querida!

Eu não conseguia me mexer, falar ou abrir os olhos.

Eu não morri! Ela não morreu! Meu Deus, se eu sair dessa a primeira coisa que eu vou fazer vai ser beijar a boca dela, estou poucas ideias.

— ...Dessa vez ele nem cobrou, como somos clientes fiéis seu cacetinho foi de graça, ele diz que quando você for lá vai ganhar um combo cacetinho com suco de graça.

Eu continuava ouvindo o que ela me falava em partes, mas sem conseguir ter qualquer tipo de reação, que droga!

— Sabe, vir aqui todos os dias te ver me trás lembranças da nossa missão na escola. Você gosta de me assustar não é? Meu maior medo é te perder, e essas situações não ajudam. — Percebi o tom choroso em sua voz. — Você e nossos meninos são tudo que eu tenho. Mas você tem um pedaço meu só seu.

Quando finalizou sua fala senti um toque na minha mão. E a minha mão era a minha mão.

Senti ela levar minha mão até seu rosto e quando finalmente deixou-a encostar eu senti um arrepio, e consegui mexer um pouquinho a mão fazendo um carinho na sua bochecha.

– Você se mexeu?! Puta merda Thiago! — Eu senti ela soltar minha mão e levar as dela até meu rosto. — Eu estou aqui! É a Liz!

Assim que ela agarrou meu rosto foi como se todo o meu corpo tivesse acordado e finalmente estivesse respondendo aos estímulos do meu cérebro de novo.

What If? | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora