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~Eu não entendo porque ele acha que é o meu perigo, que é minha perdição, sendo que ele é a melhor coisa que me aconteceu~

*Ben*

Sempre achei que estava perdido que não sabia meu lugar nesse mundo. Mas eu sabia exatamente o que eu queria ser quando estava com ela. Queria ser o melhor para ela. Mas eu a deixei escapar por tantas vezes que acho que minhas chances acabaram, mas eu vou lutar pelo nosso amor so espero que não seja tarde demais.

- Sua mala já está no carro, vamos - Emy me ajudou na mala

- E se ela não quiser me ver

- Ela não vai querer olhar na sua cara - Suspiro

- Obrigado por me deixar tranquilo

- Ben, você está indo para lá reconquistá-la! Ela está bastante machucada, então sim, é justo que você sofra para reconquistá-la.

- Não posso viver sem ela, precisarei de coragem!

- Acho que é mais certo dizer que é um tipo diferente de coragem que você precisa, e as escolhas que você faz decidem a profundidade dessa coragem, então,  apenas faça as escolhas certas!

*

Assim que chego no aeroporto vou logo entrando no jantinho particular de Caveira. Luiza e sua família estão voltando para o Brasil ela recebeu uma proposta pra voltar a trabalhar nos hospitais brasileiros.

- Toma - Luiza me oferece uma taça com vinho branco, pego.

- Valeu

- Ben... você tem certeza disso, de ir atrás da Vih - A olho

- Eu a amo

- E só agora viu isso?

- Parece que você tá contra mim - Ela suspira

- Não é isso, eu amo muito você, mas eu também amo a vitória. Eu quero o bem de vocês, eu só acho que esse amor de vocês já os machucaram muito - Bebo um gole do vinho que nem gosto muito

- Eu demorei para ver o nosso amor... eu sempre achei que estava causando mal a ela, a atrapalhando de alguma forma. Mas agora eu tenho certeza que tudo que eu quero é ser feliz com ela!

- Me prometa uma coisa

- Se tiver ao meu alcance

- Você não vai mais machucá-la, se não der certo, você enfim vai seguir a vida! Eu amo muitos os dois e me dói ver o quanto o amor de vocês tem sofrimento. - Suspiro, bebo o resto do vinho

- Prometo que vou deixá-la em paz se ela não me quiser mais!

- Vou ver como as crianças estão - Ela beija minha testa e sai da cabine que estou.

Seu antigo número ainda está salvo no meu celular, eu costumava ligar todas as noites que eu sentia falta dela. Ela atendeu uma vez e depois bloqueio o número que eu tinha comprando só para ouvir sua voz no recado. Depois eu comprei mais um chip e liguei, ela nunca atendeu, mas bloqueio como fez com os outros milhares de chips que eu comprei só para ouvir sua voz no recado. Acho que ela nem desconfia que era eu ligando todas as noites, não esperava que ela atendesse até porque eu não ia saber o que falar, eu só queria ouvir ela falando "oii, aqui é a Vih mas no momento estou ocupada, ligue mas tarde ou deixe seu recado. Tchau". Como eu amava ouvir isso. Disco o número no meu celular e ligo.

"oii, aqui é a Vih mas no momento estou ocupada..."

*Luiza*

Esse voo foi tão cansativo quanto o de Paris. Desço do avião levando Heitor em meu colo enquanto Heloísa está com o pai. Ben já desceu fumando e isso é preocupante já que tinha parado. Logo entramos no carro, ajeito as crianças na cadeirinhas e saímos a caminho do hotel que ficaremos até achar uma casa.

- Tenho que ir ao hospital!

- Mas acabamos de chegar - Caveira retrucou

- Eu sei amor, mas tem uma emergência na ala infantil e foi para isso mesmo que voltamos!

- Você tá cansada como vai se concentrar em salvar seja lá quem precisa - Ben diz me olhando

- Para quem já ficou em plantões de 24 horas muitas vezes, é moleza sair de um voo e correr pro hospital

- Não queria ser você maninha - Sorri

*

Guardo minha bolsa assim que me troco, boto meu jaleco e logo saio a direção ao elevador.

- Aah mentira que você já tá aqui - Dean me puxa para um abraço

- Oii, você disse que era uma emergência, então! - Sorri me soltando dos seus braços, entramos no elevador - E as novidades?

- Sabe a enfermeira que não gostava de você - Assinto - Morreu de câncer - Fico em choque - Mas não sofreu tanto, eu acho. Sabe a criança que você operou o coração, hoje ela tem 10 anos e está muito bem!!

- Fico feliz - Sorri - Mas então qual é o meu caso de hoje ?

- Um bebê que foi encontrado na lixeira atrás de uma farmácia!,  o bebê tem 32 semanas - Saio do elevador e vou direção para ala dos prematuros

- Qual é o bebê - Dean me leva até o bebê, está desnutrido e com respirador. Verifico sua respiração e seu pulmão

- Vou pega os últimos exames dele para você ver - Dean some da sala, faço carinho na mão que o bebê está mexendo

- Quem tem coragem de fazer isso com um ser tão pequeno e indefeso - Peço para enfermeira verificar a pressão do bebê enquanto vejo os exames.

*Vih*

- Amiga estou ficando maluca de tanto trabalhos da faculdade

- Tô atrapalhando seus estudos te chamando para me ajudar aqui na loja?

- Não, ainda dar tempo de chegar em casa e fazer os slides!. Mas me fala aí qual sua ideia para esse espaço

- Como você tá vendo é um espaço bem grandão, vai cabe todas as minhas ideias!!! Não vejo a hora de abrir logo minha loja com a minha marca!! - Sorri

- Sua animação me deu até animo! - Rimos. A poucos dias Grazy comprou um estabelecimento aonde ela abrirá sua loja de preferência com sua marca. Fico feliz em ver a mulher cheia de sonhos que ela de tornou e o melhor ainda que ela correr atrás mesmo para conseguir. Antigamente sua loja era na feirinha, vendia apenas algumas coisinhas, agora ela abrirá uma loja de roupa de verdade como ela mesma diz. Fico  muito feliz em ver cada conquista dela.

- Luiza chegou hoje no Brasil. Acredita que ela já está trabalhando - Suspirou Grazy, tomou um gole do meu vinho. Quando saímos da loja acabamos parando em um bar e chamamos a Luiza que disse que logo logo estaria aqui.

- Então ela não vem?

- Chegueiii - Levantamos e abraçamos a mesma - Fico até emocionada... o trio junto novamente - Sorrimos

- Achei que ia ficar de plantão hoje!

- Não, hoje eu fui ver um caso delicado de um bebê. Mas amanhã meu Plantão começa com tudo - Luh pede um vinho

- Você me pareceu preocupada quando falou do bebê - Grazy olhando para Luh

- É que a situação dele é realmente delicada. Vocês acreditam que o bichinho foi abandonado em uma lixeira atrás de uma farmácia, e ele só tem 32 semanas

- Que maldade - digo chocada

- Realmente o ser humano sempre tá me surpreendendo - Grazy diz bebendo mais um gole de vinho

- Ele tem um sopro no coração - Luh diz preocupada - Não sei se ele resisti uma cirurgia tão delicada, mas se eu não operar ele pode morrer em dias

- E se operar?

- Ele pode viver e crescer como uma criança normal, mas também pode morrer na mesma hora que eu tentar abri-lo - Assim que seu vinho chegou ela bebe um golão.

A força do amor Onde histórias criam vida. Descubra agora