Capítulo 30

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Assim que paramos no salão em meio às pessoas que esbarravam em nós, ele subitamente me puxa a seu encontro, e no ato de proteção em meio a multidão envolve seus braços pela minha cintura, seu jeito era sútil e calmo e, assim que nossos corpos se colam fitamos o olhar um do outro. Era indecifrável e feroz, o arquejar de sua sobrancelha minuciosamente revelava seus gestos.

- Espero que não se arrependa se eu acabar com seus dedos dos pés. — Falo para descontrair a tensão que se formava, colocando minhas mãos envolta do seu pescoço.

- Que nada, apenas siga meu corpo. — Avisou ele calmamente guiando meu corpo.

Enquanto seu corpo se mexia, eu tomava todo o cuidado para poder acompanhar sem tirar meus olhos dos seus, mas fico sem reação quando sua cabeça repousa entre meu pescoço, sua respiração era um pouco acelerada acho que por conta do nervosismo.

- Seu cheiro é bom. — Diz ele ao ofegar perto do meu rosto.

- Então é um sinal de que não estou fedendo, depois de dançar tanto. — Digo e ouço sua risada.

- Espero que meu perfume não te traga alergia. — Ele diz voltando a sua posição inicial, automaticamente chego perto o bastante dele.

- Uau, essa fragrância é bem forte. — Afirmo chegando mais perto de seu rosto.

Meu coração dispara ao perceber que seu rosto vinha de encontro ao meu, e sem hesitação eu deixo que ele se aproximasse. Lentamente sua boca encostava na minha, dando pequenos e lentos beijos como pedido de permissão, aperto meus braços em seu pescoço trazendo-o para mais perto dando sinal para que me beijasse mais. O encaixe era perfeito, era tão bom sentir aqueles lábios macios, sua barba recém tirada roçava ao redor da minha boca enquanto ela se movimentava, seu corpo se prensava fortemente contra o meu. Assim que ficamos satisfeitos, eu me afasto para olhá-lo, seus olhos brilhavam com o refletir das luzes e um sorriso de lado estampava sua alegria.

- Eu poderia passar a noite provando do seu beijo, que sem dúvida eu não enjoaria dele. — Diz ele roubando um beijo enquanto dou uma gargalhada sincera.

Eu sentia exatamente o mesmo, sua companhia era tão boa, uma pena não tê-lo conhecido antes e talvez as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

- Eu não me importaria de ceder em te dar alguns bons beijos. — Falei assim que a música parou.

Fomos até o balcão e pedimos algo pra beber, como minha cota de álcool já tinha batido resolvi pegar um milkshake de frutas vermelhas, e ele pediu uma bebida batida não reparei muito o nome, assim que meu pedido chegou vejo ele ir até um dos barmans e conversar algo. Sinto meu celular vibrar e olho as notificações, algumas mensagens do meu pai, umas do Twitter e um voicemail de um número desconhecido, olho as horas e eram exatamente três e quinze da madrugada.

- Voltei, o que você pediu? — Pergunta ele curiosamente ao olhar meu copo.

- Um milkshake, eles mandaram bem nesse. — Falo bebendo um pouco mais. - Quer provar?

- É gostoso, vem, vamos lá pra cima. — Diz ele pegando minha mão e sai em direção à um elevador.

Assim que entramos me encosto de um lado e ele de outro, ficamos nos encarando por um minuto até ele decidir falar.

- Se eu te chamasse pra sair pra outro lugar, você iria? — Diz ele chegando mais perto e me cercando com os braços, o cheiro doce de menta exalava de sua boca.

- Bom, eu acho que não, mas tenho que dizer sim pra gerar uma boa energia. — Gargalho disfarçando minha ansiedade e nervosismo.

- E o que eu teria que fazer pra você mudar de ideia ?. — Seu jeito era insistente e malandro, e quando sua boca por pouquíssimos milímetros quase chega na minha a porta do elevador abre.

- Olha, abriu. — Digo passando por baixo de seus braços e ficando entre a entrada esperando por ele.

- Salvo pelo gongo ein. — Diz ele sorridente.

Caminhamos de mãos dadas pelo salão onde havia pequenas mesas e grades que davam vista para o salão abaixo de nós. Pegamos uma mesa e deixo meu copo na mesa em que ele senta e vou dar uma olhada no andar de baixo. Dava para observar tudo atentamente, em alguns cantos menos iluminados vejo algumas pessoas dando seus "amassos", e um pouco mais ao centro vejo meus amigos dançando ao que parecia forró.

- O que tanto olha aí embaixo?. — Pergunta ele envolvendo seu corpo por trás do meu.

Sinto seus braços rodearem meu corpo fazendo com que ele me abraçasse, repousando seu queixo em meu ombro.

- Só vendo o movimento do local, meus amigos estão logo ali. — Falo acenando para Diego que cutuca Fernanda e logo aponta para mim.

Me viro para frente e lhe dou um beijo demorado tentando não derrubar meu copo, e assim que paro para olhá-lo, ele permanece de olhos fechados, bebo mais um pouco da minha bebida e dou mais dois selinhos.

- Que beijo gostoso ele tem. — Fala insinuosamente, e beijando meu rosto inteiro.

Algumas pessoas olhavam mas ao que parecia não ligavam muito, e isso me tranquilizava, não queria ouvir murmúrios indesejáveis. Falei pra ele voltar para a mesa, e que logo iria atrás, olho para o andar de baixo e faço sinal para Diego olhar o celular, assim que volto ata a mesa sento ao seu lado e deixo uma perna por cima da dele, que acaricia suavemente.

- Essa noite valeu muito a pena. — Fale me aproximando de seu rosto e roubando um beijo lento.

- Eu que o diga. — Disse entre beijos.

Ficamos trocando carícias e bebendo por mais uma hora, e parecia que o tempo não passava, porém por incrível que pareça nem tudo era um conto de fadas. Meu celular vibra desesperadamente olho pelo local, e vasculho meu bolso, Diego havia mandando mensagem dizendo que já estava na hora de irmos, e não era por menos já eram quase cinco da manhã e teríamos que criar coragem para ir à aula amanhã.

- Eu vou ter que ir agora. — Digo tristemente.

- Mas já?. — Seu rosto demonstrava inconsolação diante do meu aviso.

Minha mão acariciava seu cabelo macia, ele agora parecia um Golden abandonado pelo dono no meio de um parque.

- Pelo menos um beijo de despedida eu tenho que ganhar, não?. — Era irresistível dizer não pra ele.

- Mas é claro que tem que ganhar.

Nos beijamos por uns dez minutos até ouvir a voz de Fernanda atrás de mim.

- Vamos?. — Perguntou ela acenando para Aiden.

- Sim vamos, tenho que ir, obrigado pela noite. — Me despeço dando um selinho e um beijo em sua bochecha.

Saímos em direção ao elevador mas antes que eu pudesse entrar, olho para trás e vejo aquela olhos brilhantes olhando para mim, eu realmente queria ter outra oportunidade de encontrá-lo, e estava determinado a isso.

Diferente de mim Livro I - Vivências Onde histórias criam vida. Descubra agora