Capítulo 31

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Pedimos um Uber e logo que entramos  no carro todos já estavam no limite do seu cansaço, Diego vacilava com a cabeça caindo para trás e para frente na tentativa de permanecer erguido, Fernanda digitava alguma coisa no celular sem nem piscar os olhos e eu com a cabeça a mil, várias coisas passavam na minha mente e no momento ela só queria apagar e reiniciar.

- Onde vocês irão dormir ? Pergunto olhando para a janela do carro visualizando o rápido flesh de luz na avenida.

- Ainda não sei. Diz Fernanda olhando para o banco do motorista.

- Por que vocês não dormem lá em casa mesmo? Dou essa sugestão, pois havia dois quartos para hospedes em caso de visita. - Não vai ser problema e meu pai não vai se importar.

- Tudo bem então. — Concordaram.

Seguimos o caminho em silêncio, já que ambos de nós estávamos no auge do cansaço, e assim que chegamos na entrada do condomínio pedi para o porteiro liberar a passagem e seguirmos adiante.
Chegamos em frente ao portão da minha casa e fiz o pagamento da viagem, descemos do carro e vou procurando pelos bolsos a chave da casa.

- Entrem. — Digo assim que abro o portão.

Abro a porta e estava um silêncio mortal, entro na ponta dos pés para não acabar em problema, dou passagem para que eles pudessem entrar.

- Venham, sem barulho. — Falo baixo e vou subindo as escadas, passo pelo quarto de Lucas e vejo que ele dormia profundamente.

Abro meu quarto e eles entram, fecho a porta e me jogo na cama, era tão macia, nem me lembrava de querer tanto uma cama.

- Se alguém quiser banhar, podem usar aquele banheiro ali, tem toalhas no armário ao lado da pia. — Falo para eles enquanto vasculho meus guarda- roupas atrás de vestimentas que coubessem em ambos.

Observo de canto Fernanda desembaraçar o cabelo e adentrar o banheiro, de outro lado Diego me fitava, seus olhos quase se rendendo ao sono de tanto cansaço.

- Vem aqui Sr.Soneca. — Ele arregala os olhos olhando em volta e se levanta grudando-se ao meu lado, observo seu físico e comparo com o tamanho de uma camisa velha que ficava larga em mim. — Vista isso, deve servir em você.

Ele se desfaz da camisa suada deixando a vista do seu belíssimo peitoral que decaia para um maravilhoso tanquinho, mas logo ele veste a outra camisa, havia ficado um pouco folgada, mas era o tamanho certo pra ele, o corpo dele é muito bonito nada exagerado, pernas grossas e bem malhadas, enfim, um sonho no corpo de homem.

- Tá gostando do que tá vendo amor?. - Saio de transe assim que ouço ele falar e me dando conta de que estava olhando seu corpo demais.

- Não seja ridículo, palhaço. — Jogo uma cueca box azul em sua cara, e logo ouço Fernanda sair do banheiro cantarolando.

- Ain, um banho, era disso que eu precisava. — Diz ela desembaralhando o cabelo. - Quem é o próximo?

- Eu vou. — Diz ele prontamente e correndo até o banheiro e batendo o ombro na quina da porta. - PUTA QUE PARIU!.

- Olha a boca, bom amiga, tenho apenas esse pijaminha pra ti, pegue. — Falo entregando o pijama e a mesma se põe apenas de peças íntimas em minha frente. - Aí mona, por favor né.

- Que viado fresco você ein. — Diz ela gargalhando e vestindo o pijama.

Enquanto ela ia se vestindo eu arrumava um colchão ao lado da minha cama, pego um travesseiro e uma coberta macia, exalava o amaciante de lavanda que eu amo.
Assim que termino deixo o quarto e vou até o quarto de Lucas de fininho para banhar rapidamente, deixo a água esquentar um pouco e logo adentro o chuveiro, passo a mão em meus cabelos emaranhados e completamente sujos, e apenas relaxo, minha cabeça estava um pouco zonza, então encosto minha testa na parede do boxe do banheiro e me pego pensando no cara que eu havia conhecido, o gosto do beijo ainda ficava em minha boca, eu podia sentir o toque firme que ele tinha em meu corpo, e por um breve momento acabei tendo uma ereção pelos pensamentos que passavam na cabeça, deixo meu corpo se recompor e saio do banho, visto uma roupa leve, dou uma olhada no meu irmão que dormia totalmente torto, e saio do quarto.

Assim que entro em meu quarto vejo Fernanda teclando pelo celular e rindo de algo, e Diego saindo do banheiro logo em seguida. Me deito na cama e ligo o ar condicionado para esfriar o quarto, só o corpo de Diego já havia abafado o quarto inteiro.

- Vamos dormir, amanhã temos que acordar cedo pra ir naquele inferno novamente. — Falo colocando minha cabeça sob o travesseiro, olho para Diego que estava de pé apenas com a camisa e cueca em seu corpo, e olhando para mim.

- Não vai vestir nenhum short?. — Pergunto enquanto puxo o coberto sob meu corpo, o ar condicionado batia bem embaixo da minha cama.

- Ah, assim tá confortável, onde eu durmo?. — Pergunta ele olhando para mim e Fernanda.

- No chão!. — Dissemos em uníssono e Fernanda gargalha abafando a cara no travesseiro.

- Vem pra cá. — Digo e afasto um pouco para que ele pudesse deitar. — Mas antes apaga a luz aí.

Somente a luz de uma luminária de lua iluminava o quarto, a luz era bem fraquinha então não atrapalhava o sono, e assim ele se joga ao meu lado da cama.

- Se você quebrar minha cama mando o número da minha conta pro seu pai pagar outra cama. — Falo arregalando os olhos para ele.

- Preocupa não baby, não quebro a cama assim. — Diz ele rindo e mordendo o canto da boca.

- IHHHH. — Ouço Fernanda caçoar ao lado.

- Aí credo. — Falo empurrando seu corpo ainda molhado perto do meu.

Ele passa o braço por volta do meu pescoço e puxa minha cintura para perto do seu corpo.

- Eu já disse que eu não mordo, pode ficar mais perto. — Diz ele autoconfiante puxando meu travesseiro para ele. - Deita no meu braço, não tem problema.

- É sério isso?. — Digo olhando para sua cara de pau, ele não disfarçava que estava fazendo de propósito.

Mas não pude reclamar, o cansaço já pesava em meu corpo, apenas queria descansar, não queria ter que ir amanhã naquela escola e ver o rosto daquele  cretino, mas não tinha o que fazer, sem querer dou um um tapa no peito de Diego.

- Aii!. — Reclama ele rindo.

- Ops, foi mal. - Digo e apenas fecho os olhos enquanto minha cabeça descansava em seu braço.

Sua mão acariciava meus cabelos, o que me deixou confortável, fico imaginando se eu não tivesse descoberto que éramos amigos de tempos atrás, talvez não estaríamos aqui agora, mas afasto esse pensamento, o que importava era a nossa amizade agora, ele é alguém que eu nunca mais quero perder.

- Obrigado por voltar pra mim. — Deixo escapar às palavras, mas não me arrependia, pois eram verdadeiras, e eu sabia que ele sentia o mesmo.

- Eu tô aqui. — Foi apenas isso que ele falou até eu apagar no sono.

Diferente de mim Livro I - Vivências Onde histórias criam vida. Descubra agora