Capítulo 35

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O sinal toca e aquele multidão de alunos nos corredores era algo enlouquecedor, o pessoal da minha sala ia saindo e a medida que a sala ficava vazia eu acelerava o passo pra poder sair dali, jogo tudo dentro da mochila e ponho nas costas segurando apenas uma alça. Encosto meu ombro na porta esperando que os dois terminassem de arrumar suas coisas e antes que eles passassem pelo batente da porta ouço um estrondo do lado de fora, relâmpago, e logo em seguida só barulho dos pingos de chuva caindo sobre o teto da escola. Já do lado de fora se via o cenário de alunos entrando e saindo correndo a medida que a chuva ficava mais forte, o vento gelado bateu sobre nós e na mesma hora me arrepiei.

- Meu Deus que frio absurdo é esse? — Diego falou ao meu lado abraçando a mochila na tentativa de se aquecer.

Fernanda do meu lado tentava desgrenhar seus cabelos que agora estavam em seu rosto por causa da ventania, olho para meu celular e vejo mensagem de papai dizendo que não conseguiria me buscar, resmunguei em voz baixa, ele tinha que resolver não vir logo hoje.

- Quer carona?. — Pergunta Diego me tirando a atenção do celular e me fazendo o olhar. - Meu pai já deve estar chegando.

- Acho que sim, meu pai não vai conseguir me buscar hoje. — Digo enquanto olho para a parte da rua da escola onde outros atravessam a pista, a chuva acabou ficando mais forte. - E você Fê?

- Ah minha mãe acabou de me mandar mensagem, está ali atrás, vou indo meninos até mais. — Disse ela colocando a mochila encima da cabeça e saindo em disparada para o lado de fora.

Vários carros paravam em frente ao portão, alguns ônibus escolares também, e os alunos do turno contrário entravam, os esbarrões eram inevitáveis já que os corredores estavam lotando com toda essa gente, e por acaso acabo sendo levado ao chão por alguém esbarrar e cair sobre mim fazendo minha cabeça bater no chão, uma enxaqueca tomou conta de mim, me deixando tonto.

- Me desculpa cara. — Ouço uma voz conhecida, e quando abri os olhos vejo seus olhos preocupados presos em mim. - Tá tudo bem? Te machuquei? Culpa desse merdinha. — Disse ele olhando para o outro lado.

- Tudo bem, só me ajude a levantar. — Falei sentido a dor de cabeça começar a dar sinais.

Ele estende a mão para me levantar e assim que a pego sinto uma corrente elétrica passar, uma mistura de calor e suor, notei que ele ficou sem jeito ao me puxar pela cintura, desvio meu olhar para o corredor de dentro da escola e acabo batendo com o olhar de Felipe, dou graças a Deus quando Diego me ajuda a ficar estável em pé pois meu pé doía.

- Vamos meu pai já chegou. — Ele aponta para um carro cor de vinho, o vidro do passageiro da frente estava baixo e vi que uma mulher se sentava na frente.

- Obrigado. — Apenas agradeci Kaio e fui em saindo em direção ao carro.

- Bom dia meninos, pode entrar Gustavo, acho que você lembra de Ana, minha esposa. — Disse o pai de Diego assim que fechei a porta traseira de seu carro, a mulher que estava na frente agora estava me olhando fixamente, e pequenas recordações tomaram minha cabeça me lembrando daquela pessoa.

- Tia Aninha, quanto tempo. — Falei lançando um sorriso sincero para ela que suspirou aliviada.

- Bote tempo nisso querido, quase achei que não me reconheceria do mesmo jeito que ele. — Disse ela olhando para Diego que fechou a porta assim que ela terminou de falar.

- MÃE. — Resmungou ele olhando constrangido para ela. - Tem como dar uma carona pro Guga?.

- Claro, só vai guiando o caminho, e como está seu pai? Seu irmão já deve estar bem grande não é mesmo?. — Perguntou ela virando-se para a frente enquanto o pai de Diego dirigia.

- Está ótimo, Lukas já tá bem maior e mais esperto a cada dia. — Falei, passamos boa parte do caminho conversando.

Ela acabou me contando que deu uma bronca em Diego pelas brincadeiras que me fez no começo das aulas, e ele apenas resmungava e desviava o olhar para a janela do carro, eu ria bastante da situação, avisei que estávamos chegando perto da entrada do condomínio, e ela me convidou para visita-los assim que pudesse em sua folga.

- Claro eu ia adorar, chegamos, é bem aqui. — Indiquei ao ver as paredes do condomínio.

- Avise seu pai que ele está convidado também, e leve seu irmão junto. — Pediu ele antes que eu pudesse sair do carro, acenei afirmando. - Tchau.

Me despedi e desci do carro, fui até a recepção e pedi para que o senhor Roberto abrisse, assim que passei pela porta ele me deu bom dia, e eu retribui desejando um ótimo trabalho, a chuva havia diminuído então apressei o passo e fui correndo na calçada até chegar no meio do condomínio, assim que cheguei ao portão de casa, vasculho em minha mochila a chave da porta porém o portão maior é aberto e vejo meu pai apenas de short e com o jato de limpar a área da frente.

- Já chegou?. — Falou ele desligando o motor e me abraçando.

- Sim, Diego veio me deu uma carona, inclusive a tia Ana nos convidou para ir visita-lós. — Disse deixando minha cabeça em seu peito enquanto ele passava a mão no meu cabelo que estava meio molhado.

- Faz bastante tempo que não os vejo, depois podemos marcar um dia para ir, o almoço já está pronto, Izabel preparou strogonoff de frango, mande Lukas comer também, assim que terminar aqui me junto a vocês. — Ele disse enquanto ligava novamente o motor, corri para dentro de casa e larguei a mochila encima do sofá e fui diretamente até a cozinha.

- IZA MEU AMOR. — Gritei ao ver que ela estava distraída cantarolando suas músicas de sempre, ela pulou assustada com a mão no peito.

- Menino, quase que cê me mata de susto, mal voltei a trabalhar aqui e já quer me matar?. — Resmungou ela enquanto eu ria ao me aproximar dela dando um abraço bem apertado.

Dona Izabel começou a trabalhar aqui em casa quando eu tinha doze anos, sempre foi muito cuidadosa com a nossa família, papai era muito apegado a ela, houve um tempo que ele chorou só pelo fato de que ela queria ir embora e arrumar outro serviço, ela sempre esteve presente em casa conosco, me ajudava nas tarefas quando papai não podia, e claro era muito apegada a Lukas desde o início.

- Quero saber como foi a viagem, mas antes vou me trocar, pede pro Lukas descer pra almoçar, por favor. — Falei depositando um beijo em sua cabeça e subindo até meu quarto depois de pegar minha mochila, antes passei pelo quarto de meu irmão e o vi brincar com várias peças de lego jogadas no chão.

Segui para meu quarto e joguei a mochila na cama, tirei meu celular do bolso e vi algumas notificações mas nenhuma importante, deixo-o encima da escrivaninha e vou até o banheiro me desfazendo das peças de roupas e colocando no cesto de roupas ao lado, fecho a porta do banheiro e me despido da cueca, ligo o chuveiro e entro logo debaixo da água. Em dois minutos a água já estava quente, numa temperatura agradável, passo o sabonete por todo meu corpo, e por um breve momento sinto meu pau pulsar em minha mão assim que esfrego o sabonete naquela região, minha mente me fez lembrar daqueles olhos profundos me olhando na hora que cai e acabo me rendendo ao tesão de bater uma punheta, era estranho já que não fazia isso com frequência, ainda mais pensando em outra pessoa assim, os movimentos de vai e vem com minha mão ficam mais frenéticos e fortes, e logo sinto os primeiros jatos saírem me deixando completamente em êxtase e cansado.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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