01 - Custe O Que Custar

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Os óculos escuros contrastavam com o boné preto que tapava seu rosto, enquanto Pedri observava o movimento do ambiente escolar. Dezenas de jovens de todas as idades saíam do local, mas ele estava ali para ver apenas uma pessoa. Tentava evitar ser reconhecido, embora em certos dias fosse impossível não notar o Bentley estacionado em frente à escola. Os vidros pretos e à prova de balas não deixavam dúvidas de que uma pessoa importante estava presente, porém seriam poucos que o reconheceriam. Pedri era um homem poderoso e influente, um sucessor da máfia espanhola. Em breve iria governar tudo e a todos na cidade de Barcelona e no país a fora. E ele mal podia esperar para que esse momento chegasse.

Ter o poder dos negócios em suas mãos, o fazia se sentir cada vez mais imbatível.

Ele mantinha-se discreto e afastado da entrada da escola, mas sua atenção estava voltada para Pablo Gavi. O pequeno jovem que tumultuava a sua mente no presente. Ele poderia não conhecer Pedro ou talvez só escutado falar uma vez que outra. Já que na atual situação era quase impossível não conhecer os González. Mas Pedri não o julgava. O que importava, era que ele o conhecia muito bem. Sabia de tudo que Pablo fazia ou deixava de fazer no dia dia. Seus gostos, sua família, sua vida particular. Estava sempre a frente e atento ao jovem de 18 anos de idade que logo se formaria na escola. E Pedri mal podia esperar por esse momento também.

Sorriu ao vê-lo sair com seus dois amigos de sempre. Pedro também os conhecia muito bem. Já havia mandado seus soldados os vigiarem e pesquisar tudo sobre ambos. Não seria legal saber que Pablo tinha amigos de máfias ou possíveis rivais de Pedri. Mesmo que o pequeno não conhecesse o seu mundo. Não seria bom para os seus negócios e tudo que ele queria viver ao lado do mais jovem. Tudo que envolvia Gavi ele estava sempre atento. Não deixaria nada escapar em vão. Afinal Pablo era o escolhido para estar ao seu lado na jornada na qual foi designado e mesmo que não quisesse, ele não teria como negar fazer parte disso.

Seus olhos se fixaram no rosto do jovem, seu coração batendo mais rápido a cada segundo que passava. Ele estava fascinado por Pablo, seu jeito descontraído e rebelde o fascinavam. Tão bonito. Tão adorável. Ele era como uma obra de arte aos seus olhos. Pedri mal poderia esperar para poder toca-lo e admira-lo de perto. 

Mas ele sabia que Gavi não era nada fácil. Era conhecido como um adolescente rebelde que não tinha muito amor e carinho dos pais. E Pedri não deixava de acreditar nisso. Já que o pai envolver o próprio filho em negócios ilícitos com a maior máfia da espanha, não era uma grande prova de amor à família.

Pedri sabia que ainda não podia se aproximar de Pablo abertamente. Poderia assusta-lo e ele não era adepto de conversar com as pessoas que não tinha um vínculo. Além disso, as circunstâncias proibiam qualquer envolvimento direto entre eles. Já que o acordo não estava concluído e isso poderia colocar todo o negócio por água baixo. Porém, ele estava disposto a fazer o que fosse necessário para estar perto de Pablo, mesmo que fosse apenas como um espectador distante no momento.

Enquanto observava Gavi se afastar com seus amigos, Pedri sentia uma mistura de emoções dentro de si. Não sabia descrever ao certo o que sentia. Se era apenas atração sexual ou o seu desejo de obssessão e pertencimento que possuia pelo mais novo.

Foi interrompido do seu momento quando seu celular tocou. Olhou para o visor. Era seu pai. Ele desligou a chamada no mesmo instante. Pedri e o pai tinham um acordo. Nenhum atendia a ligação do outro. Apenas davam toques que indicava que precisam se comunicar com urgência. Esse metódo era utilizado como uma medida de segurança para ambos. Já que constantemente estavam sendo rastreados e perseguidos por possíveis inimigos. Dessa forma, criaram um código para a comunicação de longa distância: possuir diferentes celulares, não salvar nenhum contato e não atender ligações independente da situação em que estejam.

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