16 - Laços no Caos

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A confusão no salão era avassaladora. O som das balas batendo sob as paredes de mármore ecoava no ambiente que, até poucos minutos antes, estava repleto de luxo e expectativa. O ataque dos rebeldes pegou todos de surpresa e Pedri, que até então estava focado em seu futuro marido à sua frente, agora se via arrastado para um caos inimaginável.

Gavi, ainda congelado pela revelação de ver Raul entre os rebeldes, mal conseguiu reagir quando ouviu o som seco de um disparo ecoando no ar. Foi tudo rápido demais. O grito desesperado que se seguiu perfurou sua alma.

— KAI! — A voz desesperada de Pedri reverberou pelo salão.

O jovem sobrinho do Capo, Kai, caiu no chão, com as mãos instintivamente pressionando o ferimento no abdômen. O sangue começava a escorrer entre seus dedos trêmulos. Pedro correu até ele, seu rosto uma mistura de horror e raiva.

— Não, não, Kai! Fica comigo! — Pedri se ajoelhou ao lado do sobrinho, seus olhos fixos no rosto pálido de Kai.

Pablo estava sem reação. Kai havia sido ferido. Seu rosto estava pálido e Pedro chorava compulsivamente juntamente do sobrinho. Não demorou muito para uma multidão se alastrar em volta do jovem. 

— Precisamos de um médico! — Gritou, o Capo, a voz tomada pelo pânico. Seus olhos escureceram de fúria enquanto olhava ao redor, tentando identificar o responsável. 

Raul, ainda entre os rebeldes, parecia congelado no lugar. Seus olhos se encontraram com os de Gavi, cheios de pavor. Ele sabia que as coisas haviam saído completamente do controle.No mesmo instante, os rebeldes conseguem fugir deixando o clima desesperador no salão.

Pablo queria correr até Kai, mas seu corpo não respondia. Ele estava atordoado, dividido entre o horror da situação e a anterior presença de Raul. O mundo ao seu redor parecia ter parado, enquanto os sons abafados dos gritos e dos tiros ainda ecoavam em seus ouvidos.

— Gavi! Fica aqui! Não se mexa! — Pedri gritou com raiva ao ver o maia novo tentando se aproximar, mas seus olhos estavam fixos no sobrinho, incapazes de se afastar da cena.

Kai abriu os olhos com dificuldade, a dor estampada em seu rosto.

— Tio... me desculpa... — Murmurou com a voz fraca.

— Não fala, Kai. Eu vou te tirar daqui. Eu prometo. — Pedri tentou manter a calma, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas que ele se recusava a deixar cair.

Quando Gavi finalmente tinha conseguindo mover-se, caminhou até Pedri e Kai. Ele se ajoelhou ao lado do mesmo, ignorando os olhares furiosos de seu noivo. Ele tocou o ombro de Pedri, tentando trazer algum conforto, mas sabia que naquele momento, nada que ele dissesse poderia aliviar a dor.

O caos continuava ao redor, mas para Pablo Gavi, tudo se resumia a uma única pergunta: o que ele faria agora?

Tudo saiu do controle. Kai foi atingido. E era um inocente. 

Em poucos segundos tudo foi como um borrão diante de seus olhos, Kai é levado do salão juntamente de Paloma e seus familiares. O braço de Pablo é agarrado. Sua irmã o abraça e o tenta tirar daquele local, mas ele simplesmente estava petrificado sem saber o que fazer. Estava preocupado com Kai, ele não merecia isso. Esse tiro era pra ser em si mesmo

Enquanto Aurora tentava puxar o irmão para longe do caos, eles conseguiram encontrar um canto isolado, longe do som dos gritos abafados que ainda vinham do local da cerimônia. Ela estava ofegante, e Gavi também, sentindo o corpo tenso e a mente sobrecarregada com tudo que havia acontecido.

Eles pararam atrás de uma parede de mármore, um dos muitos corredores escondidos que aquele luxuoso prédio oferecia. Aurora olhou ao redor, certificando-se de que ninguém os seguia. Só então, ela se virou para o mais novo, os olhos carregados de uma mistura de preocupação e desconfiança.

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