14 - Perdas

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Gavi estava cansado de mandar tantas mensagens e não obter respostas para nenhuma delas.

O contato de "Raul" não tinha mais foto e ele simplesmente evaporou como fumaça da sua vida. Ele joga o telefone ao lado frustado por nada dar certo em sua vida. Quando ele achou que teria uma esperança de poder fugir e quem sabe recomeçar a sua vida longe da Espanha e de tudo que estava prestes a acontecer em sua vida. 

Tudo em vão. Por água baixo.

Mais uma vez ele foi enganado por quem ele achava que se importava com si mesmo. No fim, Raul só queria uma noite consigo mesmo. Nada mais que isso. 

Ele é tolo de achar que alguém vai querer algo mais consigo do que sua beleza. Ele sempre desconfiou que as pessoas não gostavam de si, e sim do que ele poderia oferecer em troca. No fim, a sua vida é uma grande moeda de troca.

Estava cansado disso.

Ele se revira para o lado na esperança de dormir. Mas simplesmente não conseguia. A insônia havia o afetado mais uma vez e já tinha se tornado uma figurinha carimbada em si mesmo.

Sua mente estava a mil e ele precisava de um escape. Levantou da cama, frustrado por não conseguir dormir. Vestiu sua camiseta de pijama e calçou os chinelos. 

Estava calor, talvez um pouco de ar fresco poderia lhe fazer melhor e acalmar a sua mente inquieta.

Quando estava pronto para se retirar do quarto, o celular apitou.

"Onde você está? podemos nos encontrar agora?"

Era Raul

Por um segundo toda a mágoa, raiva e aquele sentimento ruim sumiu de sua mente. Seu coração disparou e ele olhou para a tela duas vezes antes de digitar qualquer mensagem. Estava sem acreditar no que lia.

O que Raul queria com ele?

Sumiu por dias e depois aparece como se nada tivesse acontecido.

O que poderia estar acontecendo?

Pablo rapidamente tratou de responder.

"Sim, claro"

"Eu estou em casa, você poderia vir aqui?" 

Ele rapidamente vai até a sua janela e olha ao redor de sua rua, para sua surpresa não tinha nenhum carro o vigiando. Isso era bom, pois temia que Pedro descobrisse sobre Raul.

O alívio momentâneo foi cortado pela ansiedade que o tomou. Cada segundo que passava parecia uma eternidade. Ele andava de um lado para o outro, sem saber exatamente como se sentir ou o que fazer. 

Foi tirado de seus devaneios quando o celular apitou novamente, ele rapidamente leu a mensagem. 

"Chego em cinco minutos".

Ele ainda estava inquieto, andando de um lado para o outro na sala de estar, cada som do lado de fora parecia amplificado em seus ouvidos. Ele verificava o relógio de parede repetidamente, contando os minutos que se arrastavam enquanto esperava por Raul. Cada tic-tac parecia um martelo batendo, ecoando a ansiedade que crescia dentro dele.

Logo depois, o som de uma buzina discreta soou lá fora. Pablo correu até a janela e viu um carro familiar estacionado em frente à sua casa. Era ele, seu Raul.

Desceu as escadas o mais silenciosamente possível, para não acordar ninguém, e abriu a porta. Raul estava encostado em seu carro, com as mãos nos bolsos e uma expressão que o maia novo não conseguia decifrar.

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