Laços de Dever

04 - Por Um Fio

Gavi nunca soube como é estar por um fio. Nunca em toda a sua vida tinha passado por momentos turbulentos. Na verdade poderia se classificar como um jovem rico, bonito e sem dificuldades na vida. Para ele tudo era fácil. Vivia pela futilidade. O mundo, a vida, os sonhos eram fácil. Ele não tinha grandes preocupações e pensava que jamais teria algum dia. Sua família poderia ser a pior do mundo mas sempre cuidava de tudo e isso incluía a sua segurança. Ele estava acostumado a andar para cima e para baixo com diversos seguranças ao seu redor. Era até meio chato de pensar nisso, já que aos 18 anos de idade tinha que ter uma certa responsabilidade consigo mesmo. Mas para ele nada importava, gostava de luxar, de aparecer e principalmente que os outros o vissem como alguém importante. Ter esse status era muito mais do que pertencer a alta sociedade, era saber que sua vida poderia valer muito mais do que outras ou que nada nem ninguém seria capaz de atingi-lo.

E era essa certeza que ele tinha e levava para sua vida.

Bem, até agora.

Não sabia para onde estava sendo levado. Mas tentou não demonstrar tanto medo quando o vedaram e o amarraram. A única certeza era que estava sendo levado para longe. Por alguns segundos ele temeu por sua vida. Temeu pela vida de Ale, que não conseguiu nem tentar ajudar. Mas principalmemte temeu pela sua família e pelo que tudo isso poderia causar. Não tinha a exata certeza se era um sequestro ou apenas um assalto mas esperava que pudesse sair vivo dessa. Pelo menos ele merecia isso. Já que desde então sua vida não estava sendo nada fácil. 

Todos os dias tinha um problema novo. 

Porém o de agora estava se superando.

Era muito pior do que imaginava.

O carro andou por alguns segundos, por uma péssima estrada. Para ele parecia uma eternidade, estava tudo em silêncio e ele não tinha certeza de onde estava no momento. Seu coração estava acelerado, cheio de ansiedade e medo do que estava por vir. Ele tentou manter a calma, mas era difícil controlar a enxurrada de pensamentos que invadia sua mente.

Queria sair vivo dessa e ter histórias para contar no futuro, porém não conseguia pensar nessa hipótese agora.

Quando o carro parou, Pablo sentiu seu corpo sendo jogado para fora do veículo.
Finalmente, as mãos que o seguravam soltaram sua aderência e ele ouviu uma porta se abrir. A venda foi retirada de seus olhos, revelando a figura imponente de um homem em sua frente. Ele poderia acha-lo muito atraente em outra em situação, mas naquele momento apenas o medo assolava.

O olhar frio e calculista de Pedri penetrava em sua alma, fazendo Gavi tremer por dentro.

— É um prazer finalmente te conhecer, Pablo Gavi.

Seu sorriso era indescritível e sua voz o fez tremer da cabeça aos pés. Queria não parecer um fraco diante a pessoa a sua frente, mas era quase impossível.

— Não posso dizer o mesmo de você. Até porque nem o conheço — disse firme mesmo assustado.

Pedri permaneceu em silêncio por alguns instantes, estudando-o com um olhar intenso. Seus lábios se curvaram levemente em um sorriso sarcástico antes de finalmente falar.

— Pedro González.

Pablo já tinha escutado esse nome em algum lugar. Mas não se recorda.

— Não te conheço. Agora me deixa em paz! — grita com todo seu ódio. Pedro apenas ri.

— Gavi, meu caro, parece que você encontrou um modo interessante de me desafiar. Acha que pode escapar impune de suas responsabilidades?

Pablo estava confuso com a frase do homem a sua frente. A pergunta que rodeava a sua mente a cada minuto era: Quem era ele?