15 - A Caminho do Altar

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Nada mais estressava Pedri do que rebeldes. Para ele, eles são uma ameaça à ordem e ao poder que sua família construiu ao longo dos anos. A presença deles representa um desafio direto à sua autoridade recém-assumida como Capo, algo que ele não pode tolerar. Além disso, Pedro vê os rebeldes como idealistas ingênuos, incapazes de compreender a complexidade e a brutalidade do mundo em que vivem.

Essa ameaça desperta nele um desejo ardente de reafirmar seu controle e esmagar qualquer resistência que seja contra o seu certo, provando a todos que ele é o verdadeiro líder da máfia e que sua posição não pode ser questionada.

Era o dia de seu casamento e ele não podia esconder que temia um possível ataque dos rebeldes, principalmente ao seu agora noivo, Pablo. Os rebeldes estavam pela cidade e a notícia já se espalhava entre membros. Ele não poderia se perdoar se algo acontecesse com a única pessoa que ainda lhe dava esperanças de vida. Mas também não podia negar que ao se envolver com Gavi, o colocava totalmente a disposição desses rebeldes e que hoje ele seria oficialmente apresentado como seu cônjuge e sua única fraqueza. 

Pedri estava no hall, ajustando seu terno com uma expressão de intensa concentração. Ele passava a mão sobre a gravata, tentando alinhar todos os detalhes para o casamento, mas sua mente estava longe.

A porta se abriu e Kai, seu sobrinho, entrou. Ele estava vestido com um terno formal, mas o semblante estava carregado de ansiedade. Pedri levantou os olhos para encarar o sobrinho, um olhar frio e calculista no rosto.

— Tio Pedri, como você está?

Ele se virou para encarar o garoto. O menino estava muito bem vestido, não podia negar. 

Sorriu fraco. 

— Não estou no melhor dos humores, Kai. 

Kai estranhou. 

— O que houve, tio? Não é o seu grande dia?

— É sim. Mas há muitas coisas em jogo, filho. Sabe que temos que tomar cuidado, não é mesmo?

Kai assente entendendo a preocupação do tio.

— Sim, compreendo. É complicado mesmo, tio. Mas creio que seria muita burrice deles atacar nesse momento. Basicamente a máfia toda está por aqui. 

Era isso que Pedro temia. Os rebeldes eram conhecidos por serem sorrateiros e por escolher momentos estratégicos para atacar. Eles preferiam atacar durante as grandes comemorações da máfia, momentos em que a segurança estava ostensivamente mais relaxada e onde os líderes mais importantes estariam reunidos. O casamento de Pedro não era uma exceção.

Além dos membros da sua máfia, a cerimônia também reuniria representantes de outras associadas. Era o cenário perfeito para um ataque. Ele sabia que qualquer ataque neste momento não só visaria a máfia espanhola, mas também desestabilizaria alianças e mostraria uma grave falha na segurança.

Mas ele estava confiante que nada estragaria esse momento. 

Pedri não respondeu imediatamente, seu olhar fixo em Kai com uma intensidade fria. Ele ajustou a gravata mais uma vez, claramente distraído com seus próprios pensamentos.

— Espero que você esteja preparado para o que está por vir. Não podemos ter falhas hoje.

Kai estava desnorteado com as palavras do tio. 

— Claro, tio. Eu... Eu só queria ver como você estava. Saber se podia ajudar com alguma coisa.

— Agradeço, mas não é o momento para isso. Estamos todos em alerta máximo, e eu preciso que todos estejam focados. Não há espaço para distrações.

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