Aqueles olhos

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Itachi observava o céu noturno, um costume que amenizava a saudades que sentia da Hyūga.

— Ei, sabe que ainda tá trabalhando, não é? - Um gato, chamado Tsuki, resmungou.

— Desculpe, Tsuki-san. - Pegou as caixas e voltou para as cavernas, a moradia dos gatos.

Depositou as caixas no local ideal e suspirou, não de cansaço, mas sim, do vazio que era barulhento para si.

— Mesmo com a sua segunda chance, você está sofrendo. Itachi, você já pagou por todos os seus erros, entenda! - Nekobaa, comentou.

Itachi queria acreditar que era verdade, mas sentia-se um lixo e nada mudava seus pensamentos.

— Nekobaa-san, por que ajudou o Obito? - Indagou, ainda sem acreditar que o mascarado era o melhor amigo de Kakashi. — Tanto eu quanto ele, mereciamos morrer, então..

— "Eu acabei com a vida dele, ajudei a matar todos e não lhe fiz entender que ele era ingênuo demais por confiar no sandaime!" - Respirou fundo. — Foi isso que ele me disse e eu concordo com ele. Você foi ingênuo demais por confiar em alguém que não punia o verdadeiro mal daquela vila! - Lembroi do tanto que Danzou lhe dava arrepios. — Você era um gênio, mas ainda era uma criança e aqueles velhos se aproveitaram disso.

— Eu aceitei porque..

— Porque ele deu poder ao Danzou. - Nekobaa conhecia a história de todos os lados. — Fugaku revelou que foram pelas ordens do Shimura, que nenhum Uchiha foi ajudar na invasão da raposa, mas Hiruzen nunca fez nada a respeito disso. - Deu as costas. — Arrume tudo antes de ir para seu quarto.

— Certo. - Sua resposta saiu seca e triste.

Itachi estava começando a entender, que foi manipulado, usado e por isso, seu pai recusou a lutar contra ele.

Sentiu uma forte pontada no peito, falta de ar e seus olhos foram tomados por lágrimas que escorriam sem parar.

E em sua cabeça, as últimas palavras de seu pai começaram a ecoar.

– Você é uma boa criança, Itachi.

Repetidas vezes, até ele apagar.

(...)

Completava um mês do fim da guerra, um mês sem o irmão e um mês que todas as suas lembranças voltaram.

Hinata Tentava ser sempre forte, mas sempre chorava quando estava sozinha.

As lembranças que possui do Itachi, devastavam a Hyūga que não sabia o que fazer com tamanha dor.

Sendo a única saída, conversar com Sasuke que também estava a sofrer e ela tinha certeza que piorava a situação do Uchiha.

Batidas na porta.

— Otou-san perguntou se você desistiu de ir a missa? - A caçula estava abatida, carregava a foto do primo.

Hinata sorriu e balançou a cabeça.

— Deixa que hoje eu carrego o retrato do niisan, tá bom? - Pegou o retrato e desceu as escadas acompanhando a irmã.

Ao chegarem no local marcado, muitos estranharam as colocações. Pois das colocações de heróis Ino, Hinata e Tenten foram excluídas. 

Todavia, nenhuma estava interessada em ficar no palco pois queriam estar ali para acender as velas juntas e ficar perto do memorial.

Dentre todos os discursos, as frases mais impactantes saíram da boca de uma garota, que não participou da guerra.

Hyuuga Hanabi, foi a escolhida para falar, assim como Konohamaru.

Conheci o "monstro"Onde histórias criam vida. Descubra agora