𝐂apítulo 3

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𝐏ov's 𝐓om 𝐊aulitz

 𝐃urante todas aquelas horas eu fazia um esforço grande para me manter acordado e de pé, nós precisávamos finalizar aquelas gravações logo.
  𝐐uando Monique finalmente nos liberou, senti um grande alívio, mas eu estava passando mal, as náuseas estavam intensas, olhei para Bill e falei na frente de todos eles.

- 𝐄u preciso ir ao banheiro, eu volto em breve, podem pedir a comida sem mim. - dei um sorriso fraco e sai andando.

  𝐂orri para o banheiro o mais rápido que pude, assim que me virei para o vaso me sentei no chão e comecei a vomitar, vomitei o que nem tinha no meu estômago, pelos remédios e talvez pelo meu transtorno alimentar.
  𝐃epois de um bom tempo naquele vazo eu dei descarga e me levantei indo em direção a pia, me olhei no espelho e vi meu rosto pálido, quase como se eu fosse anêmico, meus olhos fundos, eu havia passado dos limites outra vez.

"𝐎 que estava acontecendo comigo? Eu estava tão cansado assim?"

  𝐒uspirei fundo e falei quase como se estivesse me odiando por ter tomado tantos comprimidos.

- 𝐌erda, eu extrapolei de novo... - soquei a pia e logo passei uma água gelada em meu rosto.

  𝐒uspirei fundo e sequei meu rosto, logo lavando as mãos e saindo do banheiro, passei pelo corredor vazio em silêncio, a minha mente me matava, não queria pensar em Mary, não queria comer, pois me sentia extremamente culpado só de pensar em comer.
  𝐂heguei a sala de almoço e todos estavam lá me esperando, conversando e rindo, Mary inclusive estava lá.

𝐁ill: Por que demorou? Está bem?

- 𝐀h estou sim, eu só estava me admirando no espelho. - falei fazendo graça e disfarçando.

𝐁ill: Certo, o almoço está aí, já coloquei para facilitar sua vida.

  𝐁ill, atencioso como sempre, ele definitivamente era um ótimo irmão, era o ótimo presente que eu tinha em minha vida. Eu o amava com tudo que tinha, ele era meu igual de todas as maneiras, a única pessoa capaz de me entender sem me julgar.

- 𝐂laro, vamos todos comer. - falei tentando parecer simpático.

  𝐀 cada garfada que eu dava sentia meu estômago se revirar, eu estava comendo totalmente forçado, isso era nítido, eu estava agarrado, e queria colocar pra fora tudo aquilo que eu estava comendo, me esforcei ao máximo.
  𝐓odos ao meu redor interagiam, e eu não sabia como interagir mais, de quebra eu estava olhando o celular, vendo alguns vídeos ou coisa do tipo.           𝐋ogo resolvi que tentaria puxar assunto com a única pessoa que também estava quieta sobre aquela mesa.

- 𝐌ary, e o seu namoro, como está indo?

  𝐏erguntei sem nem pensar, não sabia se todos da mesa sabiam desse informação, mas aparentemente não.

𝐆ustav: A Mary namora? Pude jurar que você e John estavam flertando!

𝐓om: Vai me dizer que você pensou isso? John e Bill estão juntos aqui, não perceberam a quimica.

𝐁ill: Tommy!

𝐓om: O que? Vocês realmente são lerdos a ponto de não perceberem?

𝐓om: Se não sabiam, agora sabem, o maior casal entre nós é o John com o Bill!

  𝐂onfesso que até eu fiquei surpreso de Bill confirmar, mas nem tanto, Bill não costuma falar de seus relacionamentos para ninguém, somente pra mim e olhe lá.

𝐁ill: Voltando aqui, como assim Mary, você namora?

𝐌ary: Bem, eu namoro, ele é incrível, claro que já tivemos nossas instabilidades, mas somos um bom casal.

  𝐁om casal é? Sei, eu conhecia muito bem o maldito, Victor, ele não a merecia, ele traia ela e isso me causava um ódio esplêndido, mas quem eu era para me intrometer nisso.

- 𝐀h entendi, fico feliz então, que tenha encontrado alguém que te mereça e te trate como você merece ser tratada. - falei de forma simpática.

  𝐕oltei a comer e pude sentir um nó em minha garganta, eu não estava aguentando comer mas precisava.

𝐁ill: Nós precisamos conversar depois, vamos fazer isso em casa. - falou ele com toda sinceridade, ele não iria me constranger daquela maneira na frente de todos.

- 𝐂laro pode ser...

  𝐅alei em desânimo, Bill era o único que sabia dos meus remédios, da minha ansiedade e da minha depressão, mas o que ele não sabia era sobre meu transtorno alimentar, transtorno esse que eu havia desenvolvidos no último ano.

- 𝐄u estou satisfeito, vou ir tomar um ar, ok? - suspirei fundo e me levantei.

𝐁ill: Certo, fique atento a hora, por favor irmãozinho. - ele deu um beijo em minha bochecha e sai.

  𝐅ui para o estacionamento e me sentei sobre um murinho mal acabado, peguei em meu bolso um maço de cigarros e assim levei um deles a minha boca. Com o isqueiro o acendi rapidamente, logo comecei a fumar, tragando rápido e com força.

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𝗨𝗟𝗧𝗥𝗔𝗩𝗜𝗢𝗟𝗘𝗡𝗖𝗘 | 𝖳𝗈𝗆 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓 [finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora